O
Demolidor retorna para sua 2° temporada com bastante personalidade e sem apelar
muito para as referencias do universo Marvel como foi a temporada anterior.
Depois
de prender o rei do crime Wilson Fisk, agora o herói precisa lidar com O
justiceiro, um homem que está exterminando todos os bandidos da cidade de Hell’s
Kitchen como parte de uma vingança pois um desses grupos foram os responsáveis
por matar sua família.
Uma
das melhores coisas dessa temporada foi a a reviravolta vilanesca. Pelos
vídeos, fotos e promos que saíram antes da estreia estávamos certo de que
teríamos um vilão sem remorsos, que seria extremamente difícil de enfrentar,
falaram até que ele superaria o Fisk em termos de maldade, mas já nos primeiros
episódios vamos começando a ter certa empatia por ele. Afinal a retaliação que
ele estava fazendo tinha uma justificativa e ele não estava matando civis, ele
matava bandidos, ele levava ao pé da letra o discurso do Batman do Ben Affleck
que “bandidos são como ervas daninhas: você arranca um e surge outro” ou do
próprio discurso brasileiro: “ bandido bom é bandido morto” e nos diálogos com
o Demolidor ele deixa explicito essa posição. Em contrapartida, Matt que está
muito mais católico e bonzinho nessa temporada acha que os Bad Guys merecem uma
segunda chance. Temos a democracia conta a intolerância. E isso fica mais
evidente se levarmos em conta que Frank Castle, o Justiceiro, era militar. Olha
a ditadura implícita ai.
Apesar
de muita gente ter pensamentos como os do Matt, muitas também têm os do Frank.
Compartilho da visão do Matt (ou falta dela? Juro que o trocadilho surgiu sem
querer rs) mas confesso que algumas vezes me peguei dando razão para Frank. Até
porque dá para entender o seu lado, ele viu sua família ser massacrada. Poucas
pessoas iriam perdoar quem fez isso e seguir em frente. Essa humanidade do
“vilão” nos faz ter apreço e torcer por ele. O publico quer dar a segunda
chance que nem o próprio personagem quer. Sua relação com Karen também é um
ponto forte. (confesso que shippei)
Karen
tem muito mais espaço e relevância nessa nova temporada. Alguns críticos
disseram que poderia tirar ela que não faria falta, mas eu discordo, ela foi
muito importante nessa season. Ela foi de moça assustada no final da temporada
anterior há mulher decidida nessa. Inclusive nessa descobrimos sua real
vocação, mesmo antes dela assumir sua nova profissão já tínhamos notado para o
que ela nasceu. Na verdade era perceptível na primeira temporada também.
Enquanto ela teve destaque Foggy ficou meio apagado. Nem seus discursos no
tribunal foram tão empolgantes como ditos pelos personagens na série. É claro
que ele continua sendo o mais engraçado e sua figura é agradável de se ter na
tela mas faltou muito de sua essência aqui. Percebo que os roteiristas e
produtores de séries de TV sempre dão um jeito de tirar o bom humor dos
coadjuvantes como justificativa de seu amadurecimento, pouco a pouco eles vão
ficando mais sérios e não vejo razão disso acontecer, por mais que o cenário
seja caótico aquele cara está lá para ser o alivio cômico, isso é o que
gostamos nele. Aconteceu com o Stiles em Teen Wolf e agora está acontecendo com
Foggy.
Elden
Henson e Deborah Ann Woll continuam eficientes em seus papeis. Charlie Cox
então está melhor ainda como Matt Murdock. Ele que foi a grande revelação no
ano passado e está tremendamente bem nessa também. Nas cenas que ele perde a
audição podemos ver isso e também vemos que o tempo longe de seu personagem não
afetou em nada sua relação com ele. Charlie continua interpretando com maestria
um personagem cego e também um herói que utiliza muito bem seus aguçados
sentidos. Houve algumas cenas falhas desse tipo, como quando ele acha alguém
caído ou algum objeto mesmo sem ter havido um ruído sequer na direção do dito
cujo, mas são poucas e imperceptíveis. Como disse anteriormente ele está mais
certinho dessa vez, impede sempre os vilões de matarem, a impressão é que ele
está tentando compensar os erros do passado. Outro que está surpreendentemente
bem é Jon Bernthal, o Punisher, quem diria que aquele canastrão de The Walking
Dead conseguiria fazer um bom trabalho nesse? Essa é mais uma prova viva de que
Daredevil revela talentos ocultos de atores que não tiveram destaque
anteriormente (Charlie?) O papel caiu como uma luva para ele. Ele tem cara e
postura de vilão. Não poderiam ter escolhido ator melhor para interpreta-lo. O
que ocorreu parcialmente com Elektra, interpretada pela Élodie Yung, ela é uma
triz francesa que soa totalmente inexperiente. Tem uma beleza bem comum (isso
não é ruim, afinal queremos ver mulheres como a gente em tela) mas é charmosa.
Porem sua atuação é cheia de altos e baixos. Ela é fraca e precisa se esforçar
mais em seus próximos trabalhos. Mas não é de toda ruim, suas cenas de luta e os
momentos flashbacks de Elektra e Matt são até legais mas mostram um
relacionamento doentio. Eles são iguais em algumas coisas, mas totalmente
opostos em outras. Principalmente naquilo que eles acreditam. Elekra trouxe à
tona um lado mais aventureiro e rebelde de Matt mas ao mesmo tempo um lado
irresponsável. Ela é uma má influencia para ele e é difícil nos convencer a torcer
por eles.
Daredevil
teve mais uma excelente temporada, mesmo que inferior há primeira, muito graças
ao elemento surpresa de não saber o que esperar. Os primeiros episódios são
ótimos, a metade da série é meio arrastada, mas um esquenta para os excelentes
episódios finais. O final pode ser meio desanimador para aqueles sonhadores que
acham que tudo é para sempre, mas alguns novos rumos são necessários para
expandir o universo dos defensores e os próprios personagens em si. Tem muita
ação e porradaria, do jeito que a audiência gosta e não se limitam na
violência, em uma das cenas vê-se claramente um bandido levando um tiro na
cara, o que pode ser forte para alguns. A série tem personalidade própria, bons
confrontos, ótimos diálogos, boas atuações e participações de personagens
anteriores. (Um em particular que fez todos pirarem) continua sendo sim a
melhor série de herói da atualidade e que venha a próxima temporada.... Já
estamos com saudade.
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