Sete
minutos depois da meia noite é um livro/filme que evoca aquelas antigas obras
literárias e cinematográficas de fantasia que tanto amávamos, onde um personagem
“imaginário” traçava o rumo da narrativa, a diferença aqui é que esse
personagem não é tão bonzinho como os outros, ele desperta o lado mais primitivo
do protagonista e é isso que torna ambos tão inovadores.
Primeiro
falaremos do livro que foi lançado em 2011 e é escrito pelo autor Patrick Ness.
Esse é um livro que apesar do tema pesado é muito rápido de ler, tanto porque é
curto, quanto porque a narrativa flui que é uma beleza. E o livro foi uma ideia
da autora Siobahan Dowd enquanto passava pelo tratamento de cura contra o
câncer de mama, ela começou a desenvolver o projeto, mas não conseguiu
terminar, pois faleceu em 2007, Patrick assumiu daí. A autora não queria
qualquer arvore para ser o monstro, ela pensou no teixo justamente porque sua
casca produz um remédio de cura do câncer. Algo abordado no livro.
O
livro conta a historia de Conor O’malley um menino que precisa lidar com o
câncer da mãe, ao mesmo tempo em que sofre bullying na escola e recebe a visita
de uma arvore que quer lhe contar historias.
Assim
que Conor começa a receber as visitas do monstro ele não sabe distinguir se
aquilo é um sonho ou é a realidade, afinal, quem conseguiria distinguir isso?
Mas aos poucos ele vai entendendo que o monstro está ali por um propósito. Ele
quer que ele ponha para fora o seu medo, sua angustia e sua raiva e por isso o
menino age de uma forma considerada errada pelas pessoas ao seu redor.
Com
a mãe passando mal todos os dias ele assume os afazeres da casa e diante de
tantas responsabilidades ele não vê um propósito nas coisas de criança. Por
isso se isola na escola, o tornando alvo de bulliyng. Certas crianças podem ser
seres bem insensíveis de vez em quando, como fazer mal a um “colega” que está
tendo a sua mãe morrendo de câncer? Só de pensar que isso pode acontecer na
vida real já desperta raiva. Por isso quem lê e quem assiste consegue entender
a fúria do menino.
Nesse
cenário escolar a única diferença entre o livro e o filme é que no livro ele
tem uma amiga chamada Lily, que ele também afasta, mas mesmo assim ela
permanece do lado dele, seria interessante ter visto a menina no filme, mas
nele o menino não tem nenhum porto seguro.
Além
da perseguição no colégio, o menino precisa lidar com a avó, que é mais perua
no livro do que no filme. Ela é uma senhora que não entende o neto e não sabe
demonstrar afeto por ele, assim como ele por ela. O pai de Conor mora em Los
Angeles e também não se importa muito com ele.
O
livro tem uma narrativa bastante objetiva e pontua bem a realidade e a fantasia.
E o filme consegue acompanhar isso também.
O
filme foi lançado no ano passado, em 2016, tem o roteiro do autor do livro (o
que o torna extremamente fiel, com pequenas ressalvas) e direção de J. A.
Bayona, um espanhol que dirigiu O Orfanato, O Impossível (ele sabe escalar
elenco infantil) e irá dirigir Jurassic world 2. Inclusive o Tom Holland que
trabalhou com ele em O Impossível, o ajudou nos movimentos corporais do mostro.
O
elenco desse filme está excelente, temos Liam Neeson com sua voz imponente fazendo
o monstro (antes fez a voz do leão de As Crônicas de Narnia) Felicity Jones faz
a mãe de Conor e mesmo não se sobressaindo consegue ter uma atuação delicada e
discreta. Sigourney Weaver está maravilhosa como a avó de Conor, ela transmite
perfeitamente o medo que sente pela filha e a frieza e apreensão com o neto.
Toby Kebbel de Black mirror é o pai do menino, seu personagem não faz muita
coisa na trama. Quem interpreta o protagonista é Lewis Macdougall, que só
esteve na nova versão de Peter Pan, mas já parece ser um ator experiente, ele
conduz bem o filme e sua atuação é eficiente em cada emoção passada.
Tecnicamente
o filme também é muito bem feito, as animações utilizadas para contar as
histórias são visualmente lindas, a trilha sonora só as complementa, além dos
valores ensinados nessas historias que passam longe de ser algo meloso e bobo.
O design do teixo também é bem feito, há uma cena ou outra que ele é
visivelmente um chroma key, mas nada que atrapalhe.
A
moster Calls, apesar da simplicidade é um dos melhores livros que já li na
vida, ele mistura uma triste realidade com uma fantasia que funciona como
objeto de alivio e esperança para o protagonista. O filme consegue captar esse
sentimento e o eleva ainda mais. O final do filme é diferente, mas emociona
mesmo tendo sido prolongado onde não precisava. Mesmo sendo uma obra
direcionada para crianças, é pesada para elas e elas não entenderão nem a
metade do que a historia quer passar, ou talvez ele seja como O Pequeno
príncipe e mereça ser lido em cada fase da vida.
Muito boa resenha. Amo a história de A Monster Calls desde que eu li e adorei o filme! A verdade foi uma das melhores adaptações que eu vi do gênero. É uma historia cheia de incríveis personagens. Vale muito à pena, é um dos melhores do seu gênero. Além, tem pontos extras por ser uma historia muito inspiradora. Eu amei desde que vi o trailer do filme Sete Minutos Depois da Meia Noite porque tem toda a essência do livro mais uma produção audiovisual incrível. Considero que um fator que fez deste um grande filme é a atuação de Lewis MacDougalln, seu talento é impressionante. O recomendo. É algo muito diferente ao que estávamos acostumados a ver.
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