No
fundo nós já sabíamos o que esperar de Batman VS Superman. Com Zack Snyder na
direção era de se imaginar que não viríamos grandes coisas em termos de
roteiro, já que ele é o cara dos efeitos visuais. Alguns fãs ficaram tão
decepcionados com ele no comando que um deles criou uma petição para tirá-lo do
comando de A liga da justiça parte 1 e 2, para os quais ele já foi contratado.
Deixando
as polemica de lado (por hora) Batman VS Superman: Dawn of Justice começa na
seqüência desastrosa de luta do primeiro filme Man of steel onde Bruce Wayne vê
sua cidade sendo destruída pelo Superman e no desenrolar das ações, Batman e
ele acabam se enfrentando.
Não
há muito que “sinopsar” do filme. Quem leu os quadrinhos já sabe o que verá e
quem não leu não está nem ai, só querem ver os maiores heróis da DC se
enfrentando. Era isso o que eu queria ver também, mas queria uma razão
plausível para esse enfrentamento, um atrito realmente necessário, e uma junção
de heróis mais coerente ainda, porém não encontrei isso...
É
difícil escolher um lado quando ambos são tão humanizados. Superman acha que
está agindo corretamente ao proteger a população, independente de como
aconteça, se é destruindo uma metrópole, invadindo um país, seja lá como for.
Neste ele está mais messiânico do que o anterior, é tratado explicitamente como
Jesus Cristo, que veio há terra para salvar a todos. Essa comparação pode
incomodar um pouco os fanáticos religiosos, mas para os cristãos normais não há
nada que venha ferir o cristianismo, só faz saber o quão Hollywood é exagerada
e que por mais que as pessoas não admitam elas querem uma figura salvadora para
confiar. Superman não mata, não se ira e tenta ser perfeito em todo o tempo,
mas até Jesus Cristo teve seus medos e isso eventualmente acontece para o
herói. O Filme sustenta essa ideologia até o final, pois há uma cena especifica
(e que seria uma ótima surpresa se não tivesse tomado um baita spoiler em uma
rede social) que usa o suspense para indicar algo que também aconteceu com o
filho de Deus.
Por
outro lado temos Bruce Wayne, ou melhor, o Batman mais nervoso do cinema. Esqueçam
a compostura que os Batmans anteriores tiveram, esse parte para a porradaria e
pensa muito mais nas pessoas ao redor do que o Homem de aço, inclusive em uma
cena irritante em que ao invés de ouvir o outro só quer saber de bater. Sua
marca é um pesadelo para os bandidos e ele é um badboy consciente. Apesar da
sua motivação de pegar seu rival parecer uma briguinha idiota de colegas de
classe, não podemos negar que o filme é exclusivamente dele. Ele é tão
onipresente que às vezes esquecemos o outro herói, por vezes nos pegamos
concordando com sua política da boa vizinhança e quando percebemos já
escolhemos um lado.
Quando
anunciaram Ben Affleck como Batman não fiquei temerosa e nem enfurecida como
todas as pessoas na internet. Eu sabia que ele se sairia bem. Bruce Wayne pode
ter alguns traumas, mas nada que possa exigir uma grande atuação, ainda mais
como Batman. Até Christian Bale que é indiscutivelmente um excelente ator não
conseguiu fazer muita coisa com o seu Batman. O homem morcego é uma casca, uma
pessoa fria e concentrada, que apesar da voz grossa (nesse bem mais superficial
e ridícula) um homem calmo e meticuloso. Logo constatei que Ben com suas
limitações daria um ótimo Batman. E ele realmente está bem. Nada grandioso, até
porque nesse filme as atuações também não são o ponto forte.
Henry
Cavill não é um mal ator, mas nesse está no piloto automático. Tenta fazer cara
de mau, mas simplesmente não funciona, não engata também como o jornalista
Clark Kent. Gal Gardot é linda e elegante, mas nada dá para extrair de sua
atuação como mulher maravilha. Sua expressão é sempre a mesma, como se nada de
tão grave estivesse acontecendo e ela está ali só observando. Me desapontei muito
com ela pois achei que seria o melhor personagem. Jesse Eisenberg está muito bem,
seria o melhor do elenco se não fosse mais um personagem com motivações
ridículas. Gosto dele como ator, mesmo que ele interprete o mesmo tipo todas às
vezes. Ele é sempre o garoto anti social super inteligente. Nesse ele volta a
interpretar esse papel, mas com muitas outras camadas. Seus tiques nervosos, sua
excentricidade e seu humor negro estão muito melhores nesse. Porém sua vontade
de que role uma treta entre os heróis é de um moleque mimado que sofreu na mão
do pai rico e quer que aquele Deus que não o livrou dele sofra sua queda e seja
desmitificado por intermédio de seu representante na terra. Aquela empatia pelo
vilão (coisa que temos até demais) acaba depois de uma ação horrível do
personagem. As melhores atuações ficam a cargo dos veteranos, Jeremy Irons como
o Alfred (sua química com Affleck é perfeita) Laurence Fishburne como Perry
White, Diane Lane como Martha Kent e Amy Adams como Lois Lane. Todos esses tem
bons (e poucos) momentos cômicos. É como uma gota de água no inferno, só alivia
a tensão do filme por alguns segundos. Lois está muito mais como “a namorada
indefesa” nesse do que no anterior. Sempre fazendo besteira para que o namorado
venha salva-la. Ao ponto de interrompê-lo na maior treta do filme. Isso incomodou
bastante, mas não corrompeu a afeição pela personagem graças a boa atuação de
Amy, que não combina nada com Henry Cavill e mais parece a irmã mais velha do
que a namorada.
Batman
VS Superman é um filme extremamente escuro e que se garante apenas no visual e
mesmo assim por vezes o diretor pecou nisso. E olha que esse é o forte dele (ou
seria a única qualidade dele?) já que só faz filmes carregados de efeitos, como
300 e o péssimo sucker punch. Watchmen, também dele, em mãos certas daria um
ótimo filme, assim como foi com esse. O 3D estava horrível, sem nada de
impressionante e tremido em algumas cenas (pelo menos na sala que assisti) sobre
o roteiro, a impressão é que os roteiristas David S. Goyer (Batman O Cavaleiro
das trevas) e Chris Terrio (Argo, com direção do Ben) foram impedidos
criativamente de fazer um bom trabalho ou assim como Zack não conheciam muito
bem o material que tinham em mãos, parece que não são leitores de quadrinhos e
não pesquisaram esse universo. Diferente de Joss Whedon, diretor de Os
Vingadores, que parecia saber exatamente o que estava fazendo, trabalhou muito
bem com o elenco e deu importância igual para cada um, o que também não
acontece aqui. A mulher maravilha é deixada de lado e só aparece para seduzir
ou lutar na hora certa e o Superman deixa de ser valorizado em seu próprio
filme de continuação e ele vira o filme do Batman. É parece que uma nova equipe
deve ser contratada urgentemente para que o mais legal do filme não seja apenas
as brigas, brigas essas que demoram a acontecer e são prolongadas de forma
desnecessária. Para piorar os trezentos trailers abafaram todos os momentos de
surpresa do filme. O que mais vale a pena é ver a introdução da liga e a
apresentação dos outros heróis pelos olhos da decepcionante Mulher maravilha.
Eu assisti ontem esse filme e eu tinha gostado muito!! Depois de ler seu comentário mudei de ideia rs
ResponderExcluirRealmente, eu achei que a Mulher Maravilha ia aparecer mais e ficou bem apagada mesmo.
Espero que no próximo isso mude.
Beijos
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