Essa
é mais uma série original da Netflix e pelo primeiro episódio achei que ela
seria minha próxima Wet Hot American Summer, outra produção da Netflix que eu
simplesmente detestei. Para mim a série mais decepcionante do ano passado.
(link da matéria)
Ela é basicamente sobre Mickey
(Gilian Jacobs) e Gus (Paul Rust) que são totalmente diferentes e depois de
saírem de relacionamentos ruins começam a reavaliar a vida e o amor
Todos os elementos que eu gostava em
uma série estavam ali. Protagonista abusada, Nerd esquisitão, muitas referências
cinematográficas, humor negro e Judd Apatow (criador e roteirista da série e de
filmes como Ligeiramente grávidos e O Virgem de 40 anos) e mesmo com todos
esses atrativos não me senti atraída logo de inicio. Os primeiros episódios são
depressivos demais (até para uma comédia de humor negro) e muito arrastados. A
vida patética e desinteressante que os protagonistas levam interferem no bom
andamento da série. Outro fator que incomoda bastante é a total falta de
química deles.e não é por valores estéticos e tal (confesso que a falta de
beleza de Paul me deixou inquieta algumas vezes) mas sim por que eles simplesmente
não funcionam. É quase inadmissível que um Nerd bobo daquele jeito, desprovido
de beleza alguma, com bondade exageradamente forçada e chato consiga arrumar
mulheres lindas, gostosas e extrovertidas como aquelas. Tanto a protagonista
Mickey quanto a atriz do estúdio onde o personagem trabalha e que ele terá um
affair depois. Essa atriz que interpreta uma atriz é uma das mulheres mais
bonitas que já vi atualmente. Belo rosto, voluptuosa, carismática e com um belo
sorriso (nossa nem eu sabia que meu crush estava nesse nível) quando ela surge,
a figura de Mickey fica totalmente apagada. Gilian também é linda, mas sua
personagem é tão descolada e fria que algumas vezes irrita.
Esta
é uma série com um grande numero de coadjuvantes. Tem os amigos de Gus (que
fazem reuniões onde escolhem um filme sem trilha sonora e criam uma pra ele, o
que foi uma das melhores coisas da série) tem a estrela mirim que Gus dá aula
(que é filha de Apatow e é aquela pequenina de Ligeiramente Grávidos) tem a
roomate de Mickey, que é uma graça de coadjuvante, sempre sorridente e
otimista, o oposto de sua colega raivosa e tem os colegas de trabalho de
Mickey. Encher as produções de bons e cômicos coadjuvantes é marca
característica de Judd Apatow e com essa série não poderia ser diferente. Outra
marca dele é o sexo escrachado e tratado com naturalidade e isso também
acontece muito aqui.
Ok, eu posso ter falado mais mal do
que bem da série, mas tenho que admitir que a partir do 5° episódio a série
finalmente pega no tranco. Só quando a amizade do casal começa a se firmar que
a série também se consolida. E ai que começam a debater os problemas do amor,
dos relacionamentos e da vida adulta. A série mostra que nada na vida é simples
e que a real life é complicada. Mickey começa a ceder um pouco, vai tratar seus
vícios e aprende que deve valorizar as pessoas a sua volta, não pode
simplesmente tratar elas de qualquer jeito pois elas têm sentimentos. Enquanto
Gus que é o bonzinho começa a ter opinião própria e começa a se impor mais, em
todas as áreas, inclusive no trabalho, o que o faz crescer no estúdio (mesmo
dando treta depois)
Para
realmente gostar de Love deve-se ter muita paciência. Desde o começo vemos sua
qualidade nas atuações e na direção, o roteiro vai melhorando aos poucos e as poucas
piadas vão refinando também. Claro que não há nenhuma que te faça rolar no chão
de tanto rir, mas surgem uma ou outra que te arrancam sorrisos. O mais valioso
da série ainda é as lições e só de poder extrair algo dela já está ótimo. Claro
que não está no nível de Master Of None, mas vale o esforço e o tempo.
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