sábado, 25 de julho de 2015

MLI2015: A Maldição do Tigre


       A maldição do tigre é o primeiro livro de uma saga que tem como protagonistas Kelsey, uma jovem que perdeu os pais muito cedo e vive com pais adotivos e acaba arrumando emprego num circo que está em sua cidade de passagem. Lá ela fica intrigada com um tigre branco magnifico que é bastante dócil com ela, mas na verdade esse animal é um príncipe indiano amaldiçoado que se chama Ren. O sr Kadam que é uma espécie de empregado e fiel escudeiro de Ren propõe que Kelsey a acompanhe até a índia para ajudar o príncipe a quebrar a maldição.
       Uma curta sinopse como está foi um dos motivos pelos quais quis ler esse livro, comprei a saga completa de uma só vez em uma dessas promoções maravilhosas do submarino e já os deixei estocados para leitura, e quando surgiu o desafio (sim para mim está sendo um desafio) da maratona literária de inverno logo inclui o primeiro livro da saga na minha TBR! Voltemos a sinopse... ela me atraiu bastante graças a minha recém adquirida fascinação pela índia. Nutrida a partir das produções hollywoodianas com dedos (mindinhos) indianos como Quem quer ser um milionário, As aventuras de Pi e O exótico hotel marigold. Estou curiosa para ver filmes de bollywood, daqueles onde os personagens só dançam e não se beijam, aqueles bem clichês, para ver se meu encantamento passa ou aumenta graças aos musicais, adoro musicais! (Também estou encantada pela música, dança e as roupas) por isso quando vi que o livro tinha essa conexão com a índia e possuía vários elementos místicos relacionados a seus deuses e tradições, logo o quis ler. Também me interessa muito o fato do tigre ser um homem, sempre gostei de livros e filmes que abordam esse assunto, acho bastante mágico.
Outro motivo que me levou a lê-lo foi a capa extremamente linda. Uma das mais lindas que já vi. A imagem do tigre branco com os olhos azuis numa espécie de selfie artística e bem posicionada é muito bonita. Cerca de 80% dos leitores do livro foram atraídos pela capa. Boa jogada.

       A autora do livro é Collen Houck (que virá ao Rio de Janeiro para a Bienal) que se mostra mais uma admiradora da saga crepúsculo já que a composição dos personagens é bem parecida com a da saga vampiresca. Já haviam me alertado sobre isso, muitas resenhas comparavam as duas sagas, principalmente Kelsey e Bella e no começo do livro esses traços em comum são imperceptíveis, Kelsey se mostra bem mais arrojada e divertida do que Bella. Independente também já que foi procurar emprego tão jovem, mas é só ela #partir para a índia e conhecer o verdadeiro Ren que as semelhanças começam a ser gritantes. Ela se mostra bastante insegura e insatisfeita consigo mesma e com sua aparência, quase entrega o príncipe de pele de cobre, olhos azuis, sarado e rico de bandeja para qualquer modelo fútil sem cérebro que possa surgir assim que a maldição fosse quebrada (WHAT? ACORDA GAROTA) a justificativa dela é de que ele iria querer conhecer o mundo e curtir a vida de não tigre. O que destoa de sua atitude aventureira do início, quando colocava a mão dentro da jaula de um baita tigre sem sentir medo (qual o seu problema Kelsey?) e depois quando enfrentou vários perigos na caça aos elementos para a transformação de Ren, fora a segurança que ela sentiu ao sair de viagem com dois estranhos. Kells (não curti o apelido, o nome dela é tão bonito) se descontrói aos poucos até sobrar apenas a sonsa da Bella Swan e o Ren também tem seus momentos Edward Cullen. Um príncipe-encantado-indiano-perfeito que se interessa pela menina comum e sem sal e que suplica pelo seu amor quando é desprezado. Ele não quer nada das coisas que a menina acha que ele quer, ele só quer ficar com ela. É nesses momentos que dá raiva da protagonista por que qual menina em sã consciência iria dar um fora num homem como ele? (Não sei vocês kiridinhas, mas eu jamais) mas a submissão de Ren não prejudica a empatia por seu personagem que continua sendo poético e idealizado. Mais um que foi criado para nos fazer suspirar. Mas esse romance não é composto apenas pelos dois, surge Kishan o irmão fura olho de Ren que também tem uma maldição que o transforma em um tigre, só que negro. As cores são excelentes formas de contrastar o bem e o mal, o certo e o errado. Um veste roupas brancas e o outro roupas negras. Mas apesar do passado sombrio, Kishan não é ruim, só traumatizado e começa a se apaixonar pela mocinha sem graça formando mais um triangulo a lá crepúsculo, mas que pesa para The Vampire Diares também pois Kishan com sua atitude de malvado e suas vestimentas negras lembra bastante outro irmão malvado da literatura, Damon Salvatore! Esses triangulo será mais explorado nos próximos livros.


       Outro personagem bastante simpático é o sr Kadam, um idoso sábio que faz companhia pra Kelsey e conta para ela histórias sobre os príncipes tigres (ou gatos) e sobre sua vida, pois ele também é como eles, já tem uns 300 anos e continua com a mesma aparência graças a um artefato milenar que leva consigo. As histórias são interessantes, mas são muitas e os diálogos entre os dois são muito prolongados o que chega a ser arrastado, a própria protagonista dormiu na metade de alguns deles. Eu então nem se fala...
       Apesar das falhas e de copiar elementos de outras sagas A maldição do tigre vale muito apena ser lido. Tem seus momentos de lentidão, com a construção de diálogos entediantes e tem seus momentos absurdos e de esquecimento de alguns personagens (Kelsey liga para seus pais adotivos apenas UMA vez durante a viagem e depois eles não ligam mais e somem, como assim?) Mas é uma ótima aventura, com a criação de seres místicos originais e bem explorados, uma trama bem amarrada com elementos fantasiosos, porém plausíveis dentro de sua proposta. Você se pega imaginando cada ser criado por Collen e se pega eletrizado pelas aventuras de Kells (argh) e Ren (<3) pela selva cheia de elementos sobrenaturais e deusas de vários braços. Até o casal tem seus momentos fofos que nos faz suspirar. Estou louca para ler os próximos livros e acompanhar as notícias sobre o filme (que nunca sai) tomara que a autora nos traga boas notícias na bienal.

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