Unbreakable Kimmy Schmidt é mais uma ótima série da certeira Netflix que está virando referência de bom conteúdo. Essas produções originais nos fazem ver o quanto diferentes meios midiáticos podem obter sucesso. A Netflix está investindo pesado em materiais de qualidade e sua margem de erro é pouquíssima. Só é uma pena que está excelente série não tenha gerado o burburinho de outras como House of cards, Orange is the new Black e agora O demolidor (que já está na minha lista para começar a assistir)
Mas
quando lançada os assinantes do canal ficaram empolgados e vários deles
começaram a assistir e aprovar. O barulho apenas não alcançou os de fora que
não possuem netflix. (Sim isso ainda existe e eles estão por aí em algum lugar)
A série começa quando Kimmy e suas “roommates”
são encontradas e libertadas de um abrigo onde ficaram por 15 anos. Lá elas
eram induzidas por um fanático religioso a acreditar que o mundo havia acabado.
Após se verem livres, cada uma segue seu rumo e Kimmy escolhe viver em New York
(sabia escolha) lá ela se depara com um mundo completamente diferente e aos
poucos ela precisa reaprender a viver e se adaptar. A Sinopse pode parecer um
flashback de alguma comédia romântica que você já tenha visto por aí, mas aos
poucos a série vai se aprofundando.
Kimmy é interpretada por Ellie Kemper
(The Office) que vive uma personagem ingênua como a sua personagem de Missão
madrinha de casamento. Porém sua inocência é justificável, afinal ela não
conhece o mundo no qual está. Mas se engana quem pensa que ela é burra, pode
até se confundir de início, mas logo capta a mensagem.
Kimmy é mais uma variante da tolinha
fofa, como a Jess de new girl. Kimmy é elétrica, determinada e muito divertida.
Ellie está maravilhosa no papel, ela lacraria o show se não fosse Titus (Tituss
Burgess) seu melhor (recém) amigo gay que a acolhe. Titus é a diva que você
quer imitar, com uma atuação espontânea e bem-humorada, ele é divino em todas
as suas cenas. Além de ter uma voz incrível. Titus sempre mostra seu talento
vocal durante a série onde ele almeja ser ator e cantor da broadway. Kimmy o
encoraja a seguir seus sonhos desde o 1° episódio quando ele pretende abandonar
a carreira e ela tenta o consolar dizendo que um dia ele cantará no Grammy com
a Whitney Houston e o Michael Jackson. Péssimos exemplos, mas ok...
Todos
os personagens da série são ótimos, a senhoria de titus e Kimmy a sra Lilian (
Carol Kane) é uma coroa maluca que se mete nas confusões dos dois e acaba por
piorar tudo, a patroa de Kimmy, Jacqueline interpretada pela hilária Jane
Krakowski, as meninas do abrigo chamadas de toupeiras, o padrasto de Kimmy e
todas as participações especiais são excelentes, principalmente a de John Hamm
que surge no penúltimo episódio como o reverendo fanático totalmente fora da
caixinha, ele mostra uma faceta cômica nunca antes vista. Continua bonito só
que mais engraçado dessa vez. Os únicos que deixaram a desejar foram os filhos
de Jane, a malcriada e o pestinha. Mas eles são café com leite perto de
comediantes de peso.
A série é escrita por Tina fey e Robert
Carlock, por isso você sabe que não encontrará um texto fácil e mastigado com
piadas prontas e bordões. Tina faz uma participação como uma advogada pirada e inexperiente.
O humor é acido e sarcástico, é preciso estar afiado para entender as piadas,
talvez seja esse o motivo dela não ser um estrondoso sucesso. Ela é o típico
humor rebuscado americano, coisa que muitos brasileiros torcem o nariz. A série
brinca com vários estereótipos, absolutamente todos estão presentes ao decorrer
dos episódios e nada é ofensivo ou vulgar. Cada episódio é intitulado com uma
nova descoberta de Kimmy. E aos poucos vamos a conhecendo e vendo ela se
conhecer. As descobertas amorosas e das novas tecnologias também não poderiam
faltar, assim como as referencias a filmes e séries. Como quando eles dançam no
central park ao som de uma versão nova da abertura de friends na suposta fonte
onde foi gravado a mesma.
Unbreakable Kimmy é algo que faltava na
cena televisiva agora que séries como The Office acabaram. Até a abertura é
original e um misto de engraçada com confusa assim como a própria protagonista.
A segunda temporada já foi encomendada e os órfãos como eu da protagonista
ruiva, não vê a hora de reencontra-lá.