O
meu exemplar de O Amante de Lady Chatterley faz parte da coleção A obra prima
de cada autor, e é um dos muitos livros principais de cada autor escolhido. O
que torna esse livro mais apaixonante ainda é que antes de adentrarmos a
narrativa de Constance e Mellors, temos um texto sobre como surgiram os livros,
que é bastante interessante e me serviu de pesquisa para o trabalho de
conclusão de curso e fala um pouco sobre essa coleção das obras primas de cada
autor. Depois temos um texto sobre a vida do autor de Lady Chatterley Lover, o
D. H. Lawrence, e após conhecermos mais dele temos uma carta de sua esposa. Ai
enfim temos a história. As páginas seguintes contam o romance ardente desse
casal improvável e apontam o que de mais errado, controverso e preconceituoso
havia na época deles (e ainda há)
David
Hebert Lawrence foi um escritor genial, porém incompreendido. Teve uma infância
muito pobre, um pai bêbado e uma mãe dominadora (talvez daí venha as mulheres
fortes e determinadas de seus livros). Tinha uma saúde precária (uma tosse que
não passava), má sorte na vida amorosa (conheceu sua esposa quando ela ainda
era casada), era pouco sociável e buscava um lugar para chamar de lar por isso
viajava para vários países afim de se encontrar.
Seus
livros eram bastante polêmicos, sempre abordando o sexo, mas o mais ultrajante
para a época foi sem dúvida esse que vos resenho. As críticas classificavam O
amante de Lady Chatterley como pornografia e o livro foi censurado, só nos anos
60 que ele foi liberado e virou um sucesso.
O
livro acompanha a história de Constance que se casa com Clifford mas ele vai
para a guerra e volta paraplégico. Ele perde as funções sexuais e não pode ter
filhos. No começo isso não afeta Constance que continua sendo uma esposa amorosa
e dedicada, mas se estando carente de afeto ela logo se vê apaixonada por
Oliver Mellors, o guarda caças da família.
Quem
ainda não leu o livro pode se espantar com a sinopse e logo condenar Lady
Chatterley por trair o marido deficiente e no começo você sente pena de
Clifford mas você também entende o lado dela. Ele era um homem frio que não
aceitava ajuda e que menosprezava pessoas que não eram da sua categoria, tanto
ele quanto seu círculo de amizade. Mas ele não era de todo ruim. Ele realmente
amava Constance, apesar de não demonstrar. Ele se importava com ela e queria
sempre sua opinião, mesmo que discordasse dela algumas vezes. Mas Constance não
era de ferro, ninguém é, ela queria ser amada de verdade, queria ser tocada e
ter filhos e logo ela encontrou tudo isso no empregado da família.
Ela
teve um caso com um dos amigos de Clifford mas foi passageiro pois ele tinha as
mesmas ideias retrograda do marido. Constance não tinha nenhum tipo de
preconceito, era viajada, teve suas aventuras quando jovem e era bem empoderada
para a época. Mas em seu casamento ela era tão infeliz quanto a madame Bovary
do romance de Gustave Flaubert, outro livro que aborda a temática do adultério
e que também foi proibido. Mas ao contrário de Emma Bovary, a Lady é menos
desesperada e carente, ela é mais confiante. Essas duas obras são semelhantes,
mas diferentes nisso e em outros aspectos.
O
amante de Lady chatterley é um livro de 1928 e por isso eu pensava que as cenas
de sexo seriam leves por conta da época. Estava redondamente enganada. As
descrições são bem picantes, é como os livros eróticos de hoje em dia, só que
bem escrito e mais poético, mas até palavras de baixo calão relacionadas as
partes intimas do copo tem no livro.
E
além da quebra de tabu ao abordar a liberdade sexual o livro também critica as
diferenças sociais. Através de diálogos preconceituosos protagonizados por
Clifford o autor aponta o pensamento dos ricos que condenavam os pobres, os
negros, os homossexuais e todas as minorias. Em um dos trechos Clifford chama
os mineiros de animais. Para ele e as pessoas daquela época o dinheiro era
prioridade.
Vemos
no livro um valor exagerado ao dinheiro. O lado positivo é essa ambição toda
ligada ao amor, que dá uma visão realista a esse sentimento que depende do
dinheiro para sobreviver, pois é aquela velha história: amor não enche barriga
O
romance foi adaptado diversas vezes, há filmes antigos e também adaptações
recentes. Tem uma série curta de 1993 protagonizada pela Joely Richardson e pelo
Sean Bean (o Ned de Game of thrones) que não consegui assistir mas assisti ao
filme da BBC de 2015 protagonizado pelo Richard Madden que também fez Game Of
Thrones, ele era o jovem lobo Robb Stark (meu crush <3)
O
filme é uma livre adaptação por isso há partes bem fieis ao livro e outras nem
tanto. Senti falta de uma química maior entre os protagonistas. Os atores são
bons, Richard e Holliday Grainger que faz a Constance são bons atores, mas não
conseguem resgatar a paixão e a urgência do casal das páginas. As cenas de sexo
não são picantes, os criadores provavelmente se preocuparam com a classificação,
por isso usaram o artificio das sombras nas partes intimas. Toda a nudez era
escondida, até o linguajar é moderado. É uma adaptação bem fraca, mas é bom que
seja vista.
O
amante de Lady chattlerley é um livro clássico que deve ser lido pelo menos uma
vez na vida. É bem avançado para o seu tempo, além de ter conversas
interessantes sobre o amor e novidades daquela época como o bolchevismo, o industrialismo
e o pensamento intolerante dos nobres para com seus empregados e as minorias.
Oie, adorei sua resenha! Romances clássicos sempre tiveram muito sexo descritivo, mas até o boom dos eróticos contemporâneos eles ficavam escondidos nas livrarias. Então não se surpreenda se pegar outro clássico e se deparar com cenas descritivas, isso era muito comum na escrita!
ResponderExcluirBjs
Olá, tudo bem??
ResponderExcluirO sexo não foi inventado nos anos 2000, nem surgiu em um quarto vermelho. Ele é clássico, romântico e cheio de poesia, além de já ter sido altamente bem escrito e descrito. Diferente dessa bobajada de filme pornô de quinta que andam assolando as estantes atualmente.
Lady Chatterley é lindo, um romance daqueles de suspirar e sofrer junto com todos os personagens.
Parabéns ela resenha.
Beijos
Olá!
ResponderExcluirApesar das cenas de sexo, que não me incomodam, esse livro, por ser de época, não seria uma boa leitura, pois os livros desse gênero não são meus favoritos.
Olá, não conhecia o livro mas achei ele bem interessante, sou louca por romances de época e sua resenha me fez sentir muita vontade de ler esse livro e entender toda a trama. Amei mesmo!
ResponderExcluirMEMÓRIAS DE UMA LEITORA
Oii!
ResponderExcluirEu nãp conhecia o livro e fiquei animada para ler. Fiquei mais curiosa por ver que ele é uma obra avançada para o tempo de lançamento.
Ótima resenha e adorei essa comparação com o filme.
beijnhos
Olá, não conhecia o livro. Deixei anotado para poder dar uma conferida em breve. Ótimo texto ^^
ResponderExcluirTenho um exemplar desse livro aqui na estante há muito tempo, mas nunca me animo em ler. Por mais que eu adore os clássicos, ultimamente tenho me dedicado a outro tipo de leitura, mas gostei de saber que essa foi uma boa leitura para você!
ResponderExcluirBeijos
Camis - blog Leitora Compulsiva
Olá! Não conhecia o livro e achei a história bem interessante! Acho legal conhecer histórias com temas polêmicos, e ver como era o ponto de vista na época em que foi escrito. Vou procurar as adaptações e também o livro. Beijos!
ResponderExcluirOiiii, tudo bem?
ResponderExcluirNão conhecia o livro, e não sou muito apegada a romance de época, estou com vontade de começar a ler pro Julia Quinn e depois passar pra esses mais clássicos.
Dica anotada.
Bjus Rafa
Os clássicos geralmente se destacam por esta razão: uma história que é atemporal, não importa quando tenha sido escrita. Por isso eles trazem a sensação de surpresa, de reconhecimento e uma experiência interessante. Que bom que você gostou. Abraços!
ResponderExcluirOiii, tudo bem?
ResponderExcluirEu realmente não conhecia esse livro e ele parece ser mesmo um clássico, adoraria de um dia desses ter a oportunidade de ler uma obra dessas e a capa está linda.
Beijinhos da Morgs!
Olá linda,
ResponderExcluirNão conhecia esse clássico, mas já me apaixonei porque adoro livros clássicos e polêmicos, porque geram discussão e reflexão em quem ler.
Beijos!
Olá, não conhecia este clássico, deve ser porque sempre fiquei longe desse lado mais erótico da literatura. Mas que legal que houve uma adaptação do cinema, e que o livor tenha uma história tão bem construída.
ResponderExcluirAdoro clássicos, mas este em específico não me atraiu nem um pouco. Não curto cenas de sexo em livros, e quanto mais picantes ou detalhadas mais atrapalham minha leitura. Fora que não curto livros que têm traição, por mais que haja atenuantes no caso desse. Também não fiquei com vontade de ver nenhuma adaptação.
ResponderExcluirConfesso que a premissa não me atraiu muito :/, não é o meu gênero preferido por isso vou deixar passar a dica!
ResponderExcluirBeijos e boas leituras!
Oiee ^^
ResponderExcluirAinda não conhecia esse livro, e acho que nem mesmo o autor. Não fiquei muito curiosa, principalmente por causa das partes eróticas, das quais eu não gosto. Ainda assim, achei interessante ter sido adaptada tantas vezes. Para isso acontecer, deve ser bom.
MilkMilks ♥
Olá!
ResponderExcluirAcredita que não conhecia ainda nem o autor e a obra? Mas fiquei morrendo de vontade de conferir, ainda mais porque adoro livros com histórias assim. Gostei muito de você citar também a adaptação, vou procurar essa minissérie.
Beijos.
Olá, tudo bem?
ResponderExcluirEu adorei a sua resenha, já anotei a dica para ler ainda esse ano.
Fiquei curiosa para saber como era a narrativa desse autor.
Abraços
http://www.viciadosemleitura.blog.br/
Oi, tudo bem?
ResponderExcluirGostei muito da sinceridade da sua resenha, pois percebi que me sentiria desconfortável com a leitura. Eu sou muito romãntica, por isso não gostei muito desse enredo de traição, de liberdade sexual, mesmo que seja um clássico. E por um dia ter sido considerado pornografia, me afastou mais ainda.
beijinhos.
cila.
http://cantinhoparaleitura.blogspot.com.br/