The
big Sick, que no Brasil terá o titulo de Doentes de amor (pois é) e será
exibido no festival do Rio, um festival de cinema muito importante que acontece
por aqui, é um filme que foi escrito pelo Kumail Nanjiani (que protagoniza o
filme) e pela escritora Emily V. Gordon. Eles são casados na vida real e esse
filme é a história de amor dos dois.
Kumail
(que mantém seu nome no personagem) é um comediante de Stand up que está
buscando a fama nos palcos, e em um dos seus shows ele conhece Emily, uma menina
que está na plateia, eles se apaixonam e enfrentam certas dificuldades depois.
A
sinopse do filme não é muito esclarecedora quanto ao que realmente acontece no
filme e não direi para não estragar a surpresa, ou mesmo, para não causar
desanimo em alguns que estão cansados de filmes desse tipo. Mas o titulo dá uma
pista do que virá. O que a sinopse aponta é para diferenças culturais e isso
acontece sim. O protagonista é indiano e sua família tem certas tradições, como
separar um tempo do dia para a oração deles (coisa que Kumail finge que faz,
mas não faz) e a mãe fica tentando empurrar mulheres para ele, para que ele
possa se casar, o que ele também tenta fugir. Uma dessas mulheres é
interpretada pela atriz Vella Lovell que faz a Heather na série Crazy Ex
Girlfriend.Em certo momento Emily descobre sobre essas mulheres e o relacionamento deles começa a ruir. O roteiro é muito simples, ele não relata uma história incrível de amor, com cenas de beijo na chuva, declarações de amor grandiosas e nada do tipo, a declaração de amor implícita aqui é a permanência, é a luta pelo outro, é não saber se o outro sente a mesma coisa, mas mesmo assim estar presente e ao mesmo tempo respeitando o espaço dele. É algo singelo, porém bonito e bem escrito.
Os
pais de Emily são interpretados pela Holly Hunter, que está ótima como a mãe
dedicada e preocupada, ela vai da calmaria à histeria com muita linearidade,
graças a avalanche de emoções que está vivendo no momento, e seu pai pelo Ray
Romano, que é conhecido pelos seus papéis em comédias, mas tem uma carga
dramática equilibrada e convincente aqui. Eles têm um tempo muito grande em
tela (até mais do que a própria Emily) e vão criando aos poucos uma relação de
família com Kumail.
A
atriz Zoe Kazan é quem interpreta a Emily e sua atuação aqui é bem parecida com
o que ela fez em seu filme The F world com o Daniel Radcliffe, apesar das
personagens serem diferentes. Ela não é uma atriz grandiosa, mas tem uma
atuação bem ponderada, nos fazendo rir e chorar em algumas cenas. No final há
cenas que Emily parece ser ingrata e esnobe, mas ai temos que nos lembrar de
que ela não sabia dos sacrifícios feitos pelo seu par romântico.
The
Big Sick é um filme da produtora de Judd Apatow (diretor de Ligeiramente
grávidos, missão madrinha de casamento e etc..) e que tem 98% de aprovação no
Rotten (um dos motivos pelos quais quis muito assistir) e virou um sucesso hipster
instantâneo. Ele não está carregado daquele humor a La Apatow, na verdade são
poucos os momentos que você ri de verdade, o humor é representado pelos amigos
de Stand Up do protagonista, a série pesa mais para o drama, ele tem o tom da
série Master of none (onde também tem um indiano como protagonista). Seu plot
que acontece na metade do filme pode soar desanimador, mas desistir por causa
disso é uma decisão bem equivocada, pois esse é um excelente filme mesmo em sua
simplicidade.
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