Dos
indicados ao Oscar esse é o que menos gostei. Ele é aquele típico filme boring
feito somente para concorrer a prêmios. Sabe aqueles filmes indicados que são
assistidos só pelos cinéfilos e só por que eles estão fazendo uma maratona do
Oscar? Esse filme é ele. Aquele tipo de filme que a gente assiste uma vez para
nunca mais e que não indica para as pessoas normais por que sabe que elas vão
odiar.
Fences
é um filme baseado numa peça de teatro muito aclamada e conta a história de
Troy, um ex jogador de beisebol que sonhava em se tornar profissional mas
acabou trabalhando como lixeiro.
No
filme vemos o retrato de um homem frustrado que está infeliz com o rumo que
levou sua vida, mas em nenhum momento sentimos pena dele graças a sua
arrogância e seu jeito ignorante de ser. Ele é um homem muito real. Ao ver esse
personagem nos remetemos a pelo menos uma pessoa que conhecemos e que é assim
(eu posso citar uns cinco entre parentes e conhecidos) ele é aquele típico
macho alfa que acha que a mulher deve viver somente para ele, o alimentando,
cuidando dele e fazendo tudo que ele manda, pois é o dever dela como esposa.Ele dá ordens a ela o tempo todo e sempre joga na cara que ele é um ótimo marido simplesmente pelo fato de trabalhar e botar comida na mesa. Faz comentários sexuais embaraçosos na gente do amigo dele e trata os filhos como lixo, principalmente o mais novo que também quer ser jogador, mas o pai não aceita por inveja já que ele não conseguiu realizar seu sonho.
Troy
é interpretado por Denzel Washington que também dirige o filme. Sua direção é
quase apática e quase inexistente, não vejo razão pela indicação a melhor
direção. Mas sobre o quesito atuação sabemos que Denzel é excelente, não há
como dizer o contrário, mas nesse filme ele está apenas ok. Logicamente existem
cenas em que seu talento como ator é melhor explorado e ele se destaca, mas na
maioria das cenas seu trabalho é tão mecanizado, tão calculado, que parece estar
no teatro.
Como
a maioria dos críticos falaram, esse filme realmente parece uma peça de teatro,
ele pegou o mesmo texto da peça, foram para um estúdio de cinema e filmaram a
peça, a impressão é essa. Eles não enxugaram e não melhoraram nada. Tanto que
os diálogos são chatos e intermináveis, parece que a trama não evolui, não
anda, parecem estagnados naquele mesmo espaço para sempre e isso é muito ruim
para um filme. Teatro é teatro, cinema é cinema, são mídias completamente
diferentes, eles deveriam ter trabalhado melhor nisso.
Quem
salva o filme é Viola Davis que faz a doce Rose e brilha nas cenas em que
aparece. Por mais que o roteiro tente pôr a culpa nela sabemos quem é o
verdadeiro culpado ali. Há uma reviravolta no filme que nos faz acordar. Viola
como Rose magoada e de coração partido protagoniza a melhor cena do filme, e a
cena por qual ela foi indicada ao Oscar. Provavelmente ele levará o Oscar de
melhor atriz coadjuvante.
Um
limite entre nós é um filme que testa nossa paciência. O começo do filme então
é um martírio, só depois da reviravolta citada acima que ele ganha força. Mas o
pior de tudo é a forma que os personagens ficam endeusando seu protagonista
escroto, falando coisas boas que ele proporcionou a cada um, coisas que não
convencem. Antigamente sabemos que as coisas funcionavam dessa forma, o homem
podia ser um ogro mas se ele botasse comida na mesa ele era um herói. O
assustador é parar para refletir e pensar que ainda hoje existem mulheres que
se submetem a isso. Se vocês também estão fazendo maratona do Oscar recomendo
que veja esse filme, mas do contrário passe longe, a não ser que você seja uma
pessoa muito paciente.
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