Eu
acompanho o canal da Kéfera a muitos anos, pelo que eu me lembre é desde a
época do Orkut quando surgiu o gif do “Nossa véi, nossa” como sou a louca dos
memes fui procurar da onde vinha aquele e assim descobri os vídeos dela e a
partir daí passei a acompanha-la, nunca imaginei que ela chegaria aonde chegou
e seria um dos canais com mais inscritos do mundo e que sua popularidade
aumentaria num nível tão estratosférico ao ponto de lançar dois livros, e
estrelar um filme. E por causa desse carinho que tenho por ela fui prestigia-la
no cinema, mesmo prevendo que o filme não seria lá grandes coisas, até por não
ser para a minha faixa etária.
Já
sabia que um dia ela enfim faria trabalhos como atriz já que ela vinha do
teatro e o canal foi um meio de disseminar esse sonho dela mas imaginava que de
começo ela faria papeis pequenos em novelas como Malhação sei lá, mas ela é tão
fodona que ganhou um filme só para ela que é o que É Fada é, um filme para
lança-la como atriz e mesmo que as críticas ao filme tenham sido negativas a
bilheteria prova que Kéfera Buchmann dá dinheiro sim.
O
filme é a adaptação do livro Uma fada veio me visitar, da Thalita Rebouças (com
quem já tirei foto, só verem lá no instagram Speak Cinema hehe) e é dirigido
por Cris D’Amato que já dirigiu filmes como Mulheres ao Mar e Linda de morrer,
todos com um humor bem parecido com esse. No filme Geraldine é uma Fada que
perdeu suas asas e para consegui-las de volta precisa ajudar Julia uma menina
tímida e de poucos amigos que foi criada pelo pai pois sua mãe escolheu viajar
para construir sua vida os abandonando.
Além
dos vídeos em que Kéfera atua já tinha visto a menina atuar na Peça Deixa eu te
contar, que ela rodou o Brasil estrelando ao lado de sua amiga Bruna Louise,
que é uma atriz de stand up e também é hilária, hoje ela está trabalhando no
multishow. Era uma peça de texto bem simples e jovial e por isso elas se saíram
muito bem, assim como É Fada, que fala bastante com os adolescentes e por isso
o roteiro não se esforça para ser algo a mais. E muitas vezes o filme parece
ser um vídeo gigante da Kéfera, com falas bobinhas, palavrões e gírias da
internet. Só não entendi por que usaram a palavra “top” no filme, ninguém mais
usa essa expressão e quando usam são avacalhados na internet.
A
protagonista está muito bem como a fadinha Geraldine, por incrível que pareça,
ela é esforçada e consegue ser engraçada, algumas vezes a comparei mentalmente
com a Dory (sim a peixinha azul e amada por todos) por ser distraída, faladeira
e espevitada. Só duas coisas incomodam nela, a primeira é sua forma nada ortodoxa
de ensinar as coisas para sua pupila Julia, o roteiro desde o começo tenta
passar que as opções dela não são as melhores, mas com Julia uma adolescente a
quem ela deveria tomar cuidado em seus conselhos ela aconselha de forma bem
errada. Fazendo ela se afastar do pai, ir para a balada, se jogar em cima dos
meninos, sabotar as “colegas” (mesmo que elas mereçam) desprezar o único amigo
de verdade que ela fez e etc... e há duas cenas que quebram o ritmo brando e
divertido da narrativa, uma delas a da balada onde há vários menores bebendo (e
ouvindo músicas nos fones de ouvido numa espécie de balada silenciosa que eu
achei bem possível de acontecer e bem What a fuck?) E a outra em que aparece um
cachorro rottweiler (raça usada em filmes de terror) numa sequência que pode
assustar as crianças.
A
outra coisa que me incomodou na fadona é o visual, tanto mistério para revelar
algo tão simples e descuidado. O visual é bem teen e pensado para a geração
atual, diferente das fadas de vestido de ceda dos filmes, mas mesmo assim é
muito pobre, principalmente o cabelo que parece o meu antes da progressiva, nem
liso, nem cacheado, alguma coisa despenteada ali no meio. Só a saia que ela
usou na cena da balada que era realmente bonita e com cara de fada, mas tirando
ela tudo foi muito desleixado.
Não
há muito o que dizer das outras atuações, ninguém se destaca de verdade, a não
ser o pai de Julia interpretado por Silvio Guindade que tem uma sequência boa
de confronto e parece ser o pai ideal. Até Klara Castanho que se saiu bem nas
novelas que fez não tem destaque aqui, talvez pela má composição de sua
personagem, que por vezes soa ingrata e chata. Chatas também são as patricinhas
da escola que funcionam como uma espécie de Meninas Malvadas mirins.
É
Fada não é um filme para um marmanjo de 30 anos analisar, ele é um filme para
uma adolescente de 15 anos assistir e amar, sei que se eu tivesse essa idade já
estaria querendo ir de novo ao cinema para assistir, e para a falar a verdade
eu achei que seria uma experiência bem pior, até ri de algumas piadas. É claro
que tem cenas absurdas e o roteiro e a direção são preguiçosos, assim como
algumas atuações e a edição do longa também, repetir músicas para encaixar na
trama é um fail terrível, e os poucos efeitos especiais já sabíamos que não
seriam grandes coisas. A atuação da Keh é meio exagerada algumas vezes, mas ela
se sai bem no seu primeiro trabalho no cinema, veremos como ela se sairá em seu
próximo filme O Amor de Catarina e é legal de ver rostos conhecidos como o da
Zeiva (mãe da Kéfera) e da Vilma (cachorrinha e filha dela) se você desligar
seu cérebro cinéfilo e critico dá para se divertir um pouquinho.
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