terça-feira, 31 de março de 2015

Good Bye Glee :(


       Quando Glee estreou em 2009 fiquei extasiada ao ver o primeiro episódio. Para escrever esse texto além do ultimo episódio também vi o primeiro afim de sofrer mais. Dito e feito, foi tão nostálgico relembrar o momento da minha vida quando vi Glee pela primeira vez. Eu estava no ultimo ano do colegial e lembro de querer com todas as minhas forças que meu colégio fosse como essa revigorante série. Mas ele não era....
Era um colégio comum, com nada de especial. Mais um colégio brasileiro que segue a cartilha ou o currículo da rede publica de educação. Aulas de português, matemática, biologia, física, química, a tortura chamada educação física (onde só havia um esporte: handebol, o ano inteiro, todos os anos) e era basicamente isso. Sem nenhum programa que incentivasse a cultura e a arte. Provavelmente a sua escola também era, ou é assim. E se não era, (ou é) você não faz idéia do quanto é sortudo.
Coral, aulas de canto, dança, as lideres de torcida, teatro. Como eu queria que tudo isso existisse na minha retrograda escola. É claro que estou dando uma americanizada nas coisas, mas esse é só um desejo profundo que eu tinha de pertencer a algo especial. Assistindo Glee eu me sentia próxima de todas essas coisas. Aquilo era a ficção que eu gostaria que fosse minha realidade.
       Nunca recebi raspadinhas coloridas na cara, nunca sofri o bullying que os personagens da série receberam por serem gays, filhos de gays (no caso da Rachel), gorda, cadeirante, asiática, burra, esquisita ou qualquer outra coisa e agradeço a Deus por isso, esses são motivos pelos quais jovens do mundo inteiro se identificaram com a série, no meu caso me identifiquei com a Rachel, simplesmente pelo fato de também ser invisível. Eu não sei o que dói mais, uma raspadinha gelada ou o fato das pessoas te “conhecerem” por anos e nem saberem seu nome, o fato de chegar ao terceiro ano do ensino médio após estudar 3 anos com as mesmas pessoas e uma delas (um garoto, sempre tem que haver um idiota) virar pra você e dizer: você fala? Achei que fosse muda! Mas as coisas melhoraram pra mim e pra Rachel Berry também, pois deu a volta por cima, deixou de ser a nariguda fracassada da primeira temporada para ser a vencedora do tony na última. Lea michele fez da Rachel um dos personagens mais icônicos da televisão, porque mesmo quando ela ainda era invisível, ela era ambiciosa, guerreira, inteligente, talentosa, independente e única. Com uma personalidade que nem dez Quinn’s fabray alcançariam. (No quesito atuação também, Lea é bem melhor do que a chata da Dianna Agron)
       Passamos seis incríveis anos no Mckinley acompanhando a evolução desses personagens incríveis. Sr Shue, Rachel, Finn, Mercedes, kurt, Artie, tina, Santana, Britanny, Quinn, puck, emma e a ladra de holofotes Sue sylvester. Toda vez que Jane Lynch aparecia com sua presença e suas piadinhas preconceituosas (confesso que ria quando ela chama kurt de porcelana) era um show a parte.


       Cada um desses personagens abordou um tema tabu para os adolescentes. Quantos depoimentos vemos de teen que se assumiram por causa de Glee? A série inovou na sua proposta de trazer a mesa assuntos não muito explorados em outras séries. A homossexualidade, sexo. Gravidez, síndrome de down, obesidade, toc, bullying, suicídio, alcoolismo e até no ultimo momento o show de Ryan Murphy quebrou mais um tabu ao abordar a barriga de aluguel como forma de ajudar casais gays (Rachel grávida de kurt e blaine é muito amor) tudo era discutido abertamente para conscientizar o telespectador e abrir os olhos dos pais que assistiam junto. Minha mãe assistia só por causa das baladas românticas apresentadas por eles. Rs
      E por falar em musica, não há como negar que os covers eram o maior atrativo da produção. Quantas musicas conheci através de Glee, e quantas delas eu só ouço na voz deles? É claro que algumas eles não conseguiram salvar e algumas versões não ficaram tão boas como as originais, como Girls Just wanna have fun, que deveria ser uma versão divertida das meninas, mas fizeram uma versão mais melancólica que não colou. Eles mesmo tiram sarro de algumas versões em alguns episódios. Além das musicas também existem as milhares referencias aos musicais, desde funny girl, Chicago, os miseráveis, hair, cantando na chuva até frozen. Sempre fui fã de musicais e saber que a série era musical foi o principal atrativo para começar a assisti-la. Virei fã de Barbra streisand só por que seu nome foi citado 300 vezes por Rachel. A ligação de Glee com a cultura pop e cinematográfica também era muito forte. O próprio nome da protagonista era por causa de outra Rachel de uma série super popular com os melhores friends ever.
       E por falar em amizade a série nos ensina que nunca é bom ficar sozinho, sempre é melhor trilhar com alguém ao nosso lado. Os integrantes principais criaram um laço muito forte e no começo eles se odiavam. E acompanhar esses laços afetuosos que era o gostoso da série, mas os criadores apertaram um botão do controle remoto que avançaram muito as coisas. Quando eles criaram um vinculo, logo Ryan Murphy (the diretor) deu um jeito de separá-los. Acreditei que Rachel, kurt, blaine e Santana em nova York renderia ótimas tramas mas o cansaço foi repentino e logo o publico queria a volta do elenco principal ao mckinley, onde tudo era mais familiar, simples e bom. Trocaram eles por copias totalmente sem brilho. Nem se deram ao trabalho de inovar na composição dos mesmos, nos deram versões pioradas dos originais. Atores sem força e presença alguma. Aquela Marley (Melissa Benoist) era um sonífero cantante, não sei da onde ela tirará talento para interpretar a super girl. A que fazia a Quinn 2.0 também, outra cheerleader crente do rabo quente. Além de outras duplicatas que não deram certo e sumiram em seguida. Esse foi o erro de Glee, por isso que pessoas como eu que amava a série deixou de assisti-la. Ela sumia com personagens bons que poderiam ser ótimos se bem explorados, como a Sunshine do começo da 2° temporada, o Jesse, que apareceu na ultima temporada já casado com berry e tantos outros. Além da Demi e do Adam que apareciam eventualmente, sem nada a acrescentar. Temos que admitir que apenas as duas primeiras temporadas valeram realmente a pena.
E quem diria que terminaríamos a série sem Corey? O protagonista Finn que era carismático e burrinho mas que tinha uma voz encantadora. As homenagens prestadas são de encher os olhos d’água.
       O Glee club acabou. Não da forma que merecia, o ultimo episódio não foi tão emocionante, mas tudo bem. Torcemos para que eles tenham sorte e que surjam mais séries com a mesma proposta, e que elas dêem certo, que não flopem como Smash. Sentiremos saudades do Mckinley, mas a lição principal aprendemos na sala do coral: Don’t stop believin...

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