sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Margo Roth e a idealização da garota perfeita


       Recentemente (sim só agora) assisti Cidades de papel, mais uma adaptação de livros do John Green. Depois do sucesso de A Culpa é Das estrelas os produtores viram que valia muito a pena investir nos livros de Green. Cidades de papel não foi um sucesso estrondoso como foi ACEDE, mas se saiu bem.
       Não farei um review sobre o filme e nem sobre o livro, até porque ainda não o li, (na verdade o único livro do John Green que eu li até agora foi A Culpa é das estrelas) falarei sobre Margo Roth Spiegelman, a menina popular e aventureira de ambas as obras.
       Cidades de Papel volta mais uma vez com aquela velha fantasia do nerd e a garota popular. A maioria dos filmes adolescentes é assim. O nerd nunca quer ficar com aquela amiga nerd como ele ou com aquelas meninas mais alcançáveis, eles querem mais do que já tem, eles querem o inalcançável, querem a garota mais popular da escola, que namora com o atleta e que em algum momento percebe que o cara só é um monte de bíceps e não a valoriza. Ai sim no finalzinho do filme ela vê no nerd um namorado atencioso e dedicado e opta por ficar com ele.  Esse cenário foi criado para iludir meninos e meninas do mundo todo. A ficção só torna realidade aquele desejo interior que vários de nós invisíveis têm. Aquela miragem de que é possível sim isso acontecer. E às vezes isso é mais impossível do que aliens invadindo a terra num filme do Steven Spielberg. Sorry but is true.
       Quentin é o nerd citado e é muito bem interpretado por Nat Wolff (apesar de fazer algumas caras esquisitas de sono algumas vezes) e tem seus amigos tão losers como ele. Um que tenta ser pegador, mas na verdade é só um idiota (estereótipo gritante) e outro que se destaca dos dois por ter uma namorada.

       Margo é interpretada por Cara Delevingne uma modelo que agora está atuando e futuramente estará em Esquadrão suicida. A voz rouca dela pode parecer sexy para os rapazes, mas é super irritante. O jeito que ela fala também não ajuda muito. A atuação dela é bem questionável. Não teve uma grande estreia. Mas vamos falar de sua personagem...


       Margo tem carisma e vive cercada de amigos. Não se dá muito bem com os pais e por isso vive fugindo de casa, tanto que quando ela desapareceu (e isso não é spoiler nenhum) os pais fizeram pouco caso, a mãe principalmente. Já estavam acostumados. A menina adorava um mistério e nas palavras do próprio Quentin acabou se tornando um. Sua vida era uma série de aventuras, desde pequena ela sai por ai fazendo o que ela quiser. Quando criança ela e Quentin eram melhores amigos, mas a sensatez dele os afastou. Ela não tinha limites em suas loucuras enquanto Quen pensava muito bem antes de fazer alguma coisa.
       O filme nos faz se questionar se é valido fazer o que der na telha. Ela fazia e levou ele a fazer. Uma ultima vez para ela e primeira vez em séculos para ele. E isso o deixava mais apaixonado. Esse espírito livre dela. Para ele ela era perfeita, ela era “um milagre” assim que ele a viu pela primeira vez a chamou de milagre e levou toda uma adolescência vivendo da idealização por aquela garota. Mas no fim quando descobriu onde ela estava e que ela não estava mandando sinal algum pra ele, pois ela não se importava com ninguém apenas com ela mesma ele percebeu que não existe isso de “milagre” “garota perfeita” “garota dos sonhos” ela era apenas uma garota... E por mais que se idealize alguém esta pessoa não merece. Ela não merece todo seu tempo e dinheiro investido em troca de andar de mãos dadas na rua para mostrar para os amigos e por algumas conversas vazias e sem conteúdo. Vivemos em uma cultura feita de idealizações. Idolatramos ídolos teens, jogadores de futebol, gostosas sem talento e artistas em geral e John Green soube muito bem criticar tudo isso nas entrelinhas. Além de alfinetar a superficialidade das pessoas. Então para de babar por aquela menina popular da sua escola, aposto que se você olhar ao redor vai encontrar alguém muito mais acessível e melhor do que ela. Alguém que te enxergue e que te faça feliz. (Blogger também é psicólogo rs) no fim o seu “milagre” é sua família, seus amigos, sua fé e seu relacionamento duradouro com alguém nada popular porém incrível.

Há e a trilha sonora do filme é ótima. E a cena que eles cantam a musica tema de abertura do Pokémon é impagável!

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