Lady
Bird se tornou o filme mais bem avaliado no Rotten Tomatoes e foi indicado à
vários prêmios nessa temporada de premiações, ganhando o Globo de ouro como
melhor filme de comédia ou musical e Saoirse Ronan como melhor atriz e mesmo
com todos esses feitos a diretora e roteirista do filme Greta Gerwig não foi
indicada como melhor diretora, até ontem, quando foi indicada ao Oscar na
categoria e finalmente a industria se redimiu pois esse é um belíssimo
trabalho, talvez não seja uma obra prima (e talvez a nota do Rotten seja um
tanto exagerada) mas na simplicidade das situações conseguimos nos identificar
e aprecia-lo.
Com
o titulo de “Lady Bird – A hora de voar” no Brasil (pois é) temos essa
estudante chamada Christine que gosta de se auto denominar de Lady Bird e que
está prestes a terminar a escola e não sabe o que fazer, ao mesmo tempo que
tenta conviver pacificamente com a mãe.
Esse
é um coming-of-age que pode ser confundido com tantos outros, por se tratar de
uma adolescente rebelde que está perdida quanto ao seu futuro e só sabe
resmungar e brigar com a mãe. Mas ele possui algumas camadas que faz o publico
se aproximar, seja na relação dela com a mãe, seja em sua rebeldia e sua ânsia
de conhecer coisas diferentes tão característica da adolescência ou em seus
relacionamentos amorosos que trazem desapontamento. Metade do publico consegue
se identificar com pelo menos alguma coisa.O elenco aqui é primordial para causar a empatia (ou antipatia) e fazer do filme mais identificável. Saoirse é uma excelente atriz desde nova, e sempre está perambulando pelos filmes que marcam presença nas premiações. Antes foi indicada pelo filme Brooklyn, onde ela está bem, mas nada se comparado a esse. Ela expressa bem a avalanche de sentimentos que vem com a juventude, e pode parecer só mais uma teen chata, quando na verdade é um retrato da maioria dos jovens mundo a fora. Sua mãe é interpretada pela Laurie Metcalf (que foi indicada ao Globo de ouro e SAG como atriz coadjuvante) e ela é a típica mãe que se preocupa com a filha, mas também não leva a sério os dramas dela, é a mãe que parece não ouvir a filha e não dar atenção aos seus problemas, porém, nem por isso ela deixa de amar a menina. Muitas vezes os pais nem fazem por mal, a personagem é uma enfermeira que trabalha bastante, algumas questões relacionadas à filha pode lhe escapar, mas isso não faz dela uma mãe ruim.
Lucas
Hedges também já virou figura carimbada nas premiações. Ano passado esteve no
filme Manchester a beira mar e esse ano em Três anúncios para um crime e nesse
que ele interpreta Danny, que parece ser o cara perfeito. Doce e atencioso. O
oposto do personagem do Timothée Chalamet, que é um playboyzinho hipster que
não se importa com ninguém. Assim como em Call me by your name seu personagem
aqui também é cool e estiloso, porém é mais seguro e de caráter duvidoso e ele
consegue destacar bem essa diferença entre os dois. A atriz Beanie Feldstein (que
é irmã do Jonah Hill) que interpreta a melhor amiga de Christine não é uma
atriz excepcional, mas ganha pela boa composição de sua personagem que é
daquelas amigas que todas gostariam de ter.
Greta
mereceu sua indicação na categoria de direção, indicação que não aconteceu para
preencher uma cota, ela realmente faz um trabalho fantástico com esse filme,
vemos muito de suas experiências pessoais nele, principalmente na figura da
protagonista e isso só o enriquece ainda mais.
Lady
Bird é um filme sobre crescer e se descobrir, sobre a difícil etapa que é
passar para a vida adulta, é sobre experimentar coisas novas, quebrar a cara,
se apaixonar e se decepcionar, vários filmes nesse mesmo molde já foram feitos,
mas de alguma forma ele é notável e o cuidado em seu texto, atuações e
principalmente na direção é o que faz ele especial.
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