terça-feira, 17 de março de 2015

Review Simplesmente Acontece


     Simplesmente acontece, ou Love Rosie, é a adaptação do livro Onde terminam os arco íris. Títulos bizarramente opostos. A autora é Cecília Ahern, a mesma de PS Eu te amo. Ambos os livros (e filmes) tratam de fatos cotidianos da vida de um casal misturados a coisas complicadas e difíceis de acontecer. Por mais romântico que o marido seja ele não vai lembrar em seu leito de morte de fazer uma fita com etapas divertidas a se seguir para amenizar a dor da esposa e também um casal de jovens livres e desimpedidos no tempo acelerado de hoje não vão demorar anos para ficarem juntos. E mesmo que isso tudo pareça inverossímil é ótimo de ver na tela. Nos dá esperança quanto ao amor.
      Alex e Rosie são amigos inseparáveis desde criança e sempre estão oscilando entre a amizade e o amor, mas os eventos da vida vão acontecendo e os obstáculos vão surgindo e os impedindo de ficarem juntos. A sinopse é bem clichê e à primeira vista parece mais um filme sobre amigos que se amam mas não confessam um para o outro, só que Love Rosie não é apenas isso ele é um filme que trata de obstáculos reais. As vezes as coisas não saem como planejado. Gravidez indesejada, fazer a fila andar, morte, frustração, viagens para outros países, não saber o que fazer da vida, o ato de conhecer parceiros idiotas, tudo isso faz parte da incrível jornada que seguimos. (Parece até que estou escrevendo um review de um filme do Nicholas sparks)
      Contudo o clima não pesa por isso, o sentimento de “love is in the air” é constante e até a fotografia contribui para o clima de romance, quando eles estão juntos o amarelo do sol salta a tela, o céu fica mais azul, a praia propicia mais romance e as conversas na areia pinta o cenário perfeito para um casal, só eles não percebem, essas imagens sem as falas e com alguma música da Whitney ou da Celine Dion ao fundo daria um ótimo vídeo de casamento. Tudo parece bem encaixado para fazer o telespectador torcer pro namoro dá certo, mas os protagonistas discordam. E é ai que as luzes do dia dão lugar as luzes da balada. Parece até que a escuridão é o que os separa. Pois a maioria das cenas de conflito são passadas a noite.


      Os protagonistas são vividos por Lily collins e Sam Claflin. Lily é adorável em qualquer personagem que ela faça, a filha do Phil collins (é ritual citar o pai dela, aliás as músicas dele também se encaixariam nos momentos acima) se sai bem na tela. Ela ri e chora com naturalidade e sempre com graça e beleza. Ela deveria arriscar um pouco mais em sua carreira, se escolhesse dramas com potencial talvez seria até indicada aos oscars e others prêmios por ai. Lily até diversifica, já esteve em Sem saída com Taylor lautner, Instrumentos mortais (mas uma saga adolescente em busca de estrelato porem muito fraca) e já foi até a branca de neve. Seus filmes em sua maioria são direcionados ao grande público e ela tem se aperfeiçoado com suas escolhas bem diferentes. Neste ela é uma adolescente secretamente apaixonada pelo melhor amigo mas que acaba engravidando de um babaca da escola. Ela decide ter sua filha, mas não tem o apoio imediato dele e sem o apoio até financeiro ela passa por poucas e boas, empregos meia boca e dificuldade para se ajustar como mãe, a cena do primeiro dia da filha na escola é hilária. Além de esconder a filha dos outros, até do melhor amigo que está nos Eua fazendo faculdade e morando junto com uma mulher chata e depois outra e todas loiras, bonitas e insuportáveis.... O filme ressalta aquela fantasia de que existe a mulher certa e não importa quantas surgem, A mulher certa tá lá te esperando. Nas comédias românticas a mulher certa é de preferência a melhor amiga. Sam continua alternando entre a cara de safado e a cara de coitado. Nunca outra coisa além disso. Apesar de neste ele está mais encantador. O que lhe falta de atuação ele compensa no charme.
      O filme é muito bonito mas como nada é perfeito há uns erros de continuidade, além do citado acima, do amigo não saber da gravides também não há reação dos pais ao Rosie contar que está gravida, ela parece não ligar pro bebe mas num piscar de olhos assim que ela nasce se apaixona, o fato dela dar Alex de mãos beijadas pra ex dele que ela odeia, o clichê da melhor amiga diferente e engraçada, que por acaso ela conhece quando vai comprar o teste de gravidez, o pai ausente que aparece porque a filha fez um desenho pra ele, o fato dela ficar com ele só por que ela quer uma família e alguém que cuide dela, o fato dos anos se passarem, a filha crescer e ela continuar com a mesma cara de adolescente, a filha parece a irmã mais nova, e mais tarde a filha acaba por vivenciar a mesma história de amor da mãe.
Uma das melhores coisas do filme é a trilha pop diversificada. Para cara momento há uma música alegre e que se encaixa perfeitamente no contexto da cena tal qual como fuck you da Lily alen, Crazy in love da Beyoncé (olha ela ai de novo) Tiny dancer do Elton john, Mimi & the mad noise factory – Get me back e outras que com certeza você já ouviu por ai. A cena que ela começa a ter as contrações ao som de Push it é muito engraçada e uma boa sacada.

      Simplesmente acontece é uma boa comédia romântica que tem elementos parecidos com muitas outras mas que nem por isso deixa de ser divertida. Tem lá suas falhas mas nada que atrapalhe a good vibe dessa produção. Está passando despercebida pelo público brasileiro e não rendeu muito nos Eua, o que é uma pena. Não é daquelas que marcam sua geração, mas tem um ótimo romance e quem sabe daqui a alguns anos seja descoberta. 

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