terça-feira, 18 de outubro de 2016

Clássico do Dia: Trainspotting


          Trainspotting é mais um daqueles filmes que apesar de novo (se comprado aos clássicos mais antigos) se tornou um clássico, um Cult, um filme obrigatório para aqueles que apreciam filmes pequenos com personalidade. Ele é um filme britânico de 1996, baseado em um livro e dirigido por Danny Boyle que futuramente iria dirigir Quem quer ser um milionário?
          Nele conhecemos Renton, Spud e Sick boy, três amigos com vicio em heroína. Também temos Tommy que depois logo se entrega para o vício também e Begbie que não é usuário, muito pelo contrario, odeia drogas, mas é agressivo e adora uma confusão. Cada um com seus vícios não é mesmo?

              Esse filme é literalmente uma viagem, mas não da forma conceitual e artística que beira ao inacessível para o grande publico, não, mesmo abordando um ambiente marginalizado, sujo e repugnante ele é jovem e a trilha sonora é um grande atrativo que insere os telespectadores na trama, mas ao mesmo tempo faz esse publico não querer ser daquele grupo de jovens desajustados e suicidas.

            O elenco é composto de atores conhecidos como Ewan McGregor, Jonny Lee Miller, Kelly Macdonald e Robert Carlyle de Once Upon a Time, todos atores em ascensão na época e que estavam excelentes em seus papeis. Principalmente Ewan que protagoniza o filme e retrata todas as etapas de um usuário de drogas: o vicio, a reabilitação sofrida com direito a alucinações, a dor, a paranoia e o desespero, depois vem a recuperação e com a má influencia dos amigos a premeditada queda.


           O roteiro e a direção souberam trabalhar muito bem com as metáforas para o estado de espírito do personagem como a cena em que Renton mergulha na privada em busca da droga (uma das cenas mais nojentas que já vi) há também a cena em que Renton ao usar a droga cai no chão e afunda nele, é visível o formato de um caixão que passa a mensagem obvia de morte e ao mesmo tempo de paz e tranquilidade proporcionada pela droga injetada. Quando ele está em fase de recuperação o seu quarto de torna mais amplo e ao mesmo tempo estreito o que traduz a dificuldade de se recuperar. Além da cena do babytronic andando no teto e dando uma de exorcista ao girar a cabeça. Sério, que susto!
            Mas essa não é a cena mais forte envolvendo o bebe, há uma cena especifica que é horrível e o pior de tudo é ver a mãe desse bebe que se desespera inicialmente e depois parece que se esquece facilmente do acontecido e volta a usar a droga.
          Trainspotting é um filme sobre a depressão e a falta de perspectiva de muitos jovens, meninos e meninas que não querem viver uma vida “medíocre” (na visão deles) e não sabem como lidar com as responsabilidades de ser um adulto, ai a droga vira um escape, uma realidade alternativa, um alivio momentâneo. Nas palavras do diretor o filme não apoia e nem vai contra o uso das drogas, isso fica a cargo de quem assiste. Com um bom roteiro, boas atuações, competente direção, trilha sonora jovial e uma bela fotografia esse filme marcou uma geração, mesmo com todas as cenas nojentas e olha que ele tem bastante. Trainspotting 2 já está confirmado, vamos ver se terá o mesmo êxito desse e fiquem com o teaser: 


"escolha viver. Escolha um emprego. Escolha uma carreira, uma família. Escolha uma televisão enorme. Escolha lavadora, carro, CD Player e abridor de latas elétrico. Escolha saúde, colesterol baixo e plano dentário. Escolha viver. Mas por que eu iria querer isso? Escolhi não viver. Escolhi outra coisa. Os motivos? Não há motivos. Quem precisa de motivos quando tem heroína?”.


Nenhum comentário:

Postar um comentário