domingo, 30 de novembro de 2014

Jogos vorazes - A Esperança parte 1


       A esperança é a terceira parte do estrondoso sucesso chamado Jogos Vorazes, saga que é muito mais do que o clichê adolescente. Não é sobre seres sobrenaturais e não abusa do romantismo para conquistar ninguém. (neste o teor romântico é mais reduzido ainda, apesar dela passar mais tempo com Gale) É um filme sobre a força de uma garota que vai contra um governo ditador. Só essa explicação deveria ser o suficiente para afastar a garotada, mas por incrível que pareça eles foram a razão dos dois primeiros filmes terem ficado no topo das bilheterias durante semanas, se eles entendem a proposta do filme isso fica difícil saber.
       Nesse terceiro filme vemos o resultado e os traumas dos episódios anteriores. Katniss conseguiu sobreviver há dois dos jogos vorazes (uma espécie de reality assassino promovido pela capital) mas apesar de ser uma garota forte e destemida agora surge insegura e vulneral. Com toda razão, eu ali não teria nem sobrevivido a primeira cena do primeiro filme. Mas ela é badass, uma espécie de Rambo feminino e por isso sobreviveu e burlou o sistema no primeiro Jogos vorazes e no Em chamas quando apagou todas as câmeras com uma única flechada. Literalmente ta gente? Nesse ela e os sobreviventes vivem sob a liderança da presidente Coin e convivem com a ameaça do poderoso Snow que usa Peeta para impedir Katniss e os habitantes de Panem. Há todo momento você percebe um clima tenso no ar. Como se algo muito ruim estivesse prestes a acontecer e em alguns momentos você acha que Katniss vai explodir e não irá aguentar mais nenhum tipo de pressão imposta a ela. Porque o que percebemos é que o destino daquele povo está nas mãos dela, uma menina no meio de uma guerra sem saber em que direção seguir. Isso até a metade do filme quando ela se levanta e finalmente se impõe ao dizer a frase: “Se nós queimarmos vocês queimam com a gente”. Outro momento forte da personagem é quando ela canta a canção de liberdade deles Hanging tree, uma canção beeem melancolia e mais depressiva do que todas as músicas da Adele juntas. Mas essa musica vira uma espécie de hino para os que se rebelam ao lado da nossa heroína. A versão dublada da canção é um pouco broxante e desafinada, recomendo ela na voz da própria Jennifer Lawrence (versão que por acaso já baixei). E por falar nela como era de se esperar a ganhadora do Oscar está arrasando como sempre, provando mais uma vez que ela é sim uma das melhores atrizes de nossa geração, se não for a melhor. A forma como ela se entrega ao personagem sem pudor e sem medo de parecer feia ou esquisita é genial. Ela não se contem, ela chora escandalosamente, grita, arregala os olhos até não poder mais e nos arrepia em todas as cenas. Seria cedo demais para considera-la a próxima meryl Streep?

       Todo o elenco é bastante eficiente, com raras exceções como o Liam Hemsworth (gale) o irmão caçula e inexpressivo de Thor. E com pesar que digo isso, o Sam Claflin (Finick) que por acaso irá interpretar futuramente meu personagem literário preferido mas que ainda não se mostrou bom o suficiente. No Em chamas ele foi coerente pois fazia o tipo conquistador mas nessa versão traumatizada do personagem lhe faltou muito torrão de açúcar. Só quero ver como ele se sairá ao interpretar um tetraplégico ranzinza e afetado (e lindo, charmoso e maravilhoso)....prefiro nem pensar! Fora eles todo o elenco jovem é eficiente. Josh Hucherson (Peeta) soube lidar com a evolução do personagem, jena Malone (Joana) que apesar de ter apenas uma cena neste se mostrou eficiente no Em Chamas, Willow shilds (Prim) que faz a irmã de Katniss e nesse filme está mais presente e as novas aquisições como Natalie Dormer (Cressida) que se mostra bastante confiante em sua atuação.


       Do elenco adulto não preciso nem comentar Juliane Moore (Coin) que é uma figura marcante em qualquer personagem que faça. Nem o cabelo horroroso e que foi muito zoado no filme e nos bastidores conseguiu ofuscar sua forte presença. Juliane está em trezentos filmes recentes e há quem o diga que ela está bem perto de seu merecido Oscar. E Philip seymour Hoffman que faleceu este ano e ganhou um In memoriam nos créditos finais. Mas deixou um excelente personagem, assim como todos que ele fez. 
       A esperança pode ser lento e arrastado em algumas partes mas quando você se vê cansado lá vem uma explosão ou uma atuação primordial que te faz acordar.Isso provavelmente foi ocasionado pela nostalgia dos jogos que são o ponto alto da trama e te faz grudar os olhos na tela. Dos três ainda prefiro o Em Chamas mas não posso desmerecer esse de forma alguma. Na verdade a saga não pode ser posta de lado nem por adultos e muito menos pelos adolescentes. Como disse lá no comecinho Jogos vorazes é muito mais do que um filme Teen. Ele critica o marketing midiático a todo custo, mesmo que subliminarmente, porque apesar do caos e da destruição lá estão as câmeras mostrando a todos o que acontece, numa espécie de reality pós show. Mesmo que neste eles tenham usado esse recurso ao seu favor, mas é claro que Snow usou para manipular os habitantes de Panem e por isso ele é um filme realista, político, revolucionário e que por vezes se assemelha com o governo de muitos países e por isso acende em nós um sentimento de querer sair dali e lutar pelas injustiças ditatoriais, mesmo que esse sentimento só dure apenas até o filme acabar. Posso estar divagando mas o mockingjay (demorei metade do filme pra saber que isso significava tordo) pode ser eu e você numa arena chamada Brasil.


sábado, 29 de novembro de 2014

O Adeus ao gênio Roberto Bolaños....



       Chaves, chapolin, chespirito e tantos outros personagens de Roberto Bolaños fizeram parte da minha e da sua infância. Especialmente Chapolin o anti herói mais conhecido como polegar vermelho e chaves, no México chamado El chavo del ocho, o menino pobre que supostamente morava em um barril.
       O gênio por trás desses personagens tão bem construídos, interpretados e dirigidos foi Roberto bolaños, que infelizmente faleceu na tarde de ontem (28/11/2014) Sei que um dia teria que acontecer mas é difícil dizer Adeus há alguém tão presente na infância de muitos.
Tenho um carinho muito grande por Roberto, porque como não poderia ser diferente também cresci assistindo, rindo e imitando seus personagens. Minha história com Chapolin e Chaves começou muito cedo. Segundo meu avô assim que comecei a aprender a formar palavras e formar frases uma das frases que mais estiveram presentes nos meus lábios eram: “Não contavam com minha astúcia” na minha versão quando bebe era: “não contavam com minha tuta” rs falava isso 30 vezes por dia e acompanhado de um pulinho igualmente ao meu herói de infância. Por conta disso meu avô me deu a notícia de sua morte com tanta delicadeza.
       Notícias falsas sobre a morte dele surgiam todo ano, por isso não acreditei de imediato mas dessa vez era verdade e tive a confirmação coincidentemente enquanto assistia Chaves no sbt. E até agora está sendo difícil de assimilar.
Roberto já estava muito doente. Fazia anos que não aparecia e não trabalhava mas os episódios eram repetidos várias e várias vezes há 30 anos na tv brasileira. E mesmo que fossem os mesmos episódios e as mesmas piadas o público não deixava de assistir. Chaves foi o carro chefe do sbt por anos por tamanha popularidade desse programa.
É difícil um programa ter tanta popularidade e por tantos anos depois de seu cancelamento, mas esse era o caso porque dava para nos identificar com os personagens e rir deles. Quem nunca conheceu alguém que pudesse ser comparado com os personagens tão queridos da vila? Eu mesma por exemplo tenho um chaves, um Quico, uma Chiquinha, um seu madruga, uma dona Florinda e um professor girafales entre família/amigos e vizinhos. E quem nunca chamou aquele amigo gordo de ñoño? (Eu jurava que se escrevia nhonho)



       O legado da cultura pop que Roberto nos deixou é imensurável. As frases, os trejeitos, as musiquinhas, as roupas (toda festa a fantasia tem um personagem da vila ou um Chapolin), tudo.... Quem nunca disse: foi sem querer querendo! Ou “você não vai com a minha cara?” e eu pessoalmente vou mais longe porque toda vez que alguém quer falar algo pra mim e não consegue lembrar da palavra eu solto essa: “o gato ou o Quico?” e a maioria das pessoas não entendem porque eu disse isso mas simplesmente riem porque se lembram do tribunal do chaves. Aposto que você já ficou na porta da sua sala na escola e quando o professor estava chegando dizia correndo: “já chegou o disco voador” ou se não “venha tesouro não se misture com essa gentalha” em determinada ocasião. Além das frases existiam as piadinhas e os aprendizados que você tirava sem perceber. Com chaves você aprendeu a desenhar um porquinho, um xadrez para principiantes, uma xilofompila e fazer poemas (vide o cão arrependido) aprendeu sobre história, geografia, inglês e até biologia. Você sabia que os sapinhos fazem realmente HUM, HÁ, HUM? É algo ligado ao sistema respiratório deles ou algo do tipo, um professor de biologia nos disse um vez. Além de outras coisas como o fato do Quico ter o complexo de Édipo. Ele se veste como o falecido pai (que era marinheiro e descanse em pança) mas não para imita-lo. Ele quer ser como o pai para poder encontrar uma mulher como a mãe dele, dona Florinda, por quem ele tem uma admiração muito maior do que a que tem pelo pai. Isso faz todo sentido quando você descobre que Carlos villagrán (Quico) namorou dona Florinda antes dela se casar com chaves. Outra curiosidade: sabe porque o cabelo da Chiquinha não fica igual de um lado e de outro? Uma maria Chiquinha fica em cima e a outra em baixo. Isso ocorre porque ela é filha de um homem viúvo e homens que criam suas filhas sozinhos supostamente não sabem pentear elas direito. Essas são algumas das coisas simples e imperceptíveis mas que não estavam ali por acaso, tinham um proposito na cabeça de seu criador.
       Roberto escrevia, atuava e dirigia em seus programas e sua genialidade era tanta que seu apelido Chespirito era uma comparação com Shakespeare. Tudo que ele fazia era minimamente orquestrado para que fosse tão divertido e especial do jeito que era e olha que a formula era bastante simples. Eram adultos interpretando crianças e se importavam exatamente como tais, sem acrescentar elementos alegóricos como hollywood faz que tornam personagens infantis tão artificiais e incomuns. 

Roberto e sua relação com o cinema



       Bolaños tinha uma noção extraordinária de cinema. Prova disso era o ícone pelo qual ele se inspirava para compor seus personagens: Charles Chaplin. Um dos maiores comediantes que já existiu e que foi o pioneiro na arte de fazer rir. Até fisicamente os dois eram parecidos. Eram baixinhos e roberto o imitava no andar ao curvar as pernas. Só faltou lhe o bigodinho e a bengala. Porque o chapéu estava lá, só que de formatos e cores diferentes. A série chapolin era aquela velha imitação do herói americano (só que mexicano) e com características de anti herói. Ele não era corajoso como o superman. Ele corria dos bandidos, se encolhia com as pílulas, se escondia deles e ainda sempre esbarrava em algo ao dizer: “sigam-me os bons” ele era medroso porem carismático e de uma forma ou de outra ele sempre salvava o dia. O programa chapolin sempre tinha uma referência cinematográfica, uma das mais fortes foi ele fazendo a celebre cena de cantando na chuva. Só que dublando e dançando de forma bem inferior há Gene kelly, mas tudo bem....

O mito Eterno....

       É muito difícil você ser fã de alguém e imita-lo ao ponto de alcançar seu patamar mas isso aconteceu com Roberto Gómez bolaños. Ele foi tão genial quanto Charles Chaplin e assim como seu ídolo ele introduziu várias críticas sociais em seu trabalho. Um trabalho simples, ingênuo e puro que não apelava para palavrões, baixarias, mulher pelada e piadinhas de duplo sentido. Ele foi autentico e encantou milhares de gerações pela América latina. Meus pais assistiram chaves, eu assisti chaves e com certeza meus filhos assistirão chaves...porque mesmo que ele não esteja no ar daqui a 30 anos ele terá sempre um lugarzinho especial na minha estante, na minha mente e no meu coração. 


quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Primeiras impressões da Serie Flash


Não consigo ter uma primeira impressão baseada no 1° episodio, tenho que assistir pelo menos mais dois por isso vamos lá...
       Primeiramente gostaria de dizer que sou fascinada por filmes de heróis. Aplaudo a forma que a Marvel evoluiu no cinema e como aprimorou a qualidade de seus filmes, e alem dela gosto de filmes de heróis em geral, menos aqueles que não descem pela goela de jeito nenhum como lanterna verde, superman - O retorno e mulher gato, por exemplo, mesmo sendo apedrejado por todos, acho O Demolidor “assistível” e com muita paciência dá para aguenta-lo até o fim. Diferente de superman que para mim é inconsumível, não estou falando de qualidade de roteiro, efeitos especiais, atuação e todas essas coisas... Estou falando de GOSTO pessoal. Cada um com o seu.
Em geral gosto muito dos filmes desse gênero, mas já as series...
       Ainda não surgiu nenhuma serie inspirada em heróis, quadrinhos, whatever que tenha me empolgado, tentei acompanhar Agents of shield, smallville e até Arrow que tem um publico gigantesco, mas não consegui me fixar em nenhuma. Ainda darei uma 2° chance para Agents e Arrow, pois talvez tenham sido atropeladas pelas outras series que eu fui assistindo posteriormente. E nessa ultima (Arrow) surgiu o personagem Flash que apareceu estrategicamente para ganhar um spin-off em seguida.
       Antes de se tornar o ligeirinho escarlate, Flash é Barry Allen um adolescente comum que trabalha na policia. Provavelmente quem o designou para o cargo foi um policial que o criou depois do acidente e morte de sua mãe (causado por um meta humano, termo usado na série) seu pai foi acusado de mata-la, mas Barry sabe que não foi isso que aconteceu. E junto de Barry cresceu a filha desse policial, paixão platônica do garoto, mas advinha? Ele não é correspondido. Que original não é mesmo? Mais uma vez temos o cara nerd que se apaixona pela menina popular que não ta nem ai para ele e apenas o vê como amigo/irmãozinho/quebra galho. Esse nível de friendzone já vimos em homem aranha, principalmente o do Tobey Maguire que era bem mais tímido e bobo que o Spider-man de Andrew Garfield.

       Porem na narrativa o personagem parece outra pessoa, como se fosse um alter ego mais extrovertido dele e esse sim é o personagem Flash que eu conhecia. Não dos quadrinhos (não sei se conhecem o meu drama de não ter tido um amigo nerd na vida pra me converter em leitora assídua das comic books) estou falando o dos desenhos que era todo cool e descolado.


    E essa real personalidade extrovertida só aparece quando por um “acidente” nas indústrias Star ele adquire uma velocidade fora do normal, capaz de produzir uma reação química entre dois componentes com as próprias mãos em seu laboratório, mas isso não é nada perto da velocidade que ele pode alcançar em Km/h. Já no segundo episódio ele começa a sentir o lado negativo desse poder, até pelo fato da adaptação, mas isso logo é superado com uma dose de confiança. Para ajuda-lo a enfrentar essa nova etapa heroica há uma equipe com três cientistas, dois deles jovens e um adulto tipo um mentor, um professor Xavier, mas com alguns segredinhos. Vilão ou não saberemos depois, por enquanto os vilões são os “meta humanos” que também foram atingidos pelo raio da empresa Star, mas que preferiram o lado negro da força. Acredito que a cada episódio surgirá um inimigo diferente e talvez isso seja um pouco cansativo.
       A série do papa-léguas escarlate é tão cheia de clichês como essas comparações sem graça que estou fazendo e muitas coisas caem no obvio como o romance, o grupo que ajuda o herói, os vilões e o fato de APENAS ele ter usado seu poder para o bem. Não é de toda ruim, o ator Grant Gustin que faz o Flash e anteriormente atuou em Glee é competente e se encaixa no perfil proposto para o herói e tirando ele nenhum outro ator é memorável. A série poderá atrair um publico mais jovem, e os mais maduros acostumados a series icônicas como The Walking Dead e Game Of Thrones podem enjoar facilmente desta, mesmo que as propostas de cada uma sejam completamente opostas. Vou continuar assistindo, pois ainda me soa interessante, se isso irá durar eu não sei, mas espero sinceramente que dure. Já passou da hora.