“Todo
mundo sabe que o terceiro filme é sempre o pior” ou algo do tipo, essas não são
minhas palavras, mas sim da nova Jean Grey (ok, não exatamente essas palavras,
mas ela falou quase isso nesse filme) com certeza essa fala foi proposital e X-
men Apocalipse se encaixa perfeitamente nela. Ele não é um completo fiasco, mas
é sim o mais fraco dessa nova franquia dos mutantes.
Nesse
filme os x-mens precisam enfrentar o vilão apocalipse, o primeiro vilão do
mundo e mais poderoso também.
O
filme começa com a apresentação do vilão e sua transformação e é uma das
melhores sequencias do longa. Tem bastante ação e riqueza nos detalhes do Egito
antigo. A trilha contribui bastante também para o clima de destruição. É nesse
começo do filme que temos as cenas com melhor uso do 3D. começando pela
abertura que é realmente fantástica, parece que estamos embarcando num túnel e
as coisas que vem ao nosso encontro não nos incomodam, pelo contrário, nos
deixam empolgados. A técnica foi muito bem empregada, mas também apenas nesse começo
pois no restante do filme o 3D é totalmente descartável.
Dessa
vez conhecemos mais a escola Xavier e os mutantes que aprendem ali. E com isso
somos apresentados as versões mais jovens dos mutantes mais conhecidos como a Jean
Grey, o ciclope e o noturno. A tempestade e o anjo aparecem em outro contexto
(leia-se o lado escuro da força) a Sophie Turner se sai bem como a Jean apesar
de se sair melhor como a Jean controlada e não encarnando a fênix, isso fica a
cargo da Famke Janssen (a primeira Jean Grey nos cinemas) que é uma excelente
atriz e que apesar de dar o seu máximo não conseguiu evitar o fiasco de X-men:
O Confronto final. Não vi muita expressividade em Tye Sheridan, que interpreta o
Scott Summers, não sei se a culpa foi dos olhos tampados, seja isso ou não, ele
ainda conseguiu se sair melhor do que o James Marsden da trilogia anterior.
O
melhor novato realmente foi o ator de nome estranho, Kodi Smith- Mcphee que
interpreta o noturno. Ele consegue trazer senso de humor, jovialidade e
religiosidade para a trama. Ele se junta ao time dos personagens que são o
alivio cômico, ao lado dele temos Evan Peters como o Mercúrio. Evans solidifica
nesse filme o posto de melhor Mercúrio do cinema. Nesse ele tem mais cenas
sérias do que de costume, mas o seu humor é o que sobressai e claro suas cenas
épicas. Aqui se repete a cena em que ele demonstra seus poderes para salvar as
pessoas ao som de alguma música legal. Dessa vez foi Sweet Dreams (Are made of
this) do Eurythimics e apesar de terem prolongado demais a cena ela é épica e
pode ser considerada uma das melhores do filme.
A
surpresa dessa vez foi ver o professor Xavier como alivio cômico também, ele
teve diálogos engraçados diversas vezes, James Mcavoy não deixa a peteca cair e
volta sempre renovado e pronto para o personagem. Com uma atuação do patamar de
um verdadeiro líder. O mesmo podemos falar de Michael Fassbender, que retorna
ótimo como sempre no seu papel de Magneto. Neste vemos uma nova faceta do
vilão. Vemos ele levando uma vida normal de pai de família e trabalhador, o que
é bastante interessante, claro que dura pouco e essa reviravolta mostra o quão
previsível e preguiçoso o roteiro deste terceiro filme é.
A
bronca nesse filme é com a Mística da Jennifer Lawrence. Ainda não conseguimos
entender porque colocar a personagem como heroína, o final do filme realça
ainda mais essa nossa revolta. Eu não preciso ter lido os quadrinhos para saber
que ela é uma vilã inescrupulosa. Ela era retratada dessa forma no desenho e
também na trilogia anterior e sei que nos quadrinhos também pois essa não é uma
reclamação pessoal e sim de todos os fãs de X-men. O status de atriz em alta e
oscarizada ofusca a personagem. Percebemos que ela só está ali naquela posição
de heroína porque ela é a JLaw e isso é péssimo para a franquia. Jennifer é
ótima atriz e está bem nesse também, contudo sua presença não ajuda e nem atrapalha
a trama, ela é descartável. E isso é muito pior do que coloca-la como a grande
vilã que ela realmente é.
Oscar
Isaac é um dos melhores atores atuais, mas não consegue fazer muita coisa com
seu vilão Apocalipse, a maquiagem é tão pesada que não há brecha para a
expressividade. Em certos momentos a maquiagem parecia que não era igual em
todas as cenas. Isso atrapalhou bastante sua performance e o reduziu há um
vilão qualquer
Quanto
as outras novatas, Alexandra Shipp como a Tempestade, a Psylocke da Olivia
Munn, e a Lana Condor como Jubileu, as duas primeiras são salvas pelas suas
cenas de efeitos especiais e poses de heroínas e nada mais, juntamente com
Lana, nada tem a acrescentar ao time. A não ser beleza e chutar bundas em
uniformes maravilhosos.
Os
efeitos especiais não são os melhores já feitos, mas também não são ofensivos,
mesmo que eles tenham exagerado nas cenas de catástrofe. Não precisava de
tanto. E como dessa vez a catástrofe é mundial eles exageraram ainda mais.
X-Men
Apocalipse é a terceira parte de uma franquia que tem seus méritos e que
aprendemos a gostar, só por isso ele merece ser visto, mas apesar dos
novos/velhos personagens que amamos não esperem encontrar um filme excelente. Ele
está muito longe disso, porém diverte e é um filme bem pipoca, isso que
importa.
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