sábado, 3 de outubro de 2015

Review A Garota que você deixou para trás


       Eu gosto de dizer que a minha autora preferida do momento é a Jojo Moyes mesmo lendo apenas dois livros dela! Sim guys, eu não tenho muita propriedade para afirmar isso e mesmo assim o faço. Isso se dá pelo fato de que fui totalmente fisgada por Como eu era antes de você, primeiro livro que li da autora. Ele realmente me pegou de jeito (mas isso é assunto para um próximo review)
       Com as expectativas altíssimas comecei a ler A garota que você deixou para trás, livro lançado em 2012.Aqui no Brasil foi lançado pela intrínseca. A capa é bastante similar à de Me before you e a forma de contar a história por duas vertentes é similar à de outro livro da autora A última carta de amor (que está na minha lista) ambos entrelaçam duas narrativas de pessoas diferentes em épocas distintas.
       A garota...é um drama que começa em 1916, numa cidade chamada St Pérone onde mora Sophie com sua irmã Hélene e seus sobrinhos, enquanto os maridos delas tentam sobreviver na guerra, elas tentam sobreviver numa cidade ocupada pelos alemães que os privam de qualquer condição humana de vida. Esposa de um artista não muito famoso, Sophie relata alguns trechos de como o conheceu e como ele a retratou no quadro com o nome título do livro. Em meio a lembranças passadas de uma vida boa, ela tenta levar a vida com esperança, apesar da situação precária. Logo as irmãs se veem servindo os oficiais da tropa alemã em seu restaurante e vivem sobre as ordens dos mesmos, até que o comandante da tropa se apaixona pela mulher do quadro. (Sophie na versão nutrida por assim dizer)
       Já na Londres de 2006 vive Liv, uma viúva que passa por uma depressão por não superar a morte prematura do marido David, que o presenteou com o quadro da garota... e de repente ela se vê perdendo o quadro e última lembrança de seu falecido esposo.
Sophie e Liv são mulheres esperançosas, corajosas e decididas. Se acreditam em algo vão até o fim para conquistar seu objetivo e por isso as duas sofrem bastante no decorrer de suas jornadas. Ambas seguiram caminhos que para as pessoas a sua volta pareciam improváveis. Sophie foi julgada pela própria família e Liv por todos da cidade. Fizeram coisas que depois quase se arrependeram, felizmente tiveram desfechos favoráveis.
Jojo é uma autora conhecida por passar a verdade para suas palavras, ela relata a vida real. Ela é ótima em contar as “sofrencias” de seus personagens. A solução dos problemas deles não chega de mãe beijada, eles peregrinam bastante para alcançar a felicidade, isso quando alcançam (estou falando de você Will Traynor) por isso me admirei com o final das respectivas histórias. 


       Sophie começou uma amizade inesperada com o Herr Kommandant da tropa nazista que a convidou meio que indiretamente para transar com ele em troca de ver Édouard. Ela era uma mulher fiel e honrada, mas em meio ao desespero de não receber notícias de seu marido acabou indo para a cama com o oficial. Acabou sendo desprezada por ele, apenas por não ser aquela mulher linda e despreocupada do quadro. E mesmo se sentindo humilhado ele cumpriu a promessa e depois de comer o pão (preto) que o diabo amaçou ela finalmente encontrou seu amado.
Esse desfecho foi bastante confuso para mim, até mais do que o de Liv, pois Paul (o interesse romântico da mocinha) encontrou as provas certas e ela ficou com o quadro, o final dela só foi feliz por que o de Sophie também foi, caso ela tivesse morrido numa vala em um lugar qualquer da Alemanha Liv não teria a “guarda” de seu quadro judicialmente.
Os fatos históricos, os livros, os documentários e os filmes que retratam os fatos reais da ocupação alemã no período de guerra me fizeram torcer o nariz para a bondade do Kommandant. Não sou daquelas pessoas que acham que todos os alemães são ruins, mas me custa acreditar que a Jojo uma autora tão pé no chão tenha concedido um final feliz a dadas circunstancias. Talvez todos esses livros, filmes e etc... Tenham me feito vê-lo como aquele oficial sem coração de “o menino do pijama listrado” e não como um ser humano com compaixão. Eu generalizei sem querer querendo e o encontro de Sophie e Edouard que deveria ter me levado as lágrimas apenas me causou um levantar de sobrancelha do tipo “isso é verdade? ” “Ninguém morre? ” Por mais ruim que isso seja. Mas vejam... meu raciocínio foi: Jojo matou um tetraplégico com toda uma vida pela frente porque não duas pessoas praticamente condenadas nas mãos dos soldados?

E isso é o bom da autora, ela diversifica, nos surpreende, ela nos mantem interessados, mesmo que alguns trechos tenham sido meio boring, principalmente as indagações de Liv e as partes no tribunal (não quero ler NADA que tenha a ver com meu trabalho, NÃO) nesse livro ela tem o poder de nos chocar com a realidade e nos dar o suspiro de alivio (mesmo que improvável... tá parei) depois. Que venha os próximos livros da Jojo e que venha o filme deste, nas mãos certas daria um drama digno de Oscar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário