Uma
pessoa conhece outra pessoa, eles começam a conversar, se conhecer e se
apaixonam. Esse é Love, Simon, um romance sobre essas pessoas que se gostam,
mas enfrentam certas questões para ficarem juntas. Essa premissa pode ser
confundida com tantas outras por ai, a única diferença aqui é que esse casal é
gay, na verdade, pode ser diferente para alguns, enquanto outros vivem esse
dilema todos os dias, inclusive o dilema de “sair do armário”. Seja gay ou
hetero, esse filme é sobre amor, portanto esse filme é para você.
Simon
é um adolescente que ainda não contou para as pessoas que é gay e ele se
apaixona por Blue, um rapaz misterioso que estuda em sua escola e que ele se
corresponde por email, até que Martin descobre os emails e começa a
chantagea-lo.
Esse
filme é a adaptação do Young Adult Simon VS a agenda Homo Sapiens. Livro que
estava na minha lista há um bom tempo, mas que só adiava a leitura. Quando saiu
o primeiro trailer, finalmente comecei a ler ele e me apaixonei. A autora Becky
Albertalli possui uma escrita descontraída e sagaz que combina perfeitamente
com a mentalidade dos jovens de hoje em dia. E ela aborda com propriedade o
tema da homossexualidade e os anseios de um jovem que não está se descobrindo,
que já se descobriu há um tempo, mas que está se preparando para que as outras
pessoas saibam dele.
O
filme é dirigido por Greg Berlanti, que é assumidamente gay e que é um
roteirista e produtor conhecido no mundo das séries. Uma das séries mais
famosas que escreveu e produziu foi Dawson’s Creek. No cinema ainda tem poucos
trabalhos, principalmente como diretor, como roteirista escreveu Pan e Lanterna
verde. Porém, Com amor Simon deve dar a ele credibilidade, pois o filme teve êxito
de bilheteria (não tanto aqui no Brasil, ficando em quinto lugar nas
bilheterias) e no Rotten tomatoes alcançou a nota de 91%.
O
elenco é um grande atrativo. Nick Robinson está em seu melhor momento até agora
e faz tudo certinho, é carismático, charmoso e se sai bem nas cenas dramáticas.
Josh Duhamel e Jennifer Garner que interpretam os pais do menino também estão
ótimos, ambos são conhecidos por serem atores medianos, mas que fazem comédias românticas
muito bem, mas aqui estão bem até nas cenas de drama. Eles são os pais que todo
adolescente gay gostaria de ter. O grupo de amigos do menino também é
encantador e foram muito bem escolhidos. A Katherine Langford que vive a melhor
amiga dele está bem como a romântica Leah (mesmo que algumas vezes pareça estar
interpretando a sua personagem mais conhecida, Hannah Baker), Alexandra Shipp está
muito divertida e bela como a amiga Abby que entrou no grupo recentemente e
para fechar o grupo temos Jorge Lendeborg que interpreta Nick, o melhor amigo
engraçado de Simon.
Tony
Hale que interpreta o diretor amigão de todos e Natasha Rothwell que faz a
professora de teatro também estão ótimos e completam o time dos personagens
engraçados do filme (como dá para perceber, são muitos, afinal, como na vida
todos temos nosso senso de humor) há uma cena em que a professora dá sermão em
certos personagens homofóbicos e é sensacional. E temos também os personagens
que podem ou não ser Blue.
A
caça pelo Blue é angustiante por causa da curiosidade, mas é divertida também,
e o filme usa o recurso das cores para sinalizar essa busca, usando o azul nas
cenas onde um possível Blue aparece. É uma pena que o filme tenha pouco tempo
para mostrar as conversas entre os dois e explorar mais o desenvolvimento do relacionamento
deles. Deixando isso um pouco de lado para mostrar mais dos amigos e da família
de Simon. Martin (Logan Miller), por exemplo, é muito mais pedante no filme do
que no livro, ele tem algumas cenas fofas e engraçadas, mas o ator conseguiu fazer
dele um chato de galocha. O final do filme é diferente do livro, no livro há
momentos de “casalzinho” entre os meninos e seria interessante ver os dois
fazendo todas aquelas coisas bonitinhas, mas isso não consegue desmerecer a
emoção da cena final do filme.
A
Trilha sonora é bem jovial e intercala as musicas “de Bad” que tanto gostamos
de ouvir e as mais animadas e populares. Há uma cena musical maravilhosa ao som
de I Wanna Dance With Somebody da Whitney Houston.
Com
amor, Simon talvez seja o filme com temática LGBT mais otimista já feito, e
isso é maravilhoso. As atuações, a direção, a trilha sonora, tudo torna o filme
precioso e bem humorado. Ele é alto astral, mas faz questão de levantar boas
questões e mostra determinadas realidades, como o pai que era homofóbico antes
de descobrir que o filho é gay e a mãe que apesar de ser uma profissional que
analisa os outros, ainda não sabia sobre o filho, mas que quando sabe, o trata
com todo amor do mundo, assim como a irmãzinha e os amigos. É claro que assim
como na vida real nem todos são legais, há apelidos, zoações e isso nem é
spoiler, estou falando de algo obvio. Aposto que os gays devem enumerar varias
outras coisas nas quais eles podem se identificar no filme (será que a tal
pessoa gosta de mim ou só está sendo legal? Ela é gay ou hetero?) e isso é um
avanço. O melhor de tudo é o sentimento bom que fica quando o filme termina, dá
vontade de sair do cinema como o Simon no numero musical. Dica: assista e leve
sua família toda com você.
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