quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Review filme 50 tons mais escuros


            Eu li o primeiro livro de Cinquenta tons de cinza e com muito esforço consegui termina-lo. Não gostei nem um pouco e por isso não me interessei em ler os outros livros, mesmo que algumas pessoas tenham me dito que o segundo livro é bem melhor do que o primeiro. Então sem saber o que iria encontrar em Cinquenta tons mais escuros eu fui ao cinema e o resultado já era o esperado.
           Nesse segundo filme Anastácia e Christian começam separados, mas depois logo se acertam e precisam lidar com uma ex-submissa psicopata dele, a “sra Robinson” (que o introduziu a essa vida) e o chefe abusador de Anastácia.
         Antes de ir ver o filme eu chequei as criticas como de costume e elas estavam bem ruins, como já imaginava. O próprio site Omelete fez chacota com o filme ao dar 4 ovos por que ele diverte. Sim, um filme que deveria ser um drama/romântico/erótico é classificado quase como uma paródia. E acreditem, eles não estão errados em classifica-lo por isso já que ele possui vários momentos risíveis, eu gargalhei alto algumas vezes.
           O filme possui frases cafonas que não funcionam em nada como frases de feito e ainda cenas absurdas como a do helicóptero. Pessoas que leram me disseram que no livro há todo um contexto para essa determinada cena e ela é mais longa nas paginas não tornando o acidente de helicóptero tão absurdo, mas no filme a resolução foi tão preguiçosa, tão ridícula, que eu não parava de rir no cinema.
     A perseguição a submissa de Christian também é absurda. Como é que vários seguranças enormes e armados não conseguem deter uma menina da minha altura? (eu tenho a estatura de um Hobbit) A garota entra no apartamento de Anastácia, na garagem de Grey, aparece em todos os lugares e tudo isso tranquilamente, sem empecilho algum. Fora a forma que Grey a domina em uma das cenas, nessa parte já não conseguia mais rir, mas só sentir repulso. Como uma mulher pode se sujeitar a aquilo? A um homem daquele? Isso que eu gostaria de entender nas mulheres que amam esse personagem.



          Anastácia também ficou perplexa com o que viu e a personagem até tenta não se submeter mais a ele e tenta fazê-lo enxergar como é um relacionamento normal e sadio, mas ela falha miseravelmente na maioria das vezes. Algumas horas ela bate o pé e se impõe, muito mais do que no primeiro filme, mas em outras ela volta a ser só mais uma submissa dele.
              Ela precisa ir em uma viagem a negócios com seu chefe (que não era boa coisa mas isso não vem ao caso pois trabalho é trabalho e até então eles não sabiam da índole dele) e comunica isso a Christian. Por mensagem ele dá um NÃO para ela. A proíbe e ela bate o pé, diz que não pediu permissão e tal, até ai estava amando essa nova versão decidida da personagem. Mas ai ela vai para casa trepa com o seu “namorado perfeito” e no outro dia comunica ao chefe que não poderá ir com ele. OI? O sexo foi tão bom assim ao ponto de faze-la mudar de ideia?
              O chefe não gosta nada e começa a trata-la diferente. Nesse filme não vemos apenas uma figura masculina abusadora, vemos duas. Além de Christian Grey que já sabemos que é um sádico, ciumento, doente e possessivo também temos o patrão que acha que tem domínio sobre todas as áreas da vida de sua funcionaria e que começa a fazer birra quando não consegue o que quer. Um clássico caso de assédio no ambiente de trabalho. Quando Anastácia dá um chega pra lá nele o roteiro poderia ter feito uso de um dialogo empoderador ou algo do tipo, mas em 50 tons não temos espaço para isso. Mesmo que a reação dela tenha sido boa o roteiro logo faz questão de botar christian para socorrê-la.
         As atuações estão melhores nesse filme, nada grandioso, digamos que os atores principais melhoraram uns 10% desde o fiasco de suas performances no primeiro longa. Aqui temos Kim Basinger como Helena ou melhor a “sra Robinson” outra atriz para o time dos atores limitados. No passado ela era uma mulher linda, mas nunca uma boa atriz.
            Os figurinos e a direção de arte estão impecáveis, eles e a trilha sonora são sempre as melhores coisas desses filmes. Ele não é mais dirigido por uma mulher, mas sim pelo diretor James Foley que parece estar ali só para cumprir sua função e ganhar um dinheirinho.
           E Cinquenta tons mais escuros é isso, um apanhado de situações bizarras, boa trilha sonora, visual deslumbrante, algumas cenas excitantes (mas poucas já que esse filme foca mais no romance do que no sexo) atuações medianas, e relacionamentos abusivos. Quanto a fidelidade ao livro não sou capaz de opinar, mas me disseram que ele está bem fiel, talvez se eu tivesse lido teria gostado mais, ou não né vai saber. O fato é que por enquanto, por conta dos livros e de suas adaptações, 50 tons de cinza definitivamente não é para mim.

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