Teve
aqueles que estavam na hype por esse filme (por causa da divertida aparição do
personagem em Guerra Civil) e aqueles que não estavam nem ai para mais uma
tentativa de reviver o herói na telona. Eu me encaixava no grupo dos fãs do
Spider que estavam ansiosos para vê-lo mais uma vez. Independente das criticas
negativas aos filmes protagonizados pelo Andrew Garfield e do terceiro filme
com o Tobey Maguire. Em contrapartida não estava confiante, a surpresa das
criticas positivas e da enorme bilheteria de estreia só intensificaram a
vontade de ver meu herói preferido, melhor ainda quando vi com os meus próprios
olhos que os elogios eram verdade.
Peter
Parker retorna para sua casa depois de atuar ao lado dos vingadores e precisa
provar que apesar da idade consegue lidar com os crimes ao seu redor.
Homecoming
é uma mistura do Peter Parker de Sam Raimi, do Homem Aranha de Mark Webb e das
peripécias de Deadpool. Tudo isso atribuindo uma personalidade própria a um
menino de 15 anos que só quer fazer parte dos vingadores.
Já falei aqui no blog o quanto eu gostei das versões anteriores, cada adaptação
trouxe uma nova roupagem ao personagem e trouxe coisas que me agradaram em
pontos diferentes, esse novo filme é como ver algo totalmente novo. Ele não
conta uma historia de origem como foi no reboot anterior, ele parte do ponto
onde a Guerra dos heróis acaba e mostra novas ambições do Peter/Spider que aqui
não foca em conquistar a menina popular do colégio e nem arrumar um emprego de
fotografo, ele quer pertencer a algo maior, ele quer fazer parte desse grupo de
heróis e por isso perde momentos de sua adolescência. Contudo, é interessante
ver essa mudança de prioridade.
Vemos
um Peter mais desencanado da morte de seu tio Ben, mesmo que a falta dessa
figura paterna fique evidente no desespero em se espelhar e agradar Tony Stark,
a pessoa que agora mais se aproxima de um pai para ele.
Tom
Holland conquistou muitos corações no papel do herói, muitos o chamam de Homem
aranha definitivo e ele realmente faz um excelente trabalho, apesar da timidez
do personagem ele tem um humor de tiradas rápidas que condiz com a velocidade
que os jovens fazem as coisas hoje em dia. Seu trabalho corporal também é
ótimo. Tom fez balé na infância e sabe dar umas piruetas e uns saltos como um
verdadeiro atleta, e ele incorpora isso no herói, o deixando com a sua cara. E
não só nas cenas engraçadas que ele acerta, nas de drama também, há uma cena em
especial que ele transmite perfeitamente toda dor e agonia que está passando,
nos fazendo ficar morrendo de preocupação. Quem viu Tom no filme O impossível
sabe que desde novo ele consegue transmitir emoções muito facilmente.
Quem
interpreta a tia May nessa nova adaptação é Marisa Tomei e é muito divertido
ver como o roteiro usa a beleza e a jovialidade dela para brincar em algumas
cenas e fazer os mais chatos rirem antes que possam comparar a idade dela para
as das outras atrizes que interpretaram a tia May (sempre bom lembrar que a
Sally Field estava maravilhosa no papel em O Espetacular Homem Aranha)
A
Marisa já trabalhou com Robert Downey Jr na comédia romântica dos anos 90
chamada Only You. E Robert no filme é apenas uma participação
(super/hiper/mega) especial, nada mais, ele não rouba a protagonismo de Tom e
mesmo quando o ajuda a salvar o mundo ele dá a chance de seu pupilo brilhar,
pois esses atos só ajudam a moldar o caráter do menino, o tornando mais forte e
inteligente. Quem diria que o fanfarrão do Tony Stark poderia ser um mentor tão
maduro e com ótimos ensinamentos, alguns diálogos até brincam com isso.
Os
coadjuvantes são uma das melhores coisas do longa. Todos eles têm importância
para a trama. O Ned que é o melhor amigo de Peter acompanha o protagonista em
sua comicidade e se torna um sidekick eficiente em sua jornada, assim como um
ótimo melhor amigo, Jacob Batalon faz um ótimo trabalho cômico aqui. Assim como
o Bullying interpretado pelo Tony Revolori que dessa vez não é o atleta
gostosão, mas o nerd (não muito inteligente, mas tudo bem) que se acha superior
aos outros e faz piadinha com eles. Todo nerd tem um pouco dele (afinal nossos
gostos são ótimos RS) e é legal ver esse tipo de bullying ser retratado. Parece
que o jogo virou não é mesmo?
Outra
mudança é na figura do interesse romântico do teioso. A Liz interpretada pela
Laura Harrier também não é a menina que é popular por sua beleza e pelos caras
que já namorou, mas sim pela sua inteligência, liderando um clube acadêmico,
mais ou menos como a Gwen Stacy que vimos nos filmes anteriores. E temos a
personagem Michele interpretada pela Zendaya. A menina desencanada com o
visual, inteligente e esquisita. Referencia nada subliminar da personagem Allison
de O clube dos cinco, inclusive em um dos diálogos finais ela fala algo muito
parecido com o que Allison diz em the Breakfast club.vimos que essa é uma
personagem que vai crescer bastante nos próximos filmes e quem assiste a esse
gosta tanto dela que torce por isso.
Do
elenco adulto Jon Favreau tem uma participação essencial como o motorista
Happy. Ao mesmo tempo em que é a cola que liga Peter e Tony,ele tem vida
própria dentro da trama. E temos Michael Keaton como o abutre fazendo um dos
melhores vilões da Marvel até agora. Um vilão que quer fazer seus esquemas na
surdina e sem atrair a atenção dos vingadores, no fundo ele é apenas um pai de
família tentando sobreviver, diferente do que já foi feito no universo
cinematográfico. Keaton está incrível e há uma cena de confronto entre ele e
Peter que é de arrepiar, uma em que não há trajes de heróis e nem identidades
secretas, apenas duas pessoas se desafiando através do olhar. Sensacional.
A
parte visual do filme é muito bem executada, o uniforme está incrível (tanto do
herói quanto do vilão) e até os sistemas operacionais a La Homem de ferro caem
como uma luva. A Karen é o jarvis do Spider e ela faz sentido nas cenas, não
está lá só para encher lingüiça como achávamos, a interação dela com o herói é
muito divertida, o dois fazem uma ótima dupla, fora que a voz da Jennifer
Connelly é encantadora.
O
roteiro não é digno de prêmios, há alguns deslizes quanto a linha de tempo, mas
conquista com sua simplicidade, inovação e referências. Ele entende a cabeça
dos jovens e extrai a melhor coisa deles. Foi escrito por seis pessoas, sendo
uma delas o diretor do filme Jon Watts e o ator John Francis Daley que fez
Bones e Freaks and Geeks, dessa ultima série vi muito do seu personagem Sam no
roteiro, um nerd apaixonado por cultura pop que estaria nas nuvens ao ver um
filme como esse. Seu amigo dos grupos dos Geeks, o Bill, interpretado pelo
Martin Starr faz o professor do clube acadêmico que o Parker participa. Está tudo
entre os geeks.
O
melhor de Homecoming é que ele entende o cenário atual dos adolescentes, tanto
que esse é conhecido como o homem aranha do youtube e grava vlogs na internet,
e mesmo assim não os subestima e nem os degrine. As referências também são
ótimas, elas previram as piadinhas que viriam e fizeram primeiro,
principalmente em relação aos personagens e a origem deles. Portanto esse é um
filme menor e mais despretensioso que os anteriores, por vezes parece que não
estamos vendo um filme de herói grandioso e cheio de efeitos especiais, mas um
filme teen dos anos 80 sobre um menino que está se descobrindo como herói e
como pessoa.
O elenco parece muito atraente para mim! Diferente de vários outros filmes de heróis que aparecem por aí, SPIDER-MAN: HOMECOMING não deixa de lado o que Peter Parker é como ser humano. Ele quer ser aceito. Quer mostrar que é capaz. Estamos falando da essência, daquilo que faz o personagem ser um dos mais amados do mundo. Apesar dos superpoderes que vieram da picada daquela aranha radioativa, Peter Parker é gente como a gente. Com muito bom-humor, cenas de ação que não tentam destruir o mundo a cada 30 minutos e muito drama pessoal, De Volta ao Lar é o filme que os fãs queriam tanto ver. A trama, embora simplista, é eficiente. De Volta ao Lar também consegue se sustentar como filme próprio, evitando equívocos recentes de filmes do gênero cujo único propósito parece ser criar conexão com outras produções vindouras.
ResponderExcluir