sexta-feira, 25 de março de 2016

Review Série Love


              Essa é mais uma série original da Netflix e pelo primeiro episódio achei que ela seria minha próxima Wet Hot American Summer, outra produção da Netflix que eu simplesmente detestei. Para mim a série mais decepcionante do ano passado. (link da matéria)
          Ela é basicamente sobre Mickey (Gilian Jacobs) e Gus (Paul Rust) que são totalmente diferentes e depois de saírem de relacionamentos ruins começam a reavaliar a vida e o amor

          Todos os elementos que eu gostava em uma série estavam ali. Protagonista abusada, Nerd esquisitão, muitas referências cinematográficas, humor negro e Judd Apatow (criador e roteirista da série e de filmes como Ligeiramente grávidos e O Virgem de 40 anos) e mesmo com todos esses atrativos não me senti atraída logo de inicio. Os primeiros episódios são depressivos demais (até para uma comédia de humor negro) e muito arrastados. A vida patética e desinteressante que os protagonistas levam interferem no bom andamento da série. Outro fator que incomoda bastante é a total falta de química deles.e não é por valores estéticos e tal (confesso que a falta de beleza de Paul me deixou inquieta algumas vezes) mas sim por que eles simplesmente não funcionam. É quase inadmissível que um Nerd bobo daquele jeito, desprovido de beleza alguma, com bondade exageradamente forçada e chato consiga arrumar mulheres lindas, gostosas e extrovertidas como aquelas. Tanto a protagonista Mickey quanto a atriz do estúdio onde o personagem trabalha e que ele terá um affair depois. Essa atriz que interpreta uma atriz é uma das mulheres mais bonitas que já vi atualmente. Belo rosto, voluptuosa, carismática e com um belo sorriso (nossa nem eu sabia que meu crush estava nesse nível) quando ela surge, a figura de Mickey fica totalmente apagada. Gilian também é linda, mas sua personagem é tão descolada e fria que algumas vezes irrita.


        Esta é uma série com um grande numero de coadjuvantes. Tem os amigos de Gus (que fazem reuniões onde escolhem um filme sem trilha sonora e criam uma pra ele, o que foi uma das melhores coisas da série) tem a estrela mirim que Gus dá aula (que é filha de Apatow e é aquela pequenina de Ligeiramente Grávidos) tem a roomate de Mickey, que é uma graça de coadjuvante, sempre sorridente e otimista, o oposto de sua colega raivosa e tem os colegas de trabalho de Mickey. Encher as produções de bons e cômicos coadjuvantes é marca característica de Judd Apatow e com essa série não poderia ser diferente. Outra marca dele é o sexo escrachado e tratado com naturalidade e isso também acontece muito aqui.
          Ok, eu posso ter falado mais mal do que bem da série, mas tenho que admitir que a partir do 5° episódio a série finalmente pega no tranco. Só quando a amizade do casal começa a se firmar que a série também se consolida. E ai que começam a debater os problemas do amor, dos relacionamentos e da vida adulta. A série mostra que nada na vida é simples e que a real life é complicada. Mickey começa a ceder um pouco, vai tratar seus vícios e aprende que deve valorizar as pessoas a sua volta, não pode simplesmente tratar elas de qualquer jeito pois elas têm sentimentos. Enquanto Gus que é o bonzinho começa a ter opinião própria e começa a se impor mais, em todas as áreas, inclusive no trabalho, o que o faz crescer no estúdio (mesmo dando treta depois)
Para realmente gostar de Love deve-se ter muita paciência. Desde o começo vemos sua qualidade nas atuações e na direção, o roteiro vai melhorando aos poucos e as poucas piadas vão refinando também. Claro que não há nenhuma que te faça rolar no chão de tanto rir, mas surgem uma ou outra que te arrancam sorrisos. O mais valioso da série ainda é as lições e só de poder extrair algo dela já está ótimo. Claro que não está no nível de Master Of None, mas vale o esforço e o tempo. 

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