Esse
foi o ultimo filme que assisti em 2017, e não poderia ter encerrado o ano de
forma melhor, pois esse é definitivamente um daqueles clássicos que devem ser
assistidos, por cinéfilos ou não. E esse é muito mais do que um filme sobre
rebeldia adolescente e carros, ele fala sobre o que acarreta essa tal rebeldia
e mostra diferentes perspectivas de distúrbios de comportamento, a presença e o
talento do elenco só engrandece ainda mais todas essas questões.
Jim
Stark é um adolescente que acaba de se mudar e na nova escola conhece Platão
que logo vira seu amigo e se apaixona por Judy. Os três se unem depois que um
acidente horrível acontece.
O
filme já se inicializa com uma cena de abertura fantástica, que apresenta os
três personagens principais e seus problemas. Há pouco contato entre eles, mas
a partir de salas diferentes conhecemos os pecados e os temores de cada um, o
que já ajuda a compor a personalidade deles e as apresenta para o publico. É a
partir dela também que vemos o quão incríveis foram esses atores e como seus
talentos estavam acima de suas aparências físicas.
James
Dean é Jim Stark, e apesar de ser o protagonista e o que leva a imagem da
rebeldia do filme por causa de seu visual, ele não é lá tão rebelde assim. Sim,
ele tem um visual e um carro descolado. Ele fuma e bebe, o que também traz
ainda mais essa áurea rebelde, mas a impressão é que tudo isso faz parte de sua
personalidade. É claro que há sofrimento pela falta de atenção dos pais mas
nada que se possa comparar aos problemas de Platão. Os pais dele são mais
esforçados e mesmo que não o ouça as vezes, eles não são pais ruins. James que
é protagonista de uma das mortes mais precoces e misteriosas de Hollywood
encabeça com maestria esse elenco. Ele é bonito, charmoso, mas também muito
talentoso, seu futuro seria com toda certeza promissor.
Platão
é interpretado por Sal mineo, outra promessa da época e um dos primeiros atores
a se assumir gay. O ator tem uma aparência angelical de menino inocente, mas
seu personagem é o mais problemático dos três, ao ponto de cometer crimes
reais, como matar filhotinhos. Ao contrario de Jim, ele não tem atenção nenhuma
dos pais, que vivem viajando e não se importam com ele, e o menino tem uma
tendência suicida e algumas ações podem nos fazer desconfiar de uma psicopatia
também. Tanto que a cena final é uma prova de seu desespero por afeto. Acima de
tudo ele quer ser notado e amado.
Natalie
Wood (que anos depois faria Amor sublime amor) também era uma das queridinhas
da época e ao lado de seus colegas também integrava o grupo de atores bonitos e
talentosos. Ela está excelente na cena da delegacia ao chorar implorando para
que o pai não saiba que ela está ali, pai que ela procura aprovação de todas as
formas. A “garotinha do papai” parece ainda existir dentro dela, tanto que ela
leva uma bofetada por isso. E pelo desapontamento com esse pai ela sai com
Buzz, o valentão da escola que propõe um racha de carro com Jim, o que acarreta
o ponto de virada do filme.
Os
três atores tem uma química forte. Jim e Judy tem uma tensão sexual muito
grande, assim como Jim e Platão. Por vezes não sabemos se Platão deseja apenas
a amizade de Jim ou se algo mais. Ver os três juntos em cena é sensacional.
E
não é só a química que os une, as suas mortes na vida real também. Os três
morreram em acidentes terríveis e misteriosos. James de carro (muitos
compararam a morte de Paul Walker com a dele por ambos fazerem filmes de carros
e morrerem assim) e reza a lenda que as peças do carro que foram vendidas
causaram acidentes e mortes nos donos desses carros. Sal morreu esfaqueado no
meio da rua por um desconhecido e Natalie em um acidente de barco que é
discutido até os dias de hoje.
Esse
é um daqueles filmes que todos conhecem, mesmo que ainda não tenham assistido.
Ele vem sendo enaltecido em diversos outros filmes, os mais recentes La La land
e O Artista do desastre. É um daqueles clássicos que compreendem os jovens e
seus anseios e que expõe seus problemas através de atores famosos e brilhantes.
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