Mad
max estreou pipocando criticas favoráveis e manchetes polêmicas. Falaremos
dessa ultima mais a frente. Esse blockbuster de ação, areia e gasolina quase
passou despercebido se não fosse os fãs o divulgando e o boca a boca daqueles
que se comprometeram a ir aos cinemas e que saíram alucinados e declarando que
Mad Max é um dos filmes de ação mais sensacionais de todos os tempos. Isso se
tratando de uma sequencia de um clássico dos anos 70/80 que jazia no tumulo do
esquecimento cinematográfico. Mas não para os bons de memória que apesar do
intervalo de 30 anos foram em peso prestigiar as novas velozes aventuras de
Max.
Dos filmes anteriores eu não me lembrava
de muita coisa. O que estava impresso era: Mel gibson + tina tunner + we don’t
need another hero + carros estranhos e só. Infelizmente não nasci na época
dourada/colorida do cinema, o tão amado e idolatrado anos 80 e por isso fui ao
cinema pronta para ver algo completamente novo, uma não sequência e senhoras e
senhores: não rever os filmes antigos foi a melhor coisa que eu já fiz. Proporcionou-me
uma das melhores experiências no cinema ever.
Vamos recapitular um pouco.... Comprei
meu ingresso antecipado. Pois era estreia e a sala estaria lotada certo?
Resposta errada. A sala estava vazia, um marasmo preenchido por coroas, nerds e
meninos. Aliás, alguns gatos pingados dos mesmos. Para minha surpresa. Foi ali
que eu vi que a bilheteria não estava tão boa. Havia uma fila enorme do lado de
fora do cinema, mas esta era para Os Vingadores a era de Ultron. Eu e mais um
punhado de nerds corajosos e solitários que saíram das salas do mundo todo com
a cabeça explodindo fomos os responsáveis pela bilheteria crescente do filme. E
ISSO É TÃO LEGAL.
A ação é quase a protagonista do longa pois
ela está presente em todas as cenas. O filme já começa com Max sendo perseguido
pelos devotos do vilão, só não se sabe e nem se explica o por que. O filme na
verdade é uma grande abertura de aspas que não se fecha. Ele não te dá tudo na
palma da mão, explicadinho e mastigado. As origens dos novos personagens, a
cronologia dos antigos (do Max) da onde vieram e nem se fala muito para onde
vão. Muitos podem até sentir falta de explicações nas primeiras cenas (o tal expectador
que quer tudo narrado ao pé do ouvido) mas no decorrer você apenas se desprende
desses maus hábitos, entra no carro e segue o fluxo.
Sai
mel Gibson e entra em seu lugar Tom Hardy, um ator questionável a princípio,
mas que vem se superando em seus papeis. Apesar de algumas características
atribuídas ao personagem fazer lembra-se de outros interpretados por Hardy.
Nesse ele esta melhor mas continua fazendo cara de malvado e a mascara usada no
começo do filme remete a Bane um dos seus maiores personagens. Mascarado ou não
ele prova mais uma vez que se dá bem em cenas físicas. Charlize Theron é a
polemizada imperatriz furiosa. Uma mulher careca, suja, linda e Badass, o
desenrolar da trama começa com ela levando embora as mulheres do vilão. E a
partir daí que a corrida alucinada pelos desertos apocalípticos começa. As
atrizes que fazem as mulheres são rostos conhecidos, entre elas, Rosie Huntington
(transformers) e zoe kravitz (x men) que começam como donzelas delicadas mas
vão ganhando destaque. Rosie está bem melhor nesse do que no desastroso transformers.
Um dos discípulos do vilão que se bandeia para o lado bom da força é o
personagem de Nicholas hoult que surge como uma figura apática e cansada que
usa Max como bolsa de sangue, mas depois vira quase o alivio cômico (já que não
há espaço para comédia no filme) seu visual é fascinante, assim como os demais
iguais a ele. Algo como um esqueleto suicida que sempre está tentando arrumar
uma morte digna. O vilão é Immortan Joe (Hugh Keays-byrne) presente nos filmes
anteriores de mad. Um líder opressor que escraviza seu povo e que mesmo assim
tem seus seguidores fanáticos.
Mad Max é diferente de qualquer coisa já
vista na atualidade. Um blockbuster com raízes mais humildes e empoeiradas. Bem
diferente das grandes produções atuais. O diretor George Miller realizador dos
antigos retorna com seus 70 anos dando aula pra muito diretor jovem por ai. Ele
mostra que consegue se adaptar as novas tecnologias e consegue reinventá-las
fazendo com que seu publico continue interessado e que os mais novos fiquem
extasiados. O filme há pequenas doses de romance (alguns flertes aqui e acolá)
outras pequenas de comédia e pouquíssimos diálogos. A interação não se faz com
muitas palavras o que prejudica a empatia com os mesmos algumas vezes. Mas a
ação é turbinada e bem corpo a corpo. (A briga entre Max e a Imperator foi
linda e dolorosa. Quase dava para sentir a dor dos mesmos.) E de primeira com
direito a trilha sonora heavy metal e guitarrista louco que solta chamas da
guitarra e traz música para as estradas. Poderia facilmente concorrer nas
categorias técnicas do Oscar e por assim dizer ganhar pois os efeitos, a
montagem, a mixagem de som, tudo é tecnicamente eficaz. Se você ainda não
assistiu sugiro que corra e testemunhe esse filmaço.
Imperatriz
furiosa....
Após
a estreia o que mais surpreendeu a todos não foi apenas a falta de público nos cinemas,
mas sim os comentários desagradáveis de um certo grupo masculino que o
assistiu. Assim como as feministas eles são um grupo machista? (Apesar de esse
não ser o nome da causa…aliás nenhum nome faz sentido para essa causa) eles
lutam a favor do direito dos homens! Tudo bem...cada um defende o que quiser,
mas defender um grupo que já é privilegiado por sua posição desde que se tem
conhecimento em nível histórico e social já é um ato exacerbado. E em resumo
eles reclamaram que o novo filme girou em torno da imperatriz e que Max perdeu
completamente seu estrelato. Falando de igual para igual, na minha opinião os
dois tiveram importância no longa. É claro que a imperator é uma figura
onipotente e que acrescentou bastante para o filme, mas tanto ela quanto Max
tiveram cenas espetaculares. Max não foi deixado de lado, tanto que abrilhantou
Tom hardy. A personagem de Charlize só acrescentou a trama e é essencial que
haja personagens autossuficientes como ela no cenário cinematográfico e o fato
dela ser mulher não deveria ser um incomodo e sim um elemento surpresa
fantástico para a obra. Ela é a prova de que mulher não tem nojo de se sujar,
de suar, não tem vergonha de ficar careca, de não ter um abraço e que mesmo
assim entrar numa luta corporal maciça (vale destacar que Charlize desprezou o
duble na maioria de suas cenas) e seu papel deveria ser motivo de orgulho até
para os homens pois ela não está ali como alivio cômico e nem como a
namoradinha do herói de ação, ela não está ali pra ser a gostosa, pra atrair os
olhares, ela está ali pra meter a porrada e isso dá muito orgulho! É claro que
o filme tem seus valores feministas pois as mulheres nele não querem mais ser
tratadas como objeto, mas elas não “latem ordens para max” como um dos caras
desse grupo disse. Os valores feministas são sutis e não prejudica e nem cansa
a trama, o filme corre solto. O engraçado é que esses mesmos homens que
disseram que “ninguém late ordens para Mad max” são aqueles que recebem ordens
das suas esposas, isso se arrumarem alguém que aguentem seus pensamentos medievais.
Se você quiser ler a matéria machista do blog
idiota citado acima, acesse:
http://naofo.de/4fgn (ou nem acesse, pois talvez você pegue
a doença da ignorância)
Nenhum comentário:
Postar um comentário