sábado, 11 de abril de 2015

Review Cinderela


       A nova onda (do imperador rs) da Disney é repaginar totalmente os contos de fadas. Os desenhos clássicos que tanto amávamos tomam uma nova roupagem, como Malévola, branca de neve e o caçador e Alice no país das maravilhas por exemplo onde as frágeis princesas se tornaram corajosas guerreiras e o caso de malévola onde o foco foi a vilã e não a bela adormecida. E também tivemos uma nova leva de princesas nesse mesmo molde das mais velhinhas, como foi o caso de Frozen e Valente.
       É claro que toda essa bravura e autossuficiência assustou de início. Principalmente aos pais das crianças que cresceram assistindo donzelas em perigo do technicolor. Este estranhamento foi breve e diante do movimento feminista que ganhou uma força esmagadora rapidamente nos adaptamos aos novos contos.
Mas ai surge Cinderela que nos coloca num Delorean disfarçado de carruagem de abobora e nos remete a 1950, quando foi lançada a animação mais famosa da Disney e onde fomos apresentados a uma menina boazinha e de coração puro. Esta nova Cinderela é praticamente a antiga. Desta vez não há armaduras, não há espadas, não há qualquer arma, não há bravura e nem respostas na ponta da língua, apenas um Não discreto no final do filme dosado com pequenas gotas de coragem. Isto por que a frase tema do filme e que é repetida um milhão de vezes pela protagonista é: seja corajosa e gentil. E apesar dela praticar mais a gentileza do que a coragem o filme é uma espécie de break revigorante dos contos de fadas.
       A história é a mesma, apenas o nome da princesa é diferente, Ella perde a mãe quando criança (interpretada por Hayley atwell, a agente Carter, irreconhecível loura) e quando cresce dá apoio ao pai para se casar com uma mulher bonita e elegante. porém com o tempo descobre quem ela é, alguém cruel e ambiciosa e de brinde vêm as irmãs feias e invejosas. A madrasta é interpretada por Cate Blanchett, que tem um olhar tão poderoso e maléfico que faz qualquer um teme-la. Até a risada maligna adicionada é fabulosa, sem cair no ridículo. Cate é excelente em tudo o que faz mas seu ponto fortíssimo é realmente interpretando vilãs. Ela poderia ter roubado a cena se não fosse a doçura e a classe de Lily James (Downton abbey) que foi uma escolha acertada para a doçura clássica de Cinderela. Apesar de bobinha ela não chega a dar nos nervos. Pelo contrário, é fácil se pegar suspirando por ela, seja homem ou mulher. Ela é de um nível ideal de fofura, sem falar na elegância.

       A química com o príncipe ficou evidente na primeira cena deles juntos na floresta. Ele foi interpretado pelo lindo do Richard Madden (o Rob stark de Game of thrones) que traz um personagem diferente do que vimos na série, um verdadeiro príncipe encantado que consegue se expressar bem nas cenas de drama e divertir nas engraçadas, alem de despertar olhares apaixonados. Os olhos azuis ficam em total evidencia já que em GOT a escuridão dos reinos os esconde. O curioso é que ambos os protagonistas pertencem a séries badaladas.


       Helena Boham Carter narra e interpreta uma fada madrinhas fashionista e diferente da fada da animação (Que mais parecia uma tia avó divertida) e também da própria Helena, que surge menos excêntrica e descabelada, continua espalhafatosa, só que na medida certa, mais uma vez ela prova que é uma ótima atriz, o povo que tem preconceito com ela. Todos os atores do longa fizeram um bom trabalho, além da boa direção de Kenneth Branagh um grande adepto de Shakespeare e que dá sempre um jeito de encaixa-lo na maioria de seus trabalhos, até Thor não escapou. Foi bastante competente neste e sensato ao retornar com as antigas raízes. Outra curiosidade: ele é ex marido de Helena. O diretor caprichou na escolha dos figurinos e da fotografia. A desconfiança de que seria primoroso veio pelo pôster, onde o azul do vestido de Cinderela casa com o fundo soturno e os cabelos esvoaçantes. O visual é bastante ponderado. Quando de dia o verde da floresta, o amarelo do sol, o colorido dos vestidos (das irmãs principalmente), os olhos azuis do jovem lobo (príncipe encantado rs) e a noite as cores fortes do castelo na noite do baile, os labirintos do jardim, a carruagem e o próprio vestido da cinderela, de um azul bem escuro com pequenos pontos de luz nele e no cabelo (inclusive da fada madrinha) sem falar no sapatinho de cristal que é de dar inveja. Tudo é o sonho de consumo de qualquer garota, seja fashionista ou não.
       O filme não exagera nos efeitos especiais, outro diferencial dos filmes da fase atual da Disney. Ele não chama a atenção do público pelos efeitos e sim pela simplicidade. Mesmo que a cena da transformação da carruagem em abobora seja exuberante e aflitiva. Os animais amigos de Ella são feitos digitalmente e roubam a cena, como na animação eles parecem falar, mas sem falar realmente. O que proporciona cenas engraçadas, além de aprontar bastante como os da versão clássica. O cachorro Bruno é substituído por um ganso (assim como em muitas residências hoje em dia, coincidência ou não) que assim como o gato da madrasta má são animais de verdade. Até hoje é difícil entender o por que do nome do gato ser lúcifer, um nome horrível até de pronunciar, este nome supostamente foi dado por conta da dona do mesmo ser maligna, não vejo outra explicação, este definitivamente não é um nome comum como qualquer outro, para aqueles que gostam de teorizar sobre as mensagens subliminares da Disney não tem argumentos para com este nome já que está explicito seu significado.
Esta nova versão de Cinderela chega para encantar as crianças e os adultos que conhecem ou não a versão original, além de explicar alguns furos de roteiro do clássico e além do mais voltar as raízes é sempre bom, por que antes de pensar em ser destemida toda menina já pensou em ser uma princesa.



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