Trainspotting
é mais um daqueles filmes que apesar de novo (se comprado aos clássicos mais
antigos) se tornou um clássico, um Cult, um filme obrigatório para aqueles que
apreciam filmes pequenos com personalidade. Ele é um filme britânico de 1996,
baseado em um livro e dirigido por Danny Boyle que futuramente iria dirigir
Quem quer ser um milionário?
Nele
conhecemos Renton, Spud e Sick boy, três amigos com vicio em heroína. Também
temos Tommy que depois logo se entrega para o vício também e Begbie que não é
usuário, muito pelo contrario, odeia drogas, mas é agressivo e adora uma
confusão. Cada um com seus vícios não é mesmo?
Esse
filme é literalmente uma viagem, mas não da forma conceitual e artística que
beira ao inacessível para o grande publico, não, mesmo abordando um ambiente
marginalizado, sujo e repugnante ele é jovem e a trilha sonora é um grande
atrativo que insere os telespectadores na trama, mas ao mesmo tempo faz esse
publico não querer ser daquele grupo de jovens desajustados e suicidas.
O
elenco é composto de atores conhecidos como Ewan McGregor, Jonny Lee Miller,
Kelly Macdonald e Robert Carlyle de Once Upon a Time, todos atores em ascensão na
época e que estavam excelentes em seus papeis. Principalmente Ewan que
protagoniza o filme e retrata todas as etapas de um usuário de drogas: o vicio,
a reabilitação sofrida com direito a alucinações, a dor, a paranoia e o
desespero, depois vem a recuperação e com a má influencia dos amigos a
premeditada queda.
O
roteiro e a direção souberam trabalhar muito bem com as metáforas para o estado
de espírito do personagem como a cena em que Renton mergulha na privada em
busca da droga (uma das cenas mais nojentas que já vi) há também a cena em que
Renton ao usar a droga cai no chão e afunda nele, é visível o formato de um
caixão que passa a mensagem obvia de morte e ao mesmo tempo de paz e
tranquilidade proporcionada pela droga injetada. Quando ele está em fase de recuperação o seu quarto de torna mais
amplo e ao mesmo tempo estreito o que traduz a dificuldade de se recuperar.
Além da cena do babytronic andando no teto e dando uma de exorcista ao girar a
cabeça. Sério, que susto!
Mas
essa não é a cena mais forte envolvendo o bebe, há uma cena especifica que é
horrível e o pior de tudo é ver a mãe desse bebe que se desespera inicialmente
e depois parece que se esquece facilmente do acontecido e volta a usar a droga.
Trainspotting
é um filme sobre a depressão e a falta de perspectiva de muitos jovens, meninos
e meninas que não querem viver uma vida “medíocre” (na visão deles) e não sabem
como lidar com as responsabilidades de ser um adulto, ai a droga vira um
escape, uma realidade alternativa, um alivio momentâneo. Nas palavras do
diretor o filme não apoia e nem vai contra o uso das drogas, isso fica a cargo
de quem assiste. Com um bom roteiro, boas atuações, competente direção, trilha
sonora jovial e uma bela fotografia esse filme marcou uma geração, mesmo com
todas as cenas nojentas e olha que ele tem bastante. Trainspotting 2 já está
confirmado, vamos ver se terá o mesmo êxito desse e fiquem com o teaser:
"escolha viver.
Escolha um emprego. Escolha uma carreira, uma família. Escolha uma televisão
enorme. Escolha lavadora, carro, CD Player e abridor de latas elétrico. Escolha
saúde, colesterol baixo e plano dentário. Escolha viver. Mas por que eu iria
querer isso? Escolhi não viver. Escolhi outra coisa. Os motivos? Não há
motivos. Quem precisa de motivos quando tem heroína?”.
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