[ALERTA DE SPOILER]
O
final de Bates Motel nunca foi surpresa para ninguém, todos sabiam como a série
terminaria, a não ser que a pessoa nunca tivesse assistido ao filme. Mas quem
já conhecia, sabia que certas coisas aconteceriam e que a Norma morreria no
final. E mesmo sendo previsível nesse aspecto, a série sempre conseguiu prender
seu publico e inovar na maneira de reencontar essa historia.
Aqui
no blog tem um big review de todas as temporadas de Bates Motel e também review
do filme e do livro. Uma das coisas que cito na minha resenha do apanhado geral
da série é que quando terminamos a 4° temporada (que foi bem fraca por sinal)
não sabíamos como a 5° temporada seria. Se ela iria focar na morte de Marion
Cane e todo o desenrolar do filme, se iria esquecer os personagens coadjuvantes
e focar na Norma e no Norman e etc... As duvidas eram muitas, mas eles
conseguiram desenvolve-la muito bem.
Nessa
ultima temporada vimos com mais exatidão como funciona os delírios de Norman
depois da morte da mãe. E o roteiro trabalha brilhantemente essa parte. E vemos
como a presença da Norma é forte, não só para o Norman, mas para quem assiste
também. Muita gente achou que ficaríamos órfãos do talento e da beleza da Vera
Farmiga nessa temporada, mas ainda bem que isso não aconteceu. Ela e Freddie
são os pilares da série, não existe um sem o outro, assim como não existe o
filho sem a mãe.
Freddie
está mais sensacional ainda nessa temporada. Ele leva sua atuação para o topo e
consegue com sutileza oscilar entre o Norman calmo e doce e depois o Norman
agressivo e temperamental. Ele quer acreditar que sua mãe está viva, ele
precisa acreditar nisso e ele não quer de forma alguma sair dessa bolha
psicológica que é o mundo dele. Sua atuação como a Norma está ainda mais
afiada, ele não tenta imitar a atuação da Vera, ele pega algumas
características e reinventa-a.
Sobre
a tão aguardada cena do chuveiro... Esse arco foi contado com mais de um
episódio e retrata toda a trajetória de Marion até o hotel. Mostra-a com seu
amante (foi uma sacada genial usar um personagem que já estava na série já que
não queriam recriar o núcleo do livro/filme) e depois fugindo da cidade com o
dinheiro que o patrão mandou depositar.
Houve
todo aquele contato inicial do filme entre Norman e ela. Ele sendo um perfeito
cavalheiro, fazendo sanduiche para ela e eles conversando. Alguns takes foram
reproduzidos exatamente como no filme. A preocupação com os detalhes e a
homenagem a obra foi maravilhoso. E a homenagem aconteceu nessa cena de
aproximação dos dois e também na cena da morte. E se teve uma cena que nos
surpreendeu, definitivamente foi essa. Esperávamos ver Marion sendo morta a
facadas no chuveiro, mas isso não aconteceu. Naquele momento Norman conseguiu
vencer a impulsividade da mãe o mandando mata-la e mandou-a ir embora.
Mas
a famosa cena aconteceu. Porém com o amante, e Norman o odiava por trair a
esposa por quem ele tinha um “crush” e que era fisicamente muito semelhante a
Norma. Não teve a trilha sonora marcante, mas cada frame da cena era igual ao
que vimos no filme de 1960. Não dá para copiar cada detalhe de um clássico, é
um sacrilégio fazer isso e os produtores e roteiristas entenderam isso,
portanto eles mudaram algumas coisas e essa atitude foi corajosa e bem pensada.
Quem
interpreta Marion na série é Rihanna, que foi contratada por ser muito fã de
Bates. Sabemos que ela não é uma ótima atriz, mas a atuação dela não incomoda
aqui. Ela é discreta e cumpre direitinho sua função. É claro que nem de longe é
o primor de atriz que foi Janet Leigh como Marion mas conseguiu fazer um bom
trabalho.
Nessa
temporada também vemos novas versões dos personagens conhecidos. Emma virou uma
dona de casa com uma filha fofa, Dylan um pai de família preocupado com o irmão
e Romero segue ferido pela morte da esposa e com ódio mortal de Norman, a quem
ele culpa pelo que aconteceu. A cena em que ele chega na delegacia para levar
Norman tem uma mistura de tensão e humor negro. A morte de Romero não agradou
muito já que ajudou a colocar o psicopata em um pedestal onde se torna intocável,
mesmo que um ex policial treinado tente acabar com ele, ele é capaz de mata-lo
com uma pedrada.
A
cena desse confronto final é eletrizante. Depois da morte do Xerife, Norman
retorna ao Motel e finge que nada aconteceu, hospeda pessoas, faz um jantar
para o irmão e vive seus últimos momentos finais como se nada tivesse
acontecido. O confronto dele com Dylan é de partir o coração. Vimos ali o
menino por trás do psicopata, o menino que ama o irmão mais velho e que seria
incapaz de machuca-lo (como ficou comprovado em um episódio anterior) e a forma
como ele induz Dylan a liberta-lo e deixa-lo ir embora para ficar com sua
adorada mãe foi o encerramento perfeito. Ele se reencontrando com ela conseguiu
arrepiar ainda mais do que a cena de Norma conversando com Emma através do
filho. Cara, essa cena me arrepiou muito.
Portanto
essa foi a despedida dessa série que tanto nos surpreendeu. Bates motel trouxe
novidade onde supostamente não deveria haver e também trouxe um elenco incrível
e episódios memoráveis. Ela certamente fez jus a obra de Alfred hitchcock.
É uma série boa e muito interessante, sinto que história é boa, mas o que realmente faz a diferença é a participação de Olivia Cooke nesta série. Eu gostei e você? Me surpreendeu a atriz. Seu trabalho é excelente como nesta série. Sigo muito os filmes com Olivia Cooke, sempre me deixa impressionada em cada nova produção. A vi recentemente em um filme chamado Jogador No 1 foi uma de os melhores filmes de ficção 2018 eu recomendo!, o êxito do filme se deve muito ao grande elenco que é bastante conhecido pelo seu grande trabalho. Foi meu filme preferido.
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