Vai
que cola é mais uma produção nacional do gênero comédia pastelão e realmente
seria só mais uma se não fosse a quantidade de fãs do programa Vai que cola e o
show man Paulo Gustavo como o protagonista e fio condutor da trama.
Assisti
ao filme de bom grado e dei bastante risada mesmo não sendo fã do programa.
Quando estreou no multishow o público apreciou bastante. Tanto que essa 3°
temporada que estreou recentemente bateu recorde de audiência. Muito graças ao
filme que arrastou o povo brasileiro que adora rir de coisas bobas. O filme e a
sitcom são sucesso, mas eu prefiro o filme e eu sei o porquê.... Nele dá para
incrementar aquela formula desgastada de humor tratada na sitcom. Aquele
retrato das pessoas mais humildes e consequentemente sem educação. (Isso nunca
muda, aff). Ver uma vez no cinema é divertido, mas todos os dias na TV é
cansativo e foi o que aconteceu comigo, comecei dando algumas risadas, mas aos
poucos fui cansando da falta de originalidade e da falta de piadas bem
elaboradas e realmente engraçadas. Até parar de vez de assistir... mas vamos
falar de cinema...
O
filme conta os fatos que antecederam a ida de Valdomiro (Paulo Gustavo) pro
Méier. Quando ele era rico e tinha um apartamento luxuoso no Leblon, isso só com
2% de direito de uma determinada empresa na qual era sócio. Até sofrer um golpe
e a policia acabar indo atrás dele (e só dele, o porquê ninguém sabe) essa
parte foi simplificada ao máximo. Foi como um assistir a um filme sobre
negócios onde ocorre uma falcatrua e ao invés de passarem quase o filme inteiro
tentando descobrir como aconteceu ele simplesmente joga na sua cara em 10
minutos de cena. É um Wall Street para leigos. Ninguém esperaria mais do que
isso afinal o foco são os personagens da pensão da dona Jô.
Lá
encontramos os personagens que já conhecemos. A pirigueti Jéssica (Samanta
Schmutz BFF de Paulo Gustavo) o Concierge Ferdinando (Marcus Majella) o gato e
burrinho Máicol (Emiliano D’avila) a loiraça Velna mais conhecida por Tcheca
(Fiorella Matheis) a escandalosa Terezinha (Cacau Protassio) o esquisito Wilson
(Fernando Caruso) e o crush dele dona Jô (Catarina Abdala) além das
participações especiais de Oscar Magrini, Klebber Toledo e Werner Shunemann. E
outros globais que aparecem acenando para eles no começo do filme assim que
eles chegam no Leblon, como se fossem grandes estrelas que ao serem vistas nos
deixam deslumbradas ZzZzZz Uma delas Luana Piovani, mais simpática em uma cena
do que em toda sua vida.
Graças
ao tempo que atuam em Vai que cola a química do elenco é forte. E mesmo a trama
se passando em outro ambiente, um mais “chique” por assim dizer como o Leblon a
química está impressa. Mesmo aqueles personagens mais sem graça como o Máicol e
a Terezinha, no filme estão bem melhor construídos e bem mais engraçados. A
burrice dele e as gritarias dela não incomodam tanto nesse. A tcheca é um caso
perdido, Fiorella só faz parte do grupo por que alguém tem que preencher a cota
da “gostosa” já que Jéssica parece uma sátira a isso. Ela é baixinha e feia,
mas mesmo assim conquista o Klebber Toledo. Algo inalcançável para nós, as
baixinhas e feias da vida real. Rs mentira você é linda....
Paulo
Gustavo é inegavelmente a estrela do filme. (mas quase foi ofuscado por Majella
graças ao final) ele faz uso da quebra da quarta parede e começa a conversar
com o publico em diversos momentos. Sempre tirando sarro do Méier e das pessoas
ao seu redor. A interrupção da narrativa junto à desconstrução dos elementos
cinematográficos tornam tudo melhor. Quando ele fala que não dá pra fazer
filmes como aquele, que os figurantes estão ocupando espaço, pois ninguém olha
para eles e quando começa a mexer um café imaginário dentro da xícara e depois
mostra para o publico que não tem nada ali. Ele domina a arte da interação com
sua audiência e por isso tem tantos admiradores. Não o acho cansativo,
arrogante ou blasé como alguns dizem. Ele consegue fazer rir falando tudo com
uma cara séria e é essa sua eterna TPM que o torna tão engraçado.
Vai
que cola não é um filme para se analisar minuciosamente até por que seu
objetivo é fazer rir e tirar sarro das coisas simples da vida. Não tem um
roteiro brilhante, pelo contrário, ele é raso e sem pé nem cabeça. Com
situações absurdas e resoluções previsíveis. Você já viu filmes como este umas
mil vezes na sua vida e por alguma razão mesmo assim ele é engraçado. É aquele
tipo de filme que você pode levar toda família para o cinema. Contudo apesar
dos elogios não pretendo assistir a nova temporada de Vai que cola, o filme foi
divertido, mas chega... Tá ótimo!
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