sábado, 7 de novembro de 2015

Review Vai Que Cola O Filme


       Vai que cola é mais uma produção nacional do gênero comédia pastelão e realmente seria só mais uma se não fosse a quantidade de fãs do programa Vai que cola e o show man Paulo Gustavo como o protagonista e fio condutor da trama.
       Assisti ao filme de bom grado e dei bastante risada mesmo não sendo fã do programa. Quando estreou no multishow o público apreciou bastante. Tanto que essa 3° temporada que estreou recentemente bateu recorde de audiência. Muito graças ao filme que arrastou o povo brasileiro que adora rir de coisas bobas. O filme e a sitcom são sucesso, mas eu prefiro o filme e eu sei o porquê.... Nele dá para incrementar aquela formula desgastada de humor tratada na sitcom. Aquele retrato das pessoas mais humildes e consequentemente sem educação. (Isso nunca muda, aff). Ver uma vez no cinema é divertido, mas todos os dias na TV é cansativo e foi o que aconteceu comigo, comecei dando algumas risadas, mas aos poucos fui cansando da falta de originalidade e da falta de piadas bem elaboradas e realmente engraçadas. Até parar de vez de assistir... mas vamos falar de cinema...
       O filme conta os fatos que antecederam a ida de Valdomiro (Paulo Gustavo) pro Méier. Quando ele era rico e tinha um apartamento luxuoso no Leblon, isso só com 2% de direito de uma determinada empresa na qual era sócio. Até sofrer um golpe e a policia acabar indo atrás dele (e só dele, o porquê ninguém sabe) essa parte foi simplificada ao máximo. Foi como um assistir a um filme sobre negócios onde ocorre uma falcatrua e ao invés de passarem quase o filme inteiro tentando descobrir como aconteceu ele simplesmente joga na sua cara em 10 minutos de cena. É um Wall Street para leigos. Ninguém esperaria mais do que isso afinal o foco são os personagens da pensão da dona Jô.
       Lá encontramos os personagens que já conhecemos. A pirigueti Jéssica (Samanta Schmutz BFF de Paulo Gustavo) o Concierge Ferdinando (Marcus Majella) o gato e burrinho Máicol (Emiliano D’avila) a loiraça Velna mais conhecida por Tcheca (Fiorella Matheis) a escandalosa Terezinha (Cacau Protassio) o esquisito Wilson (Fernando Caruso) e o crush dele dona Jô (Catarina Abdala) além das participações especiais de Oscar Magrini, Klebber Toledo e Werner Shunemann. E outros globais que aparecem acenando para eles no começo do filme assim que eles chegam no Leblon, como se fossem grandes estrelas que ao serem vistas nos deixam deslumbradas ZzZzZz Uma delas Luana Piovani, mais simpática em uma cena do que em toda sua vida.

       Graças ao tempo que atuam em Vai que cola a química do elenco é forte. E mesmo a trama se passando em outro ambiente, um mais “chique” por assim dizer como o Leblon a química está impressa. Mesmo aqueles personagens mais sem graça como o Máicol e a Terezinha, no filme estão bem melhor construídos e bem mais engraçados. A burrice dele e as gritarias dela não incomodam tanto nesse. A tcheca é um caso perdido, Fiorella só faz parte do grupo por que alguém tem que preencher a cota da “gostosa” já que Jéssica parece uma sátira a isso. Ela é baixinha e feia, mas mesmo assim conquista o Klebber Toledo. Algo inalcançável para nós, as baixinhas e feias da vida real. Rs mentira você é linda....


       Paulo Gustavo é inegavelmente a estrela do filme. (mas quase foi ofuscado por Majella graças ao final) ele faz uso da quebra da quarta parede e começa a conversar com o publico em diversos momentos. Sempre tirando sarro do Méier e das pessoas ao seu redor. A interrupção da narrativa junto à desconstrução dos elementos cinematográficos tornam tudo melhor. Quando ele fala que não dá pra fazer filmes como aquele, que os figurantes estão ocupando espaço, pois ninguém olha para eles e quando começa a mexer um café imaginário dentro da xícara e depois mostra para o publico que não tem nada ali. Ele domina a arte da interação com sua audiência e por isso tem tantos admiradores. Não o acho cansativo, arrogante ou blasé como alguns dizem. Ele consegue fazer rir falando tudo com uma cara séria e é essa sua eterna TPM que o torna tão engraçado.
       Vai que cola não é um filme para se analisar minuciosamente até por que seu objetivo é fazer rir e tirar sarro das coisas simples da vida. Não tem um roteiro brilhante, pelo contrário, ele é raso e sem pé nem cabeça. Com situações absurdas e resoluções previsíveis. Você já viu filmes como este umas mil vezes na sua vida e por alguma razão mesmo assim ele é engraçado. É aquele tipo de filme que você pode levar toda família para o cinema. Contudo apesar dos elogios não pretendo assistir a nova temporada de Vai que cola, o filme foi divertido, mas chega... Tá ótimo!

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