sábado, 13 de junho de 2015

Review Mad Max: Estrada da Fúria


       Mad max estreou pipocando criticas favoráveis e manchetes polêmicas. Falaremos dessa ultima mais a frente. Esse blockbuster de ação, areia e gasolina quase passou despercebido se não fosse os fãs o divulgando e o boca a boca daqueles que se comprometeram a ir aos cinemas e que saíram alucinados e declarando que Mad Max é um dos filmes de ação mais sensacionais de todos os tempos. Isso se tratando de uma sequencia de um clássico dos anos 70/80 que jazia no tumulo do esquecimento cinematográfico. Mas não para os bons de memória que apesar do intervalo de 30 anos foram em peso prestigiar as novas velozes aventuras de Max.
       Dos filmes anteriores eu não me lembrava de muita coisa. O que estava impresso era: Mel gibson + tina tunner + we don’t need another hero + carros estranhos e só. Infelizmente não nasci na época dourada/colorida do cinema, o tão amado e idolatrado anos 80 e por isso fui ao cinema pronta para ver algo completamente novo, uma não sequência e senhoras e senhores: não rever os filmes antigos foi a melhor coisa que eu já fiz. Proporcionou-me uma das melhores experiências no cinema ever.
       Vamos recapitular um pouco.... Comprei meu ingresso antecipado. Pois era estreia e a sala estaria lotada certo? Resposta errada. A sala estava vazia, um marasmo preenchido por coroas, nerds e meninos. Aliás, alguns gatos pingados dos mesmos. Para minha surpresa. Foi ali que eu vi que a bilheteria não estava tão boa. Havia uma fila enorme do lado de fora do cinema, mas esta era para Os Vingadores a era de Ultron. Eu e mais um punhado de nerds corajosos e solitários que saíram das salas do mundo todo com a cabeça explodindo fomos os responsáveis pela bilheteria crescente do filme. E ISSO É TÃO LEGAL.

       A ação é quase a protagonista do longa pois ela está presente em todas as cenas. O filme já começa com Max sendo perseguido pelos devotos do vilão, só não se sabe e nem se explica o por que. O filme na verdade é uma grande abertura de aspas que não se fecha. Ele não te dá tudo na palma da mão, explicadinho e mastigado. As origens dos novos personagens, a cronologia dos antigos (do Max) da onde vieram e nem se fala muito para onde vão. Muitos podem até sentir falta de explicações nas primeiras cenas (o tal expectador que quer tudo narrado ao pé do ouvido) mas no decorrer você apenas se desprende desses maus hábitos, entra no carro e segue o fluxo. 


       Sai mel Gibson e entra em seu lugar Tom Hardy, um ator questionável a princípio, mas que vem se superando em seus papeis. Apesar de algumas características atribuídas ao personagem fazer lembra-se de outros interpretados por Hardy. Nesse ele esta melhor mas continua fazendo cara de malvado e a mascara usada no começo do filme remete a Bane um dos seus maiores personagens. Mascarado ou não ele prova mais uma vez que se dá bem em cenas físicas. Charlize Theron é a polemizada imperatriz furiosa. Uma mulher careca, suja, linda e Badass, o desenrolar da trama começa com ela levando embora as mulheres do vilão. E a partir daí que a corrida alucinada pelos desertos apocalípticos começa. As atrizes que fazem as mulheres são rostos conhecidos, entre elas, Rosie Huntington (transformers) e zoe kravitz (x men) que começam como donzelas delicadas mas vão ganhando destaque. Rosie está bem melhor nesse do que no desastroso transformers. Um dos discípulos do vilão que se bandeia para o lado bom da força é o personagem de Nicholas hoult que surge como uma figura apática e cansada que usa Max como bolsa de sangue, mas depois vira quase o alivio cômico (já que não há espaço para comédia no filme) seu visual é fascinante, assim como os demais iguais a ele. Algo como um esqueleto suicida que sempre está tentando arrumar uma morte digna. O vilão é Immortan Joe (Hugh Keays-byrne) presente nos filmes anteriores de mad. Um líder opressor que escraviza seu povo e que mesmo assim tem seus seguidores fanáticos.
       Mad Max é diferente de qualquer coisa já vista na atualidade. Um blockbuster com raízes mais humildes e empoeiradas. Bem diferente das grandes produções atuais. O diretor George Miller realizador dos antigos retorna com seus 70 anos dando aula pra muito diretor jovem por ai. Ele mostra que consegue se adaptar as novas tecnologias e consegue reinventá-las fazendo com que seu publico continue interessado e que os mais novos fiquem extasiados. O filme há pequenas doses de romance (alguns flertes aqui e acolá) outras pequenas de comédia e pouquíssimos diálogos. A interação não se faz com muitas palavras o que prejudica a empatia com os mesmos algumas vezes. Mas a ação é turbinada e bem corpo a corpo. (A briga entre Max e a Imperator foi linda e dolorosa. Quase dava para sentir a dor dos mesmos.) E de primeira com direito a trilha sonora heavy metal e guitarrista louco que solta chamas da guitarra e traz música para as estradas. Poderia facilmente concorrer nas categorias técnicas do Oscar e por assim dizer ganhar pois os efeitos, a montagem, a mixagem de som, tudo é tecnicamente eficaz. Se você ainda não assistiu sugiro que corra e testemunhe esse filmaço.

Imperatriz furiosa....


       Após a estreia o que mais surpreendeu a todos não foi apenas a falta de público nos cinemas, mas sim os comentários desagradáveis de um certo grupo masculino que o assistiu. Assim como as feministas eles são um grupo machista? (Apesar de esse não ser o nome da causa…aliás nenhum nome faz sentido para essa causa) eles lutam a favor do direito dos homens! Tudo bem...cada um defende o que quiser, mas defender um grupo que já é privilegiado por sua posição desde que se tem conhecimento em nível histórico e social já é um ato exacerbado. E em resumo eles reclamaram que o novo filme girou em torno da imperatriz e que Max perdeu completamente seu estrelato. Falando de igual para igual, na minha opinião os dois tiveram importância no longa. É claro que a imperator é uma figura onipotente e que acrescentou bastante para o filme, mas tanto ela quanto Max tiveram cenas espetaculares. Max não foi deixado de lado, tanto que abrilhantou Tom hardy. A personagem de Charlize só acrescentou a trama e é essencial que haja personagens autossuficientes como ela no cenário cinematográfico e o fato dela ser mulher não deveria ser um incomodo e sim um elemento surpresa fantástico para a obra. Ela é a prova de que mulher não tem nojo de se sujar, de suar, não tem vergonha de ficar careca, de não ter um abraço e que mesmo assim entrar numa luta corporal maciça (vale destacar que Charlize desprezou o duble na maioria de suas cenas) e seu papel deveria ser motivo de orgulho até para os homens pois ela não está ali como alivio cômico e nem como a namoradinha do herói de ação, ela não está ali pra ser a gostosa, pra atrair os olhares, ela está ali pra meter a porrada e isso dá muito orgulho! É claro que o filme tem seus valores feministas pois as mulheres nele não querem mais ser tratadas como objeto, mas elas não “latem ordens para max” como um dos caras desse grupo disse. Os valores feministas são sutis e não prejudica e nem cansa a trama, o filme corre solto. O engraçado é que esses mesmos homens que disseram que “ninguém late ordens para Mad max” são aqueles que recebem ordens das suas esposas, isso se arrumarem alguém que aguentem seus pensamentos medievais.
 Se você quiser ler a matéria machista do blog idiota citado acima, acesse:
http://naofo.de/4fgn (ou nem acesse, pois talvez você pegue a doença da ignorância) 

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