sábado, 24 de janeiro de 2015

Indicados ao Oscar: A Teoria de tudo


     Há filmes que nos conquistam pelo trailer, demora para descobrir se o trailer fará jus ao que assistiremos ou não, e esse é um que me conquistou a primeira vista. Assim que foi lançado o trailer soube que o filme entraria no circuito das premiações, o foco no romance entre Stephen e Jane poderia atrapalhar um pouco, mas em alguns minutos já dava para saber que ele entraria justamente pela atuação de Eddie redmayne. Mas esse não é um review sobre o trailer de A teoria de tudo e sim sobre o filme que cobriu toda e qualquer expectativa que eu estava sobre ele. Talvez muitos não se interessem em ir ao cinema conhecer a vida, o casamento e a genialidade de Stephen Hawking, Isso porque nem todos o conhecem. Um cientista renomado e brilhante que contribuiu e continua contribuindo para a ciência e que apesar de ter participado de series como Star Trek: The Next Generation, os Simpsons, Futurama, dentre outras e recentemente em The big bang theory fazendo o tão confiante Sheldon Cooper tremer das pernas ele não é necessariamente uma celebridade e o publico prefere conhecer a biografia de cantores, atores, diretores e pessoas super famosas. É uma pena, pois filmes belíssimos como esse acabam passando despercebidos.
     O filme é a biografia do astrofísico Stephen Hawking e mostra suas conquistas profissionais revelando como ele realmente é a maior mente da atualidade, ele trabalhou bastante inicialmente nos estudos do universo em sua carreira como cosmólogo (uma profissão que conheci melhor através do filme e me despertou muito interesse, mas não para seguir carreira, pois a minha mente é de humanas)
     E também retratou o romance com sua primeira esposa Jane Wide, que ficou ao lado dele após a descoberta de sua doença degenerativa e em todas as suas fases de detrimento. 
     O filme é muito mais do que a narração da historia intelectual de Hawking, sua prioridade é o romance dos protagonistas, tanto que o filme parte do ponto onde Stephen e Jane se conhecem e como ele não conseguiu afasta-la após a descoberta da doença, há este ponto ela já o amava. O problema é que ela abriu mão de sua vida e sua carreira para cuidar dele e de seus três filhos (o terceiro nasceu quando o cientista estava totalmente atrofiado, mostrando que não há desculpas para determinados momentos rs) Felicity Jones da vida a uma Jane dedicada mas não delicada. Ela era firme com o marido e não sentia pena dele e isso foi essencial para que ele prosseguisse com a vida, Felicity foi uma ótima escolha para o papel, não vacilou em nenhum momento e se saiu bem no papel de uma mulher forte e determinada, tanto que concorreu ao Globo de ouro, mas tinha candidatas melhores a sua frente, ao contrario do ator que fez Hawking, sua atuação foi excelente, encarnou por completo Stephen, graças a seus longos meses de laboratório e estudos sobre o astrofísico. Ele era páreo-duro e naquela categoria só podia dar ele, tanto que ganhou o Globo de ouro como melhor ator. Eddie Redmayne ganhou o papel de sua vida, até o momento Hollywood não dava muita bola para ele e ele mostrou que consegue lidar com a responsabilidade de um papel de peso como esse. Alem do premio como melhor ator de Drama, o filme também ganhou na categoria “Melhor trilha sonora original”


      A química entre os atores consegue ultrapassar qualquer barreira de espaço/tempo/ elétron, prótons e nêutrons (um é negativo, outro positivo e o outro é bem... neutro e é só isso que eu absorvi de química no ensino médio) e religião também, pois ele é ateu e ela cristã, deve haver muito respeito e amor para que uma relação desse tipo dê certo. Mesmo que Jane já dava na vista de que estava cansada da incredulidade do marido. Os dois britânicos se saíram impecáveis juntos.
     A teoria de tudo é o tipo de filme que se destaca em meio aos demais indicados nessa temporada de premiações. Porque se você não curte os dramalhões, os filmes cheios de politicagem, e os artísticos demais esse é uma boa pedida. Pois apesar de ser um Drama ele é gostoso de assistir, você não chora rios, mas se emociona e se sente otimista e agradecido. Você consegue rir porque o próprio personagem ri e faz piada com si próprio, seu senso de humor é bem afiado e ele entende sua situação e da sua esposa e aceita a vida como ela é. Ele é muito mais do que um drama romântico, é praticamente uma lição de vida, de amor e de cosmologia. Não é maçante e nem por um segundo é tedioso, o único erro foi não ter se aprofundado em varias questões, eles mal casam e já nasce um filho, (a passagem de tempo é rápida demais) e as questões financeiras também não são explicadas, ele dizia que não tinha dinheiro para contratar uma enfermeira, mas tinha para comprar uma cadeira motorizada e um computador com sistema de voz que falava por ele. Contudo é um ótimo filme, que nos faz ficar estáticos após seu termino e nos faz pensar na vida e sermos gratos. Sinto-me grata por ter saúde e por fazer coisas simples como pegar uma caneta que cai no chão e me sinto feliz por filmes como este existirem. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário