sábado, 24 de janeiro de 2015

Indicados ao Oscar: Whiplash


      Há temporadas de premiações que nos trazem filmes realmente interessantes, outras nem tanto, apenas filmes dramáticos para pessoas cabeçudas que curtem coisas cults, esta temporada de 2015 surpreende a cada filme assistido. Este é sem duvida uma ótima surpresa. Nascido de um curta, Whiplash está conquistando diversos prêmios festivais a fora, não está tendo muita sorte nas premiações principais como o Globo de ouro onde venceu apenas na categoria de melhor ator coadjuvante, mas merecia muito mais. Pena que está sendo engolido pelos filmes principais com mega estrelas de Hollywood e bom marketing. Pelo menos está concorrendo na categoria de Melhor filme no Oscar, merecidamente (Na qual não deve ganhar, pois Boyhood deve vencer). 
      Whiplash retrata a busca pela perfeição de Andrew, um aluno do Shaffer conservatory que é um dedicado baterista. Ele é interpretado por Miles Teller um jovem bom ator que esteve em Divergente e no remake de Footloose. Fez também alguns filmes adolescentes onde sempre interpretava o mesmo personagem, o jovem engraçadinho que só quer saber de garotas e baladas, (por isso até agora não havia sido notado, inclusive tinha [ou ainda tenho um pouco] de implicância com ele) mas nesse ele sai de sua zona de conforto e interpreta um rapaz introvertido, sem amigos e que tem dificuldade pra se comunicar com as garotas (aqui seu interesse romântico é a balconista do cinema interpretada pela atriz Melissa Benoist de Glee e a futura supergirl) Cinema esse que ele frequenta com seu pai, interpretado por Paul Reiser um ator veterano que muitos ficaram contentes em rever, mas que eu não me recordo. 


Miles surpreende com seu desempenho dramático e obsessivo, ele venera a bateria e seus ídolos bateristas, toca o instrumento com tanto afinco que tira sangue das próprias mãos e entre dores e machucados surpreende seu mestre da banda da faculdade (onde foi convocado pelo próprio), Terence Fletcher, que é um professor durão e com métodos extremistas, ele chega ao cumulo de jogar uma cadeira em Andrew e ele não se arrepende e nem pede desculpas pelo seu jeito de ensinar, pois segundo ele é assim que os alunos se tornam os melhores. Por muitas vezes ele testa o limite de Andrew, inventando rivalidades e o criticando ao máximo, ao ponto de fazê-lo chorar. Terence é vivido por J.K Simmons, que rouba a cena de Miles e isso na pele de mais um coadjuvante, antes viveu o chefe do Homem aranha no filme de Sam Raimi e o pai da Juno. Miles e ele são mestres em interpretar coadjuvantes, mas dessa vez Simmons surge com honras. Dando o melhor de si num personagem carrasco e perfeccionista. Alguém sonso que elogia, mas depois dá uma tapa na cara. 
      A historia do superior durão que escolhe uma vitima para amedrontar, pois secretamente vê potencial nela é corriqueiro. O Diabo veste Prada é um dos muitos exemplos. O protagonista em busca da perfeição também é visado em muitos filmes, Cisne negro, por exemplo, (aqui só muda o ritmo, não é Balé e sim Jazz) e nem por isso é um filme clichê que cai nas mesmices de seus antecessores. Já começa pela escolha do instrumento, a bateria. Um instrumento incomum para ser retratado num filme, enquanto a guitarra, o sax e o piano são os preferidos.

      Um filme que te faz perder o ar algumas vezes, é eletrizante, tem boas atuações, bons diálogos, boa musica, bons ensinamentos e mostra a inversão do papel do herói que apesar de boa pessoa possui vários defeitos, é rude em alguns momentos e afasta tudo e todos para alcançar seu objetivo, só pensa em si mesmo e nem por isso conseguimos sentir raiva dele. Vamos torcer para que o filme ganhe algum Oscar nas categorias que está indicado, como melhor roteiro adaptado, melhor edição (grandes coisas) melhor mixagem de som (outro premio bosta) e claro, que Simmons conquiste seu Oscar e que Miles continue trilhando esse caminho para se tornar um ator dramático impecável, só dando uma parada na estrada para viver o Sr Fantástico no novo filme do quarteto da Marvel.


Indicados ao Oscar: A Teoria de tudo


     Há filmes que nos conquistam pelo trailer, demora para descobrir se o trailer fará jus ao que assistiremos ou não, e esse é um que me conquistou a primeira vista. Assim que foi lançado o trailer soube que o filme entraria no circuito das premiações, o foco no romance entre Stephen e Jane poderia atrapalhar um pouco, mas em alguns minutos já dava para saber que ele entraria justamente pela atuação de Eddie redmayne. Mas esse não é um review sobre o trailer de A teoria de tudo e sim sobre o filme que cobriu toda e qualquer expectativa que eu estava sobre ele. Talvez muitos não se interessem em ir ao cinema conhecer a vida, o casamento e a genialidade de Stephen Hawking, Isso porque nem todos o conhecem. Um cientista renomado e brilhante que contribuiu e continua contribuindo para a ciência e que apesar de ter participado de series como Star Trek: The Next Generation, os Simpsons, Futurama, dentre outras e recentemente em The big bang theory fazendo o tão confiante Sheldon Cooper tremer das pernas ele não é necessariamente uma celebridade e o publico prefere conhecer a biografia de cantores, atores, diretores e pessoas super famosas. É uma pena, pois filmes belíssimos como esse acabam passando despercebidos.
     O filme é a biografia do astrofísico Stephen Hawking e mostra suas conquistas profissionais revelando como ele realmente é a maior mente da atualidade, ele trabalhou bastante inicialmente nos estudos do universo em sua carreira como cosmólogo (uma profissão que conheci melhor através do filme e me despertou muito interesse, mas não para seguir carreira, pois a minha mente é de humanas)
     E também retratou o romance com sua primeira esposa Jane Wide, que ficou ao lado dele após a descoberta de sua doença degenerativa e em todas as suas fases de detrimento. 
     O filme é muito mais do que a narração da historia intelectual de Hawking, sua prioridade é o romance dos protagonistas, tanto que o filme parte do ponto onde Stephen e Jane se conhecem e como ele não conseguiu afasta-la após a descoberta da doença, há este ponto ela já o amava. O problema é que ela abriu mão de sua vida e sua carreira para cuidar dele e de seus três filhos (o terceiro nasceu quando o cientista estava totalmente atrofiado, mostrando que não há desculpas para determinados momentos rs) Felicity Jones da vida a uma Jane dedicada mas não delicada. Ela era firme com o marido e não sentia pena dele e isso foi essencial para que ele prosseguisse com a vida, Felicity foi uma ótima escolha para o papel, não vacilou em nenhum momento e se saiu bem no papel de uma mulher forte e determinada, tanto que concorreu ao Globo de ouro, mas tinha candidatas melhores a sua frente, ao contrario do ator que fez Hawking, sua atuação foi excelente, encarnou por completo Stephen, graças a seus longos meses de laboratório e estudos sobre o astrofísico. Ele era páreo-duro e naquela categoria só podia dar ele, tanto que ganhou o Globo de ouro como melhor ator. Eddie Redmayne ganhou o papel de sua vida, até o momento Hollywood não dava muita bola para ele e ele mostrou que consegue lidar com a responsabilidade de um papel de peso como esse. Alem do premio como melhor ator de Drama, o filme também ganhou na categoria “Melhor trilha sonora original”


      A química entre os atores consegue ultrapassar qualquer barreira de espaço/tempo/ elétron, prótons e nêutrons (um é negativo, outro positivo e o outro é bem... neutro e é só isso que eu absorvi de química no ensino médio) e religião também, pois ele é ateu e ela cristã, deve haver muito respeito e amor para que uma relação desse tipo dê certo. Mesmo que Jane já dava na vista de que estava cansada da incredulidade do marido. Os dois britânicos se saíram impecáveis juntos.
     A teoria de tudo é o tipo de filme que se destaca em meio aos demais indicados nessa temporada de premiações. Porque se você não curte os dramalhões, os filmes cheios de politicagem, e os artísticos demais esse é uma boa pedida. Pois apesar de ser um Drama ele é gostoso de assistir, você não chora rios, mas se emociona e se sente otimista e agradecido. Você consegue rir porque o próprio personagem ri e faz piada com si próprio, seu senso de humor é bem afiado e ele entende sua situação e da sua esposa e aceita a vida como ela é. Ele é muito mais do que um drama romântico, é praticamente uma lição de vida, de amor e de cosmologia. Não é maçante e nem por um segundo é tedioso, o único erro foi não ter se aprofundado em varias questões, eles mal casam e já nasce um filho, (a passagem de tempo é rápida demais) e as questões financeiras também não são explicadas, ele dizia que não tinha dinheiro para contratar uma enfermeira, mas tinha para comprar uma cadeira motorizada e um computador com sistema de voz que falava por ele. Contudo é um ótimo filme, que nos faz ficar estáticos após seu termino e nos faz pensar na vida e sermos gratos. Sinto-me grata por ter saúde e por fazer coisas simples como pegar uma caneta que cai no chão e me sinto feliz por filmes como este existirem. 

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

O ano de 2015 segundo o filme De Volta Para O Futuro 2


    Sempre desejei uma oportunidade de falar sobre De volta para o futuro, uma das minhas trilogias preferidas, se não for a predileta. E eis que 2015 já começou me concedendo desejos. Preferia estar escrevendo sobre a volta desses filmes para os cinemas com a tecnologia 3D, mas o próprio diretor Robert Zameckis já afirmou que não será realizado, para a minha infelicidade e de todos os fãs também. Então como não há esperança de ver Marty mcfly, Dr Emmett Brown, Einstein e o Delorean na terceira dimensão, pelo menos podemos recapitular o que eles aprontaram na segunda parte de De Volta Para O Futuro.
    Eis que De volta para o futuro 2 se passa em 2015, o ano em que estamos há somente algumas semanas e olhando para esse filme vemos muitas verdades e também mitos não alcançados como de costume nesses filmes que buscam prever o futuro. Muitos filmes já fizeram isso, como 2001 - uma odisseia no espaço, Minority report, o homem bicentenário e Blade runner que já debatemos em podcast aqui no nosso site. Também temos filmes catástrofes e que fixaram uma data para o apocalipse ou o fim do mundo (como preferir) como 2012 que baseado na profecia maia tentou nos assustar e nos fez ficar em alerta durante todo o dia 21 de Dezembro de 2012. Mas aqui estamos firmes e fortes para mais filmes desse tipo. Na verdade desde sempre o homem tentou transpor para as telas do cinema previsões do futuro, não apenas do fim do mundo, mas também de acontecimentos em geral, vide Viagem à lua, filme de 1902 de George meliés que como o próprio titulo já diz é sobre a tão almejada viagem à lua pelo homem. Decorrente disso vamos ver o que De volta para o futuro 2 acertou e o que errou feio.

Errou feio: Carros voadores. Acertou em cheio: transito ruim


Todo filme que tenta prever o futuro tem os carros voadores. Os carros aviões parece ser o sonho de qualquer cineasta, mas ter carros sobre nossas cabeças é quase impossível. Eles até podem voar nas pistas, mas com as rodas bem fixadas. Nessa segunda parte o Delorean já está adaptado ao futuro, Doc até diz “para onde vamos não precisamos de ruas", mas você pensa que carros voadores seria a solução para os problemas de engarrafamento? Parece que não na 2015 do universo de marty mcfly e do dr que diz em outra cena: " a aerovia está engarrafada, vai demorar anos para chegar lá" ele se referia a chegar na casa do marty mcfly e da Jennifer do futuro. É parece que de qualquer forma o transito caótico é inevitável.

Errou feio: roupas e sapatos futurísticos 


As roupas nem tanto, mas os sapatos que temos hoje em dia se aproximam bastante da onda tecnológica, mas não tanto quanto é mostrado no filme. É triste, mas ainda não temos um tênis com cadarço automático [ATUALIZADO: A Nike informou que está trabalhando para que os tênis sejam comercializados ainda este ano] e também não temos uma jaqueta super maneira igual a do Marty que seca automaticamente, ele caiu numa fonte, mas uma secagem rápida pro caso de uma tempestade cairia bem e, além disso, ela ainda encurta as mangas. O que seria bem útil pra alguém pequena como eu. (ou como o próprio Michael J Fox) 

Acertou em cheio: Cinema 3D Errou feio: Jaw 19.


Apesar de se passar em 2015, o filme é de 1989 e nessa época o 3D já existia, mesmo que discretamente, eram os filmes com imagens em Anáglifo (efeito tridimensional estereoscópico quando visto com óculos de duas cores, aquele que você já conhece muito bem), mas o filme previu um avanço muito maior dessa tecnologia, Marty está observando as coisas futurísticas de Hill Valley quando é quase abocanhado por um tubarão tridimensional e ele ainda fala "continua parecendo ser falso" ironizando o filme Tubarão, clássico de steven spielberg que no futuro já está em sua 19° parte. Ainda bem que nesse ponto eles erraram feio, apesar de gostar, 19 filmes são demais.

Acertou em cheio: videoconferências e comando de voz


O marty coroa está na sala de casa quando de repente a TV liga e a cara imensa de seu chefe aparece na tela, porque no futuro as broncas por telefone são substituídas por broncas dadas por videoconferência, algo tão comum hoje em dia onde as reuniões de trabalho acontecem por elas via skype. E junto com as videoconferências também vivemos na sociedade por comando de voz. Tudo pode ser feito por esse comando, tanto nos aparelhos quanto nos sistemas de luzes, som e etc... (isso nas casas mais sofisticadas) na casa de Marty, até fazer uma pizza compacta é possível com o auxilio da voz. Esse sistema também possui um rosto e pode substituir até um funcionário de lanchonete, como quando mcfly entra na lanchonete anos 80 e um mini televisor com comando de voz aparece para atendê-lo.

Errou feio: Michael Jackson vivo :( acertou em cheio: Michael Jackson branco



Quando Marty entra na lanchonete anos 80 (ao som de Beat it) está passando em um televisor uma entrevista com o Michael Jackson de 2015 e ele estava bem diferente do que as pessoas dos anos 80 o viam. Em 1989 o rei do pop já estava sofrendo mutações, ele não era mais o menino negro de afro do Jackson 5, ele já estava clareando e cantava sozinho e o filme previu onde ele iria chegar. O Michael do monitor é branco e fez varias plásticas, bem parecido com o Michael que conhecíamos, eles só não podiam prever que ele nem chegaria a 2015. L  

Errou feio: (maaais ou menoo): Skates flutuantes 



O hoverboard que Marty pega emprestado da garotinha na Praça de Hill Valley ainda não é comercializado, mas alguns cientistas de uma empresa da Califórnia criaram o skate voador e ele já está ai para ser usado pelos mais afortunados e pela bagatela de 10 mil dólares e ele só flutua sobre superfícies metálicas. Ou seja, ele está entre nós, mas não é algo fácil de ter como é mostrado no filme. Você só tem direito a um hoverboard se tiver 10 mil pra gastar e uma pista de skate metálica. Caso contrário é melhor se contentar com o velho skate de rodinha amassada. 

Acertou em cheio: (maaais ou menos): óculos inteligentes


No futuro você não precisa das mãos para falar ao telefone e nem pesquisar coisas na internet. Isso pode ser feito através de uns óculos pretos super modernos que possibilitam qualquer coisa. Esses óculos são bem semelhante ao Google glass em termos funcionais, no designer o Google glass é bem mais sofisticado e bonito e não parecem um óculos de vídeo game antigo, mas eles chegaram bem perto dessa.

Acertou em cheio: telas planas e vários canais ao mesmo tempo.



TV de tela plana não é mais luxo pra ninguém, a maioria já possui uma em casa, ou mais de uma como é o caso na residência de Marty e Jennifer. Bem diferente do que Lorane, a mãe de Marty tinha em 1955 quando no primeiro filme a mãe de Lorane diz: “ele está brincando, ninguém tem mais de duas televisões” após o futuro neto dizer que tinha duas TVs em casa. Em 1985 eles tinham e em 2015 eles tinham mais ainda e com direito a telas divididas para ver vários canais ao mesmo tempo. 

Acertou em cheio: jogar vídeo game sem as mãos Errou feio: animais com passeadores automáticos


Na mesma lanchonete onde quase tudo é mostrado e comparado no filme, estão dois meninos brincando numa espécie de maquina que eu e você conhecemos por fliperama e o personagem de Michael J Fox (cansei de escrever marty) mostra para os meninos como se joga e eles dizem: “ Quer dizer que usa suas mãos para jogar? Isso é como um brinquedo de bebe” e um dos pirralhos era Elijah Wood,o futuro Frodo nos cinemas. Eles já estavam prevendo o surgimento do kinect e outros sistemas de captura de movimentos. Alem de não usar as mãos para jogar eles também não usam as mãos para passearem com seus cachorros porque eles possuem um sistema invisível que leva seu cachorro pra passear. 

Acertou em cheio: tablets




Pensa que computadores de mão eram algo inimaginável em 1989? Você está errado. Nos anos 80 eles já viam que os aparelhos computadorizados iriam ficar cada vez menores. E olha que nessa época o computador estava migrando daquele com a tela preta e as letrinhas verdes. Um cidadão de valley para Mcfly na rua e o pede para contribuir com o aniversario do dia em que o raio caiu no relógio da torre. E aponta para ele um tablet e não mais uma latinha como no primeiro filme. De volta para o futuro é o mesmo filme repetido três vezes, mas inova em cada época. Seja no nostálgico ano 80, no futurístico 2015 ou no longínquo faroeste.