sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

review série O Justiceiro


          Depois do sucesso do Justiceiro na 2° temporada de Demolidor, o próximo passo foi criar uma série só para ele, e diferente das outras séries sobre heróis, essa é sobre um anti-herói com um bom coração, mas com ideais bem controversos que nas televisões e computadores errados pode virar um símbolo para as pessoas que prezam pela violência e ideologia de guerra.
            Após se vingar dos responsáveis pela morte de sua família, Frank Castle se vê atrás de uma organização criminosa liderada por pessoas do seu passado.
            Uma dica valiosa que darei é que se você viu a 2° temporada de Demolidor há muito tempo (assim como eu) reveja antes de começar essa 1° temporada de O Justiceiro, pois assim os eventos estarão mais frescos em sua memória e você não ficará tão perdido na linha do tempo dessas séries, mas calma, logo cada peça se encaixa e mesmo sem se quer ter assistido à 2° temporada de Daredevil, dá para embarcar nessa nova caçada de Frank.
            O primeiro episódio é algo completamente diferente do que é visto no decorrer da série. Nele vemos um Frank Castle cabeludo e em ótima forma que acabou de matar todos os envolvidos na morte de sua esposa e filhos (pelo menos ele achou que havia matado) e só quer trabalhar em paz em uma empresa de construções e dar marretadas furiosas até o final do dia. As cenas de porradaria vistas nesse episódio (muito boas por sinal) é uma dica do que virá pela frente. Cenas de ação sangrentas, sem a movimentação característica dos heróis da Marvel/netflix e nem todas memoráveis. Não há uma “cena do corredor” aqui, mas há uma luta ou outra que realmente empolga e mostra o quão badass é o Punisher.
              Há uma em que ele faz um movimento e pega um corpo no chão para se proteger de tiros que é sensacional, assim como as cenas dos dois episódios finais. O embate final não poderia ter acontecido em lugar mais apropriado, mostrando que depois dali a vingança finalmente estaria completa.
                O Frank/Punisher é interpretado pelo Jon Bernthal, que está incrível no papel, praticamente nasceu para ele, nos faz esquecer completamente de todos os outros atores que interpretaram o justiceiro no cinema. Ele é sério, solitário e cheio de ódio, mas com determinados personagens vemos seu lado mais amoroso e amigo, como com a Karen, com o Curtis, um amigo dele, Micro, Sarah a esposa dele e os filhos deles. O punisher é um ex-militar que faz justiça com as próprias mãos, com isso, e através de certos diálogos e pensamentos apresentados na série (a maioria deles por personagens extremistas que também foram militares e acham que o mundo é quadrado como foi lhes ensinado no passado) muitos que apoiam certos políticos controversos por ai podem utiliza-lo (e distorce-lo) para sua própria representação. A série tenta não ultrapassar o limite da ficção e da realidade, mas diante do nosso cenário político atual, é difícil não misturar as coisas. 


                 Uma discussão interessante, mas que não ficou bem desenvolvida na série, é sobre o porte de armas, que colocou aqueles que apoiam como o grupo certo, botando a Karen como o ponto de vista, já que ela anda armada por causa das coisas que sofreu. E um político de caráter duvidoso liderando o grupo dos que são contra, mas que como bem apontado por Karen, tem vários seguranças armados. Ele diz que as armas devem ir para as mãos certas, mas como controlar isso?
          Deborah está cada vez mais confortável no papel de Karen e é sempre uma personagem muito bem vinda. Há uma química enorme entre Karen e Frank, mas não há enfim um relacionamento amoroso, pois Frank ainda pensa na esposa (em meio a devaneios bregas e fofos ao mesmo tempo) e lembra-se dela e dos filhos todos os dias. Billy Russo, um ex-combatente e amigo dele é muito bem interpretado pelo Ben Barnes (de As Crônicas de Nárnia e que também está em Westworld) que mostra que pode ser muito mais do que um rosto bonito em ternos caros a lá John Wick. No final darei uns spoilers sobre ele. Ebon Moss Bachrach interpreta Micro, que é uma mistura de alivio cômico e “cara da cadeira” (referências de Homecoming). É ele que descobre Frank e o trás para o seu lado, e como de costume, no começo há um confronto, mas depois tornam-se amigos. Através dele que acontece o conflito familiar da série, trazendo Frank para a realidade. Jason R. Moore também está bem como Curtis, que tem um grupo de apoio e que teve muito mais que perdas pessoais em sua vida de militar. Esses são os melhores personagens da série, tanto em construção quanto em atuação.
               Integrando o time das mulheres duronas das séries Marvel/Netflix temos a atriz Amber Rose Revah como a policial Madani, que tem alguns bons momentos mas poderia ter sido muito melhor aproveitada e interpretada. Alguns momentos somente dela davam eram entediantes. Seu parceiro interpretado pelo Michael Nathanson, também não foi grandes coisas, principalmente na função de parceiro cômico, nisso ele falhou miseravelmente.Jaime Ray Newman que interpreta Sarah é boa atriz e pode ser muito mais relevante nas próximas temporadas (se houver renovação).
             O Justiceiro é uma série que prometia trazer tiro, porrada e bomba em todos os episódios mas que desapontou alguns por não ter isso o tempo todo. Com um ritmo lento, que aumenta a frequência apenas do episódio cinco em diante, é uma série que prende, mesmo diante desses problemas. É claro que há tramas policiais entediantes e um triangulo amoroso previsível e muito estranho, mas ela vale a pena, principalmente por seu protagonista, que não posso falar sobre a fidelidade com os quadrinhos, mas posso dizer que está incrível. Ponto também para a cinematografia de algumas cenas.



SPOILER

Sobre Billy Russo, sim o personagem apontava para uma mudança de caráter lá da metade para o final, tanto por suas características, quanto pelo trailer, mas que quando foi revelado não deixou de surpreender. Talvez, não para os que leram os quadrinhos. O ultimo episódio com os flashbacks mostrando ele, Frank e a família no lugar onde eles morreram, só que se divertindo, comendo, fazendo piada, os filhos chamando Billy de tio e a esposa de Frank beijando seu rosto e dizendo que ele era da família aumentou a raiva pelo personagem, não dá para entender como sua ambição foi maior do que esse carinho que ele recebia. Ok, ele tinha problemas familiares, a mãe o abandonou e depois ele foi atrás pra maltratar ela, (what?) já mostrava que ele tinha certos problemas, mas fazer aquilo com Frank foi inaceitável. Porém, gostei do fato dele não ter morrido e Frank ter desfigurado o rosto dele, o cara brigava mas o rosto ficou intacto a temporada toda, só para esse momento, (o ruim é não ver o rosto lindo dele na próxima, sério, Ben Barnes está lindo demais aqui) e na próxima ele provavelmente viverá um vilão desfigurado que irá atrás dele, quero muito ver isso, tomara que seja renovada.

2 comentários:

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  2. Sou super amante das series e por isso já vi muitas, assim que dificilmente uma serie me surpreende, Eu comecei a assistir O Justiceiro porque foi recomendado para mim e eu me tornei um fã quando soube que Jon Bernthal estava participando dele. Jon Bernthal e me ator favorito. Ele sempre surpreende com os seus papeis, pois se mete de cabeça nas suas atuações e contagia profundamente a todos com as suas emoções. Adoro porque sua atuação não é forçada em absoluto. Seguramente o êxito de ator Jon Bernthal deve-se a suas expressões faciais, movimentos, a maneira como chora, ri, ama, tudo parece puramente genuíno. Sempre achei o seu trabalho excepcional, sempre demonstrou por que é considerado um grande ator. Gosto muito do ator e a sua atuação é majestuosa.

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