quarta-feira, 29 de março de 2017

Review Filme A bela e a fera (2017)


          A Bela e a Fera de 1991 é um dos meus filmes preferidos da infância/ adolescência e a Bela é a minha princesa preferida. Sempre me identifiquei com ela, principalmente quanto ao seu gosto pela leitura (mas me aprofundarei nisso em outro momento) e por conta de todo esse amor e admiração pelo desenho minhas expectativas para esse live action estavam no teto, porém nem todas foram alcançadas. Algumas coisas funcionaram bem e outras não, mas o pior de tudo foi a sensação desse não ter nem um pouco do mesmo encanto do original.
         Em A bela e a fera um príncipe é amaldiçoado e vira uma fera, e seus funcionários do castelo viram objetos. A maldição só será quebrada se ele aprender a amar e se ele for amado por alguém.
           Em pouco tempo essa nova adaptação se tornou o musical mais assistido de todos os tempos. O sucesso está sendo estrondoso e a bilheteria está lá no alto. Aqueles que viram a versão original quando eram crianças ou adolescentes estão indo aos cinemas e muitos deles levando seus filhos. É ótimo que as crianças estejam conhecendo essa animação tão moderna para os padrões da época e a Disney fez questão de moderniza-la ainda mais.
           Em 1991 tínhamos uma menina que gostava de ler e que não era uma princesa, ela nem sequer pensava em casamento, ela queria sair por ai e se aventurar. Algumas barreiras foram quebradas com a Bela e elas continuam sendo quebradas, afinal nesse ela inventa a maquina de lavar, UOU. Outra coisa posta em pauta nesse novo filme é o fato de ter dois personagens gays. Sim, não é apenas o Lefou, personagem que levantava suspeitas desde a animação original e agora não resta duvidas. Ao lado dele tem outro, que é uma espécie de figurante que não se intimida com as roupas femininas em determinada cena. Sim isso espantou muita gente e o filme sofreu boicote em vários países, simplesmente por que retratava a nossa realidade. Para trazer mais diversidade ainda temos personagens negros nessa nova versão.
              No geral o filme é bem fiel ao primeiro, diferente da versão francesa de 2014. Mas algumas coisas foram adicionadas e devo dizer que como fã essas coisas não me agradaram muito. Nesse inseriram uma explicação pra “morte” da mãe da Bela e para isso juntaram partes do conto original da Bela e a fera. Até certo ponto essa adesão foi interessante, mas desnecessária, assim como a pequena viagem que o casal protagonista faz por meio de um livro mágico. Outras coisas que foram “too much” foi a adição de mais musicas que causaram aquela estranheza por não pertencerem a obra original, pois essas musicas foram consideradas inadequadas para a época e cortadas da animação.


          Outras pequenas mudanças foram na personalidade dos personagens. No desenho a fera é analfabeta e aqui eles consertaram isso, afinal como um príncipe rico com acesso a melhor educação que poderia ter e que sempre teve as melhores coisas nunca aprendeu a ler direito? Outro é o Gaston, ele continua um idiota machista, mas aqui ele não fala coisas do tipo: “para que ler?” “mulher que ler começa a pensar e isso não é bom” e não pisa e joga os livros da Bela na lama como no desenho. Mas continua um ignorante que se desfaz dessa característica da menina e fala que a mulher se não se casar virará uma mendiga, what?
          Sobre as atuações, Emma Watson tem todas as características da Bela, é uma menina culta, moderna e engajada. Mas apesar de todas as semelhanças não convence como a protagonista, enquanto eu assistia eu não enxergava a personagem mas sim a própria Emma e algumas vezes a hermione. E a atriz apesar de cantar muito bem não consegue se expressar ou passar qualquer emoção. Dan Stevens tem se mostrado muito talentoso na série Legion, mas aqui não conseguimos ver sua atuação direito graças a todo aquele CGI. Ele aparece como homem no começo, mas cheio de maquiagem e no final finalmente vemos seu lindo rosto. Quem brilha realmente no filme é Luke Evans como Gaston, que apesar de ser diferente do desenho fisicamente trás uma interpretação bem entusiasmada e egocêntrica, a personalidade foi encarnada perfeitamente assim como seu parceiro Lefou que rouba a cenas nas partes musicais.
          O filme tem muitos números musicais. A primeira musica na aldeia, a Be our guest e logicamente a musica tema cantada no baile trazem os melhores momentos cantantes. A Be our guest principalmente, pois é deslumbrante visualmente, os movimentos do lumiére são incríveis, além da voz maravilhosa de Ewan Mcgregor que já cantou e nos encantou como Christian em Moulin rouge. Aliás os objetos são as melhores coisas do longa. Todos eles muito bonitos em um ótimo CGI e bastante carismáticos. Não há o que reclamar sobre a dublagem do Ian Mckellen, da Emma Thompson, do Ewan, da Audra e etc... Quanto aos efeitos especiais da fera há horas que está bem acentuado e outras que está muito mal executado. A impressão é que coisas simples eles conseguiram fazer com ele e falharam em movimentos mais complexos.
          Beauty and the beast consegue trazer muitas coisas boas do desenho original, tem atuações divertidas, bons números musicais (se você odeia musicais passe longe, se você ama assim como eu você vai gostar) cenários bonitos (mesmo q alguns sejam visivelmente uma tela verde) e um figurino deslumbrante mas apesar de tudo não possui a graça e o encanto do filme original. Assim como Cinderela que também é um bom filme, mas não transmite a emoção do clássico. Diferente de Mogli que me tocou bastante e que os acréscimos foram muito bem encaixados. Chorei com Mogli, mas não com A bela e a fera.... Fico triste em constatar isso mesmo que o filme tenha provocado um sorriso no meu rosto quando terminou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário