Com
um orçamento bem maior que o do filme anterior e com uma bilheteria enorme (que
inclusive ultrapassou Vingadores – Guerra infinita), temos agora um Deadpool
mais grandioso, mas que não abandona suas raízes. A zoeira sem noção continua
lá, e a excelente trilha sonora também. Até as falhas do primeiro, como no
roteiro, permanecem nessa sequencia do filme.
O
Vilão Cable tem a missão de assassinar Russel, um menino mutante, e para protegê-
lo e parar o malvado, Deadpool monta uma equipe de mutantes chamada X Force.
Dessa
vez temos na direção David Leitch, que dirigiu John Wick ( filme que rendeu uma
piadinha sensacional nos creditos iniciais) e Atômica. É repetitivo dizer que o
cara sabe orquestrar uma boa cena de ação, e Deadpool está repleto delas. Com o
advento dos efeitos especiais garantidos pelo orçamento que aumentou, essas
cenas estão ainda melhores. Contudo, a maior reclamação quanto ao primeiro
filme, também é a maior reclamação nesse aqui, o roteiro.Tendo o próprio Ryan Reynolds como um dos roteiristas, eles se concentram nas piadas, (que surgem a todo momento) mas não capricham no desenvolvimento da trama, como aconteceu anteriormente. Logo no começo vemos uma decisão bem arriscada através da morte de um personagem importante, que tornou a abertura (ao som da maravilhosa Ashes da Celine Dion) que anteriormente foi divertida, em algo depressivo, mas com pitadas de humor. Essa morte foi questionada por muitas pessoas aos próprios roteiristas, que afirmaram nem terem pensado direito sobre isso. Essa morte é o estopim para o “desenvolvimento” do anti-herói e para que ele se importe com o menino e queira protegê-lo, mas o impacto dela só nos fez pensar se não haveria outra forma para que tudo ocorresse. Porém, logo há um retratamento na cena pós-creditos, que torna o filme o velho Deadpool, onde não podemos levar nada a sério.
Até
o próprio vilão vai aos poucos perdendo sua vilania. Com uma atuação apática temos
Josh Brolin como Cable. Atuação que parece dizer: “cara, eu interpretei o
Thanos em Guerra Infinita, um vilão de verdade, onde eu realmente me esforcei,
aqui eu só estou brincando e recebendo uns trocados” Temos Ryan Reynolds sempre
confortável na pele do anti-herói e fazendo o publico rir bastante. Morena
Baccarin, mais uma vez só interpretando a namorada bonita, sexy e engraçada do
protagonista, e nada, além disso, (infelizmente). Temos também Julian, um ator
mirim que se sai bem como o Russel, mas que pela sua pouca idade preocupa o
fato de estar ali cercado por tanta piada suja (algumas direcionadas a ele). E Temos
a maravilhosa adição da mutante Domino, interpretada pela Zazie Beetz (da série
Atlanta) que parece ter um poder medíocre, mas que na pratica é um dos melhores
poderes já pensados. Ela é uma das melhores coisas do filme, se não for a
melhor. E temos a Shioli Kutsuna como a mutante Yukio, que merecia muito mais
do que suas cenas de aceno e somente ser a namorada da Negasonic.
Deadpool
2 pisa na bola com algumas piadas exageradas, no desenvolvimento de certos
personagens, na violência que está maior aqui (cabe saber se te incomoda ou
não) e com erros na linha temporal dos x-mens, mas estamos falando de Deadpool
e o filme é uma farofa (gostosa) então não há porque reclamar tanto. Há
momentos de chorar de rir (como a cena do bebe), há também a aparição de
personagens dos desenhos e quadrinhos que tanto esperávamos e participações
especiais de atores como Terry Crews, Bill Skargard e um super ator de Hollywood
que o spoiler de sua identidade pode estragar completamente a surpresa de vê-lo
de repente surgindo em tela. E claro a Trilha sonora cheia das melhores musicas
populares. Saudades do mercenário mais errado e amado dos quadrinhos.
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