sábado, 27 de junho de 2015

Review Jurassic World


       O parque está aberto novamente... (contrariando qualquer improbabilidade de como isso foi possível, já que os animais estavam vivendo na ilha livremente e sem explicações eles os agruparam para servir como atração) mas Jurassic Park nunca foi movido pela lógica. Até as explicações mais detalhadas dos filmes anteriores desproviam de sentido. Afinal se pudesse extrair DNA de dinossauros através dos mosquitos que sugaram seu sangue, vocês não acham que um desses gênios, playboys, filantropos (sai de mim Marvel) japoneses, chineses, coreanos, whatever, (que roubam nossas vagas nas universidades e empresas) não teriam revivido esses seres extintos? A anos atrás um dos gênios de olhinhos puxados até sonhou com a possibilidade de criar um parque como o Jurassic, mas é claro que a ideia flopou.
Contudo o publico desses filmes não está interessado nas teorias, reais ou falsas, eles estão interessados em ver dinossauros enormes apavorando as pessoas e tendo momentos “Thug life” e este último Jurassic Word é fiel a esse publico.
       O parque é reaberto e está completamente diferente do anterior. Agora a tecnologia é de ponta e as atrações são gigantescas. Há dinossauros em holograma no hall principal e dinos de verdade por todo o parque, encarcerados e domesticados. Cada parte do parque é uma copia descarada de atrações normais que vemos nesses parques famosos como Disney, sea world, museus, esses safáris motorizados e até Beto carreiro se bobear. As crianças pequenas montam em filhotinhos de Tricerátopos como se fossem pôneis, abraçam os pequenos pescoçudos Braquiossauros (que são uma graça) fazem passeios por toda a extensão do parque dentro de uma esfera, assistem o T-Rex devorar coisas através de um vidro e são encharcados por um dinossauro aquático, o Mosassauro, que lembra aquelas baleias orcas fazendo show. (Inclusive no final este Dino deixa de ser apenas uma atração e tem um momento épico) mas ainda há o que virá a ser a maior atração do parque. Uma raça pior do que o T-Rex criada no laboratório. Só podia dá merda. Como o próprio protagonista diz eles já têm dinossauros, isso já não é atrativo suficiente?

E por falar nele, temos como o Alan da nossa geração, Chris pratt (Guardiões da galáxia, nem precisava dar referência pois ele está tão em alta que todos já o conhecem) ex fuzileiro da marinha que trabalha como domador dos velociraptor. Nas mãos dele uma das raças prestóricas mais inteligentes vira cãozinho adestrado (ou quase isso, como um cão raivoso eles também tem seus momentos) 


       Pratt deixou de ser o gordinho da tv para ser protagonista dos filmes de herói e aventura. Assim como em guardiões ele está muito bem, só que dessa vez mais contido e menos dançante. Ele até tem uma piadinha ou outra, mas na maioria das cenas ele interpreta o cara sério e sarado. E convence como tal mesmo que em certos momentos você fique esperando que ele fale algo engraçado ou faça algo desastroso. Os estúdios podem confiar nele, pois além de ser um bom ator também é carismático e com isso atrai o público. A única coisa que incomoda é a falta de química com Bryce Dallas Howard, porem ela também se saiu bem como heroína de ação. Começou como uma mulher obcecada por trabalho e uma tia relapsa que mal sabe a idade dos sobrinhos, mas depois virou uma heroína de vídeo game que corre de salto alto. Dos sobrinhos o único rosto conhecido é Ty Simpkins que atuou em homem de ferro 3 e volta neste interpretando o mesmo personagem de Iron Man, o menino engraçado, carente e inteligente. Obviamente o alivio cômico do filme, juntamente com Jake Johnson (o Nick de new girl, que começou com piadas fracas, mas depois foi melhorando até ter uma cena de gargalhar no final) O outro irmão interpretado por Nick Robinson, é apenas o rostinho bonito que fica de olho nas menininhas, tipo um garoto normal e nada de excepcional. Vicente D’Onofrio é o bad guy, porém muito mais bonzinho e inofensivo do que o fisk de O Demolidor. Apesar de entregar uma boa interpretação, ela é apagada e nenhum pouco temerosa pois ele parece apenas uma justificativa para se ter um vilão, quando na verdade o verdadeiro vilão é o Indominus Rex, o dinossauro hibrido.
       Uma das possíveis razões do sucesso desse novo capitulo se dá é claro pela retomada da franquia de sucesso e a tentativa (bem-sucedida) de conquistar um novo público, por isso tantos elementos tecnológicos no parque, eles se adaptaram a esse mundo e evoluíram com ele. E também o êxito desse filme se dá pela semelhança com o 1° filme, aquele que é indiscutivelmente o melhor filme da franquia. O personagem de Chris Pratt já citado tão parecido com o de Sam Neill, o de Bryce que não é tão idêntico ao de Laura Dern mas tem lá suas semelhanças, como o fato de não serem tão maternais e serem independentes, Bryce fica mais Ellie da metade para o final, onde fica mais durona e protetora com as crianças e por falar nelas aqui temos também duas crianças com parentesco com alguém importante do parque e que tem uma das melhores cenas de ação misturada a comédia. Aquela cena divertida e agoniante da trama sempre fica a cargo das crianças. O dono que é fascinado pelo parque, mas ao mesmo tempo defeca para os perigos dele, no primeiro foi o velhinho John, nesse é o indiano que também gosta de objetos voadores. Até o personagem de Vicente parece com alguém do 1° filme, aquele gordinho que assim como o personagem de Vicente tentou roubar os embriões, mas se deu mal, o gordinho morreu no carro pelo dinossauro que solta uma gosma preta venenosa (que eu comparava com a Fran da família dinossauro quando eu era criança)


       Jurassic world não é o melhor filme do ano (dos exibidos até agora) mas um dos melhores da temporada, tem lá suas falhas, (ainda não engoli o fato de velociraptors serem domados) e mesmices, não se arriscou em muita coisa mas trouxe conceitos repetidos que deram certo, como o dinossauro hibrido (Um ser produzido em laboratório que acaba se tornando vilão, quantas vezes você viu isso?) Que acabou ficando show. [spoiler] um dino que se camufla e finge a temperatura do corpo é extraordinário. Inclusive as cenas em que se descobre tais habilidades são incríveis e reboota a aquela tensão tão presente no primeiro filme. Os efeitos especiais estão ótimos, como era de se imaginar, a impressão é que poucas vezes se usa os animatronics. O filme pode ter decepcionado muita gente, já que dividiu a crítica, o povo queria algo que superasse o 1° mas isso seria pedir demais, o fator surpresa: dinossauros sensacionais já foi superado a 22 anos, aceitem! Nem por isso deixa de ser uma ótima diversão e um filme espetacular para os pequenos, tinha um menininho na minha fileira que não conseguia sentar encostado, ele ficava sentado na ponta com os bracinhos na cadeira a frente de boca aperta, foi lindo de ver e saber que um dia fiquei perplexa e maravilhada da mesma forma. Jurassic world é um filme pipoca para curtir e relembrar, só isso já paga quantos ingressos forem possíveis. O T-Rex não foi a estrela principal como nos primeiros, mas eles deram um jeito de destacar sua figura novamente e foi lindo, a figura antes temida agora é elevada ao herói como se a última cena do 1° filme tivesse se estendido nesse. Não é o melhor filme da trilogia (de quatro rs) mas é bem melhor que o segundo e o terceiro juntos, só não foi melhor pois não teve Steven Spielberg na direção, só ele consegue dar o tom de desespero mesclado a diversão na medida certa, o novo diretor John não inovou em suas técnicas e só tentou segui-lo mas mestre é mestre e ninguém faz igual a ele.

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