segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Review livro Orgulho e preconceito


           Orgulho e preconceito foi meu primeiro contato com romances de época, eu sabia que deveria começar de algum lugar, porque não do livro mais famoso da autora romântica mais celebre?
          Não podemos deixar de falar da ironia e da sagacidade de Jane Austen. Dizem que seus personagens são todos muito irônicos e em Orgulho e preconceito temos Elizabeth Bennet, a rainha do sarcasmo.
           Pride and Prejudice é um romance publicado em 1813 em que retrata a vida de uma família inglesa do interior composta por uma mãe interesseira, um pai sensato e cinco filhas jovens. A historia gira em torno de uma dessas filhas, Elizabeth Bennet e tudo começa quando Mr Bingley chega há cidade acompanhado por sua irmã e seu melhor amigo Mr Darcy <3
             Essa é uma obra muito conhecida por todos, mesmo os que não leram já ouviram falar, e também há adaptações dela para o cinema, TV e etc... é um livro realmente contemporâneo e mostra o quão Jane estava à frente de seu tempo. A prova disso é o fato da personagem principal querer se casar por amor em uma sociedade em que o casamento era visto como fim lucrativo.
                 Cada personagem é uma representação da sociedade daquela época. A matriarca é uma figura bastante irritante, trata suas filhas como mercadorias e valoriza a “bola da vez”, ou seja, a filha que vai se casar no momento. Para ela aquela era a preferida e a filha amada, pois ela traria prosperidade e não mais vergonha de ser uma “solteirona” era incapaz de elogiar suas filhas por outros adjetivos que não estivessem relacionados a beleza e outras futilidades. Imagina quantas mulheres naquele século não se comportavam como ela? Mulheres pouco inteligentes e inadequadas. A filha Lydia, que deveria ter sido repreendida por ter fugido de casa com um homem (se hoje em dia isso ainda é escandaloso imagina naquela época?) foi felicitada, perdoada facilmente e naturalmente encorajada há mais um casamento de aparência.
               Mr Bennet o patriarca é totalmente diferente da esposa. É inteligente, culto e sábio. Um homem que vive em sua biblioteca cercado por seus livros, Lizzie tem a total afeição do pai, pois em muito se parece com ele.


          Cada filha tem sua particularidade. Lizzie é esperta, não muito bonita, mas seus belos olhos e sua inteligência fisgaram Mr Darcy, tem língua afiada e não deixa que ninguém a destrate, inclusive ele. Jane Bennet é a doçura em pessoa, bondosa toda vida e nem por isso irritante, Lydia é aquela sua irmã/prima mais nova que não tem juízo nenhum, que só quer saber dos boys, ser rica e mais nada. Só dar dor de cabeça e ataque de nervos nos pais. Kitty é discípula de Lydia e faz tudo que ela fizer, Mary é ajuizada porem reservada e a menos citada no livro.
          Há outros personagens também como a amiga de Lizzie, Mrs Lucas, seu marido e ex-pretendente de Lizzie, Mr Collin, Lady Catherine (a tia metida de Darcy) a irmã de Darcy, os tios de Lizzie que serviram de cupido para o casal principal, Wickhan e claro Bingley, interesse romântico de Jane e precursor de toda a trama. A partir da chegada dele e seus convidados que tudo se desenrola.
          Mr Darcy foi o primeiro daqueles personagens que amamos odiar. Todos esses que vemos em livros, filmes e séries hoje em dia se originaram dele. O cara orgulhoso, mimado, rico e criado com todo zelo pelos pais. No começo alguém desprezível, mas depois a gente descobre que em seu peito musculoso há um coração gentil. Ele é maravilhoso em toda sua composição.
        Elizabeth e Mr Darcy são uns dos casais mais amados da literatura. E parâmetro e inspiração para tantos outros que surgiram depois deles! Elizabeth se vivesse nos dias de hoje com certeza seria uma escritora e ativista.
          A escrita de Jane é muito agradável, você se sente mergulhado nas paginas, porém para quem não está acostumado com romance de época (como eu) pode se cansar de repetidos termos formais e de norma culta. O cansaço também pode surgir por meio de personagens chatos como Collin, Wickham, Lydia e Mrs Bennet. A parte em que todos ficam atrás da filha mimada que fugiu de casa é meio arrastada e seu prolongamento se torna desnecessário. E olha que o livro não se prolonga em muitas coisas, não foca na situação inglesa da época, não fala das guerras, de religião, nada histórico (o que é uma pena) e nem se aprofunda no perfil psicológico de cada personagem, você vai tirando suas próprias conclusões, o que é ótimo, a autora vai direto ao ponto e ao objetivo do romance. Mas prolonga na parte mais desinteressante. Pois é, nenhum livro é perfeito. Até este. Tirando isso é um romance épico e delicioso. Lizzie é uma das melhores protagonistas ever e posso dizer que comecei muito bem nesse novo e desconhecido gênero.





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