segunda-feira, 20 de março de 2017

Review filme Kong a ilha da caveira


               Muitas versões do Kong já foram feitas no cinema, sendo a ultima, a cópia do filme de 1976 com a Jessica Lange (mas claro que com suas modernidades, mudanças aqui e ali e efeitos especiais infinitamente superiores) e que eu particularmente gostei bastante e Kong a Ilha da caveira trás muito dessa versão de 2005 e acrescenta novas facetas do monstro que não decepcionam, ele é a melhor coisa do filme.
                Um ex-militar recruta um determinado grupo para ir até A ilha da caveira onde há uma promessa de ser encontrado um soro para curar todas as doenças e um monstro ainda desconhecido e lá conhecem Kong que é uma espécie de deus naquela ilha e não necessariamente o monstro que estavam procurando.
                    Apesar de ter gostado muito de King Kong com a Naomi Watts, não estava extremamente ansiosa para esse filme, mesmo que ele tivesse o Tom Hiddleston, de quem gosto muito. Mas a minha hype para o longa aumentou bastante depois da Comic Con Experience. Eu estava no painel onde o diretor do filme, o Jordan Vogt-Roberts falou sobre o filme em si, as experiências vividas e as referencias usadas para fazê-lo. Uma delas Apocalipse now e realmente vemos muito do filme de guerra nele, na verdade vemos muitos filmes de guerra condensados em A ilha da caveira. As referencias a jogos eu não captei, pois não tenho o habito de jogar (Já tive muito) mas quem tem e viu o filme também confirmou que as referencias estavam ali.
               O diretor tem poucos filmes em seu currículo, filmes praticamente desconhecidos, mas a bagagem de cultura pop que ele tem é grandiosa e por isso mesmo para um “principiante” sua direção é bem madura. Ele sabe exatamente o que quer fazer e onde quer chegar, bem diferente do roteiristas.
                   A primeira sequencia de quando eles chegam na ilha é impressionante, a aparição de Kong é grandiosa e o movimento de câmera acelera a sequencia de ação. Mas é daí que os problemas no roteiro começam. Kong acerta vários helicópteros e eles vão caindo abruptamente, alguns por meio de explosão e tudo. As cenas da queda são ótimas, mas a impressão é que Kong bombardeou todos eles, sendo que em terra vemos praticamente o elenco inteiro vivo e bem. O capitão James Conrad interpretado pelo Tom e a fotografa interpretada pela Brie estão intactos, sem um arranhão. (bem na vibe Christian grey em 50 tons mais escuros)


               Depois que eles chegam à ilha a impressão é que não há muito que fazer, a não ser andar e explorar ela. E automaticamente nosso cérebro pede ação e suplica pelo Kong. Há uma morte e outra pra preencher as lacunas. E há a aparição de uma nova civilização e do personagem de John C. Reilly que é uma espécie de naufrago na ilha. No filme há personagens demais, mas o dele trás alivio cômico pra trama e não prejudica em nada, pelo contrario.
             Com um elenco tão grandioso e uma variedade de personagens é difícil se aprofundar em todos eles, mas alguns ainda conseguem ter uma subtrama. Há uns mais queridos que outros. E o roteiro peca em gerar mais empatia pelos coadjuvantes do que pelos protagonistas. Os personagens dos atores Toby Kebbell (de Black mirror) do Thomas Mann (de Eu, você, e a garota que vai morrer) e do Jason Mitchell são os que mais nos apegamos. Os dois últimos também funcionam bem como alivio cômico, além de atuarem muito bem.
           Quanto aos protagonistas, Tom Hiddleston se destaca mais pela sua beleza e tipo físico de herói de guerra do que pela sua atuação em si. Parece que ele está a todo tempo tentando ser charmoso (e bem que ele consegue) e esquece de atuar. Brie Larson, ganhadora do Oscar, está totalmente desperdiçada. Ela tenta fazer o que pode com sua personagem, mas é quase impossível. John Goodman está bem, mas só isso, não há nenhum momento grandioso do seu personagem. Samuel L Jackson está mais uma vez no piloto automático, interpretando ele mesmo e seu embate com o macacão soa ridículo e infantil. Quando os dois cruzam os olhares é patético. Seu personagem merece o fim que levou.
         Kong a ilha da caveira consegue fazer milagre com um roteiro pobre e com protagonistas tão sem graças. Ele é um bom filme que se sustenta na boa direção, nos aprimorados efeitos especiais, na bela fotografia de guerrilha sustentada no amarelo e laranja e na ótima trilha sonora. A luta final entre os dois monstros é espetacular, mesmo que faça nos lembrar da cena do Kong com o dinossauro no filme do Peter Jackson. Mesmo com todas as escorregadas saímos do cinema satisfeitos com o que vimos.

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