sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Review filme Dunkirk


               Filmes de guerra são como filmes musicais, existe uma parcela que ama e outros que odeiam, faço parte do grupo que gosta de ambos. E filmes de guerra sempre tem uma particularidade: o patriotismo exacerbado e com isso um nível emocional muito elevado. Sempre há um vinculo de amizade onde um dá a vida pelo outro, ou a vida por seu País. Em dunkirk isso não acontece, aqui não há nenhum personagem com a síndrome do herói, apenas pessoas tentando sobreviver a guerra, mesmo que isso custe a vida de seus companheiros. E acima de tudo, o filme é uma imersão na 2° guerra mundial e uma experiência completamente nova em relação aos filmes do gênero.
         Durante a Segunda Guerra Mundial, a Alemanha avança rumo à França e cerca as tropas aliadas nas praias de Dunkirk. Sob cobertura aérea e terrestre das forças britânicas e francesas, as tropas são lentamente evacuadas da praia.
              Com um elenco predominantemente britânico, Dunkirk não concentra seu protagonismo nos americanos, assistimos a batalha através dos olhos ingleses quando em 1940 os civís tiveram que utilizar seus próprios barcos para salvar os soldados que estavam perecendo.
               O filme é como um vídeo game (um jogo muito bom por sinal) ou um simulador de tecnologia super avançada onde logo no principio já somos jogados dentro do cenário de guerra. É como Mad Max – estrada de fúria, onde logo no começo já embarcamos naquela aventura sem ao menos os protagonistas serem apresentados e em ambos os filmes não sentimos falta dessa apresentação. Muitos críticos disseram que o filme não tem carga emocional graças a essa falta de aprofundamento dos personagens. Não sabemos seus nomes, da onde eles vem, como entraram na guerra e quais são seus objetivos se sobreviverem a ela. Diferente dos outros filmes de guerra onde conhecemos um pouco de alguns personagens e sabemos que um determinado soldado quer voltar para a casa para voltar a estudar, ou outro que quer abrir um comercio de camarão. E mesmo que não os conheçamos tenho que discordar quanto ao fato de que não conhece-los implica em não se importar com eles.  


             Há sim uma empatia com os três meninos que “protagonizam” o filme, não é um sentimento arrebatador de choros soluçantes, mas é inegável que existe uma preocupação quanto a sobrevivência deles. Fionn Whitehead interpreta Tommy, Aneurin Barnard interpreta Gibson e o cantor Harry Styles interpreta Alex. Os três estão bem, mas não tem atuações extraordinárias aqui, o roteiro parece não se preocupar em retirar deles suas melhores atuações da vida, tudo é muito natural, eles são observadores do caos e agem conforme qualquer soldado agiria. Gibson é o mais esperto dos três e em determinado momento salva a vida de vários soldados por uma ação bem pensada. Fiquei muito surpresa em relação ao Harry, já não basta ter feito um disco solo de sucesso recentemente, aqui ele também estreia com êxito e consegue se mostrar muito competente.
                 Enquanto a batalha deles é na terra e consequentemente no mar, temos Tom Hardy e Jack Lowder no ar, ambos têm sequencias extraordinárias e cheias de momentos cruciais que causam uma tensão enorme. Esse já é o terceiro trabalho de Tom com o diretor Christopher Nolan e também o terceiro onde colocam um treco na boca dele limitando suas expressões faciais.
             Há também o núcleo marítimo que acontece em um pequeno barco que está indo resgatar alguns soldados, nele temos Mark Rylance como o dono do barco e navega junto com seu filho e um amigo de seu filho. Nesse núcleo acontece a típica cena do personagem que honra seu amigo no final do filme, mas ela é feita de forma bem singela, sem romantizar muito e sem fugir da proposta do filme.
               Christopher Nolan está experimentando através desse filme uma nova faceta de seu papel como diretor. Ele sempre foi um diretor que esbanja conhecimento na parte técnica, por isso seus filmes são impecáveis nesse aspecto. Esse não poderia ser diferente e nesse aspecto ele é o melhor de todos. Dunkirk parece um teste do diretor nesse novo gênero que são os filmes de guerra, muitas pessoas reclamaram do som e realmente o som é bem alto e imersivo, mas nada que comprometa sua audição, pelo contrario, o som é o responsável pela sua experiência de guerra. A paleta de cores focadas no azul escuro e no cinza também está presente. A diferença é que não há o vermelho do sangue e das tripas, trazendo um ar inverosímel dos horrores da guerra, mas ao mesmo tempo se diferencia de outros filmes.
           Dunkirk é um filme que não tem o roteiro como seu ponto forte, não há nada de mirabolante e muito emocionante, mas flui de acordo com os acontecimentos históricos e é impactante na parte visual e técnica. Talvez esse não seja o melhor filme do Nolan, mas é sim um dos melhores filmes de guerra dos últimos tempos, mesmo sem precisar abusar do sentimentalismo. 

7 comentários:

  1. Olá! Achei bem legal a indicação quando você contou que se tratava de guerra, mas confesso que prefiro os clichês aos que são no estilo videogames! Mas gostei da parte histórica estar presente! Dica anotada.
    Beijos!
    Karla Samira
    www.pacoteliterario.blogspot.com.br

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  2. Olá! Achei bem legal a indicação quando você contou que se tratava de guerra, mas confesso que prefiro os clichês aos que são no estilo videogames! Mas gostei da parte histórica estar presente! Dica anotada.
    Beijos!
    Karla Samira
    www.pacoteliterario.blogspot.com.br

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  3. Oiii tudo bem??

    Muito legal essa indicação, já tinha ouvido falar sobre o filme e até meu namorado que adora filme de guerra estava querendo ver.
    Eu já nao me interesso muito com o tema. Mas adorei saber mais sobre o filme.
    Bjus Rafa

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  4. Olá, tudo bem?

    Assisti Dunkirk na semana de lançamento e mesmo sendo um filme com a assinatura clara de Nolan eu acho que não é um dos melhores dele. Ao contrário do ele costuma fazer focou muito na ação e esqueceu a História, sim com letra maiúscula porque é a que gira em torno dessa ação específica. Ficou meio solto, sabe?
    Agora eu concordo plenamente com vc, a parte visual é impactante.

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  5. Gosto de filmes de guerra. Mas preciso me sentir conectada a ele e sua resenha me mostrou que isso não acontecerá nesse filme. Por isso vou deixar passar. Obrigada pela indicação.

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  6. Olá! Amo filmes de guerra, porém aqui na minha cidade não tem cinema, ou seja, vou esperar sair e fazer o download. Mas! Já comprei o livro e está na fila pra ser lido o mais rápido possível.

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  7. Não é um dos meus gêneros preferidos, mas a historia foi muito interessante. Christopher Nolan como sempre nos deixa um trabalho de excelente qualidade, sem dúvida é um dos melhores diretores que existem, a maneira em que consegue transmitir tantas emoções com um filme ao espectador é maravilhoso. Dunkirk é um filme com un roteiro maravilhoso. É um filme sobre esforços, sobre como a sobrevivência é uma guerra diária, inglória e sem nenhuma arma. Acho que é um dos melhores filmes de guerra é uma produção que vale a pena do principio ao fim. É um exemplo de filme que serve bem para demonstrar o poder do cinema em contar uma história através de sons e imagens, que é, diga-se de passagem, a principal característica da sétima arte.

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