Se
antes eu achava Mr Robot confusa é porque ainda não tinha assistido Legion. A
série surgiu com a promessa de ser algo extremamente diferente das outras
séries de super-herói e ela realmente é. Diferente, confusa, indie e
sensacional.
Em
Legion David é internado em uma clínica psiquiátrica com o diagnóstico de
Esquizofrenia pois ele ouve vozes e vê “monstros” que o perseguem.
Logo
no primeiro episódio percebemos o cuidado técnico com a série e como ela possui
várias qualidades nesse sentido. Visualmente ela parece um filme do Wes
Anderson. A cinematografia dela é primorosa, assim como o roteiro que leva a
sério a inteligência do seu público e capricha na função de confundir a cabeça
do telespectador. Se a fotografia remete ao Wes, o roteiro é digno de um Donnie
Darko.
Obviamente
que desde o começo sabemos que David não tem esquizofrenia, ele na verdade é um
mutante e filho do mutante mais poderoso do mundo. E vemos o quanto ele é
poderoso também, tanto que é incapaz de controlar seus poderes. Na série vemos
uns flashbacks de sua infância e de como os monstros que o assombravam surgiram
e esses monstros dão um tom de terror a série. Outra coisa bem diferente das
outras séries de herói que são leves, divertidas e coloridas.
Legion
tem um tom muito mais sombrio e realista, mas também possui um lado cômico. Mas
é claro que o humor que prevalece aqui é um humor negro, mas muito bem
empregado nos diálogos e nas sequencias.
As
atuações são um outro bônus da série. Depois dessa série e de A Bela e a fera, Dan
Stevens definitivamente entrou no radar de hollywood. E ele é um ator bem
expressivo, ele tem a capacidade de oscilar com facilidade entre o drama, o
mistério e a comédia. Até dançar ela dança. Pena que só no primeiro episódio em
um número musical ao melhor estilo bollywood. Uma que quase roubou a cena dele
e que surpreendeu bastante foi a Aubrey plaza, que é mais conhecida por seus
filmes de comédia e a série parks and recreation. Aqui ela retorna com seu
estilo de comédia ranzinza e brilha nas cenas dramáticas também. Sua personagem
tem várias camadas e é a que mais surpreende durante a temporada.
Os
outros atores também são bons, mas não se destacam como esses dois primeiros. A
namoradinha de David, a Sidney (Rachel Keller) é uma mutante quase com os
poderes da Vampira e que logo se torna a escudeira de David.
Além
do piloto que é muito bom e abre precedentes para identificarmos uma excelente
série, um episódio que surpreende bastante é um dos episódios finais que faz uma
mini homenagem aos filmes do cinema mudo e faz isso de forma sensacional, com uma
perfeita e bem-humorada técnica. O som também trabalha a favor de Legion (nesse
episódio principalmente) as vezes há muito barulho e ruídos e outras um
silencio incomodo e tudo se encaixa bem dentro das cenas.
A
2° temporada de Legion já está encomendada, mesmo a audiência não tendo sido
das melhores. Coisas diferentes podem causar estranheza no grande público e a
série também possui um ou outro episódio nem tão bom assim, mas mesmo nesses a
qualidade é alta e ela é algo que merece ser assistido. Ela dá um nó no cérebro
a cada episódio mas compensa na novidade que ela é. Os dois episódios finais
são incríveis e ainda há uma cena pós credito no último. E que venha muita
piração na próxima.
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