Minhas leituras feministas

          Há meses estou lendo IT do Stephen King e para amenizar um pouco o clima eu intercalo essa leitura com outros livros, para minha surpresa as três ultimas leituras que eu fiz enquanto lia o clássico de terror do palhaço foram leituras com temática feminista, a primeira foi O Conto da Aia (que em breve farei review, só vou assistia a série primeiro) a segunda foi Sejamos todos feministas e a terceira o livro de poesia Outros Jeitos de Usar a boca, a opressão vivida em The Handmaid’s tale me inspirou a ler todos os livros sobre feminismo que estavam ao meu alcance.

          Sejamos TODOS feministas, é um livro de 2014 escrito pela Chimamanda Ngozi Adichie, ele foi e é um grande sucesso e ele não fala apenas com as mulheres que fazem parte do movimento feminista, ele foi escrito para homens e mulher, tanto que o TODOS no titulo está no masculino e não no feminino. O livro conta as experiências da autora como mulher na sociedade, quando seus amigos a chamavam de feminista como se fosse um xingamento, da vez que o garçom não falou com ela, somente com o homem com quem ela estava só porque ele é homem, e de tantas outras vezes que ela e outras mulheres foram menosprezadas só pelo fato de serem mulheres. É uma leitura que agrada a quem já aderiu ao movimento e que pode levar entendimento aos que o julgam sem conhecer direito. Que acham que feminismo é o que a mídia sensacionalista prega. Quando na verdade é simplesmente uma busca pela igualdade dos sexos. Coisa que determinadas pessoas acreditam já ter acontecido, quando na verdade está longe disso.

               Para complementar as ideias de Sejamos todos feministas eu li Outros Jeitos de usar a boca da autora Rupi Kaur e nesse temos poesias (eu chamei de poemas no meu podcast, sorry) que resgatam possíveis traumas do passando da autora e criam beleza em cima da dor. Diferente do poema a poesia é ligada ao sentimento e não tem necessariamente uma estrutura como versos e estrofes, as formas são livres e a autora mescla as palavras aos desenhos. O livro é dividido em 4 partes (a dor, o amor, a ruptura e a cura) além dela falar bastante de relacionamentos amorosos e como supera-los, ela também fala de relações familiares. As poesias sobre o pai me emocionaram bastante, a distancia e certas atitudes da figura paterna foram muitos familiares a mim e não somente a mim mas também a It, é possível fazer um paralelo entre algumas poesias e a relação de Beverly e seu pai em A Coisa, principalmente através dessa: 

          Sejamos todos feministas e Outros jeitos de usar a boca são ótimos livros para serem lidos juntos, ambos tratam de abusos cometidos pela sociedade e por pessoas próximas, o segundo também fala abertamente sobre o amor, o sexo e a solidão. A solidão é tratada como deveria, como algo bom, que trás autoconhecimento, algo que trás paz e amor próprio. Os dois incitam a confiança em si mesma que a mulher deve ter, os meus dois livros estão cheios de post its e marcações, cada frase e cada poesia é um aprendizado, um tapa na cara e uma lembrança.