Uma
das melhores coisas do mundo é começar a ver algo despretensiosamente e ser
surpreendido. E uma das melhores surpresas que eu tive foi com Master Of None.
Gostei tanto da 1° temporada que estava com muito medo do que eles fariam nessa
nova temporada e apesar de não seguir fielmente a mesma estrutura da primeira,
a novidade que foi a segunda foi muito bem vinda.
[peço
uma licença para plagiar a mim mesma na sinopse, já que peguei do meu review da
1° temporada]
Master of None é uma série da Netflix criada e
estrelada por Aziz Ansari (de Parks and recreation) e nela conhecemos Dev, um
ator que chegou a casa dos 30 anos e começa a se questionar sobre coisas a sua
volta, coisas que ele vive ou que deveria estar vivendo como casamento, filhos
e ter uma carreira consolidada como ator em Nova York.
No final da 1° temporada Dev que está cansado das
decepções vividas na big aple, e por isso parte para a Itália, e ele parte
praticamente por impulso pois sua motivação é que ele adora massas e quer
aprender a faze-las. E o quão maravilhoso ele é por ter feito isso?!
Muitas vezes pensamos em planejar minuciosamente
cada detalhe de nossas vidas, sem dar margem para tentar algo que amamos, por
mais que não faça sentido para as pessoas, se faz sentido para você mesmo,
porque não tentar? E essa tentativa faz do 1° episódio uma das coisas mais
lindas já feitas nas séries de TV.
O episódio é todo em preto e branco e tem aquele
ar gostoso de cinema italiano. Fora as referencias explicitas a clássicos do
cinema italiano como Ladrões de bicicleta e Cinema Paradiso. O menino que vira
o sidekick de Dev é muito talentoso, consegue se expressar muito bem, além de
ser muito fofo. Ao lado de Aziz ele tornou o episódio mais especial ainda.
Os amigos italianos que Dev faz também são muito
legais, principalmente Francesca que posteriormente vai para nova York
encontrar seu amigo. E já é de se esperar o interesse romântico entre os dois,
a amizade tão sincera dos dois com certeza levaria a isso.
De volta aos EUA e com a tela adquirindo cores
novamente (o que é uma pena pois veria uma temporada de 50 episódios filmada na
Itália) o roteiro de Aziz e sua direção em alguns episódios voltam a velha
estrutura que tanto amamos acompanhar na first season, onde em cada um dos
episódios ele aborda uma temática diferente, e dessa vez esses temas estão bem
misturados.
Nos episódios ele fala sobre comida, uma nova
tentativa na carreira (mesmo não estando satisfeito com ela) religião (de uma
forma bem simples e sem julgamentos) Tinder e a frustração que é namorar por
apps hoje em dia (onde se conhece varias pessoas, mas nenhuma é realmente
interessante ou compatível) e até sobre como a família aprende a lidar com um
parente que é homossexual.
Uma das coisas mais incríveis da série é dar
espaço para outros personagens contar a sua historia, isso acontece no episódio
de ação de graças onde vemos como Denise, a amiga de Dev, descobriu que era gay
e como ela contou para a mãe. E também como foi para a mãe e a tia conhecerem
as namoradas que ela teve ao decorrer de sua vida, as etapas da aceitação foram
muito honestas e bonitas da forma que foi retratada.
Outro episódio desse tipo
foi um onde é mostrado pessoas diferentes (que nem fazem parte do elenco fixo)
em seu cotidiano, no trabalho, nas baladas, nos relacionamentos e na vida e no
final todas elas se encontram por um interesse em comum. Além de ser uma carta
de amor a nova York (já expressa pelo titulo do episódio). Nesse ele volta com
sua homenagem ao cinema de Wood Allen, que também retratava o amor pela cidade
de forma bem cotidiana.
O mesmo elenco adorável também retorna, como os
amigos de Dev e seus pais que mesmo com uma atuação limitada conseguem arrancar
risadas. Houve alguns acréscimos no elenco que foram muito bem-vindos, como
Bobby Cannavale, amigo e patrão de Dev, um sujeito aparentemente gente boa por
trás da mascara que usava (nós mulheres já nos deparamos diversas vezes com
homens como ele) e claro a linda da Alessandra Mastronardi que faz a Francesca,
é difícil não se apaixonar por ela. E como a temporada anterior, essa também
tem participações especiais de artistas de como eles mesmos.
Valeu muito esperar pela 2° temporada de Master
of None, pois ela retorna com sua excelência no texto e direção, e no cuidado
com o que tenta transmitir. E outros detalhes técnicos que nos saltam aos olhos
também são adicionados como a fotografia, que está linda, principalmente no
primeiro e no ultimo episódio. Tomara que a ambiguidade do ultimo episódio não
signifique um fim a série, diante de tantos cancelamentos da netflix, pois digo
e repito, essa é uma série pouco divulgada, mas que deveria ser assistida por
todos. Netflix não toque nesse tesouro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário