quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Review Star Wars: Os Últimos Jedi


          Esse talvez seja o filme mais controverso de todos os filmes da franquia Star Wars, isso porque ele é um filme corajoso, que não tem medo de abrir mão de ideais trazidos anteriormente, e abrir caminho para coisas novas nos próximos filmes.
          Em The Last Jedi, Rey, vai em busca de Luke para que ele a ensine sobre a força, enquanto Kylo Ren e o general Hux lideram a primeira ordem para atacar Leia e a resistência.
          Todo mundo tinha certeza que esse oitavo filme da franquia seria um sucesso, mas após algumas exibições houve muitos questionamentos e comparações políticas e com os filmes anteriores. Uns alegaram que o filme estava distorcendo coisas já consolidadas nos filmes anteriores e outros que ele valorizava uma vertente política em detrimento de outra, e os mais conservadores chiaram em relação aos rebeldes da resistência. Houve até reclamação quanto ao Chewbacca ter virado “vegetariano” nesse filme. E sobre o filme estar tentando fazer os expectadores engolirem o feminismo na figura da Leia e da vice admiral Amilyn liderando os rebeldes. A linha do sério e da bobagem é tênue em todos esses debates, mas em alguns é muito importante.
            Todas essas questões fez a bilheteria cair bastante e gerou um abaixo assinado para tirar o filme do cânone de Star Wars, o que indica que o que eles estão fazendo é certo e está incomodando as pessoas que deveriam incomodar. O mais bizarro é que Star Wars sempre foi um filme político, nos anos 80 ele falou de ditadura através de um personagem que usava mascara e roupas pretas, eternizando o mesmo e ensinando que não era legal torcer por ele. Esses que estão criticando provavelmente não conseguiram absorver tudo que a saga apresentou nos anos 80 e 90 e agora que o cérebro expandiu por causa dos textões de facebook estão querendo militar alguma coisa.
             Deixando essas questões de lado e imergindo no filme propriamente dito, ele começa do exato momento onde o outro parou e mostra Rey se encontrando com o famoso Luke Skywalker e pedindo para que ele a treine, mas Luke está velho, cansado e relutante. Ele não acredita mais na ordem Jedi e por causa de outro aluno anterior que arruinou tudo, se vê na obrigação de rejeitar a proposta da menina. O que destoa do pensamento de que todos achavam que nesse teria uma versão 2.0 do treinamento de Luke com Yoda. 


          Outra coisa que parecia previsível, mas não foi, é o relacionamento de Rey com Kylo Ren. Esse surpreendeu e de forma positiva. Mostrando que todo mundo tem seu lado bom e mal conflitando dentro de si. Há uma cena de luta dos dois que é espetacular, a segunda melhor cena de combate do filme, porque a primeira fica a cargo de outro conflito inevitável que falarei mais a frente com Spoilers.
          Daisy Ridley está à vontade com sua personagem, mas ainda estava melhor em O Despertar da Força. Com Adam Driver é o contrário, aqui ele está muito melhor e mais estabelecido como um vilão em potencial. John Boyega foi rebaixado para o posto de bobalhão e se viu preso em um relacionamento sem química nenhuma e totalmente desnecessário, quem faz seu par romântico é Kelly Marie que faz Rose e que funciona muito bem sozinha, a atriz é carismática e a personagem muito boa, mas como casal derraparam feio. Oscar Isaac como Poe Dameron rouba a cena de Finn nesse filme e mostra um oficial competente, mas impulsivo, passando por cima das ordens de Leia, e ferrando a todos, mas nem esse vacilo faz o personagem ser menos querido e a ótima atuação de Oscar só aumenta a admiração por ele. Laura Dern tem uma presença forte como Amilyn e cria uma dualidade para a personagem que agrada. Gwendoline Christie como a capitã Phasma não traz nada de importante para o filme, assim como Benicio Del Toro que interpreta um ladrão que poderia ter sido interpretado por qualquer um. Domhnall Gleeson está muito caricato como o General Hux, seu personagem é uma caricatura dele mesmo em O despertar da força, algumas caretas chegam a ser ridículas, outro ótimo ator desperdiçado.
          Temos um grande carinho pelo Mark Hamill e pela Carrie Fisher, mas quanto à suas atuações elas são apenas ponderadas, nada de grandioso. Mesmo que ambos tenham uma grande importância nesse filme (principalmente Luke, com cenas sensacionais) e Mark esteja em seu melhor momento na carreira, a atuação dos dois é apenas adequada.
           Star Wars – Os últimos Jedi, tem um roteiro que peca no desenvolvimento de alguns personagens e traz algumas improbabilidades espaciais. A maioria das piadas não funciona e algumas dão até vergonha (“manda a ver cabeça cromada”, sério?) Mas há algumas engraçadas (envolvendo Luke, Mark hamill está demais no filme). Ao mesmo tempo, enfatiza personagens como Luke que sempre mereceu momentos como os que ele tem aqui. Visualmente o filme é extraordinário, como sempre, o planeta de sal com o branco e o vermelho apresenta uma união de cores excepcional. Os cenários também são belíssimos, a ilha onde Luke está é uma versão espacial linda de Fernado de Noronha (piada de youtube) e os novos animais animatronics também extremamente bem feitos, os animais de cristais são incríveis, e os porgs fofos e engraçados, é através deles e das habitantes da ilha de Luke que também acontece as risadas. E temos é claro a visão política explicita do filme, como sempre houve, as mulheres sempre foram mais do que um biquine dourado, assim como Star Wars sempre foi mais do que um filme sobre aventuras espaciais. E a mensagem do filme (linda por sinal) é: não importa de onde você veio e quem são seus pais, se a força está com você, você é um com a força.

Spoilers:


A cena da aparição de Yoda foi de arrepiar, confesso que quando ele queima os livros Jedi e faz pouco caso disso, senti um estranhamento em relação há tudo que o filme prega, mas nas próprias palavras do personagem, ser um Jedi é muito mais do que seguir instruções em livros.

Luke que sempre foi o menos favorito de todos agora assume seu posto como o líder do grupo, a cena em que vários tiros estão sendo dados nele e ele limpa a poeira do ombro fez o cinema ir a loucura. Todos aplaudiam e gritavam porque esse é o Luke! O verdadeiro pica das galáxias. A cena que ele morre é triste, mas também linda e muito digna, os dois sois aparecendo e ele simplesmente indo, que encerramento perfeito. Esse é o fim do ciclo dos três protagonistas.

Por falar em morte, Leia não teve a sua no filme, todos acharam que por causa da morte de Carrie, eles iriam matar Leia também, e há uma cena que achamos que isso ia de fato acontecer, mas não aconteceu, o que também deu dignidade a eterna princesa, vamos ver como justificarão sua ausência no próximo.

E talvez tenhamos um casal para os próximos filmes, a cena é muito rápida, Poe e Rey finalmente se conhecem pessoalmente e o cumprimento dos dois no final deixou brecha para a imaginação dos internautas, aquele “eu sei” tem um significado dentro dos filmes, será?

A cena do final, com o garotinho segurando a vassoura e fazendo analogia a um sabre de luz pode ter um desenvolvimento nos próximos, mas talvez não, (o que eu acredito) talvez seja apenas o diretor e roteirista Rian Johnson expressando seu amor pela franquia e dizendo que todos temos a força dentro de nós, e podemos ser o que quisermos, foi assim com a Rey, com aquelas crianças, e pode ser com qualquer um, basta querer, vi muito do amor de um fã naquela cena e de um sonho que foi realizado. 

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