sábado, 21 de fevereiro de 2015

Indicados ao Oscar: Para Sempre Alice


       Para sempre Alice é um filme sobre uma historia bem cotidiana. Não é todos que sofrem ou conhecem alguém com a doença Alzheimer, graças a Deus, mas certamente você já ouviu falar da doença e filmes como esse nos mostram o que passam as pessoas que sofrem da doença e os familiares que precisam aprender a lidar com ela. 
Juliane Moore é uma professora da famosa universidade Cambridge e uma mãe de família dedicada. Ela adora o trabalho e seu livro é um sucesso, porem seu mundo vira de ponta cabeça quando começa a esquecer coisas simples como palavras, o caminho para casa e nome de pessoas, ao consultar um neurologista ela é diagnosticada com Alzheimer, uma doença cruel que destrói o que a pessoa foi um dia. No começo a família não entende e parece que não conseguirão lidar com a doença.Um ponto que o filme ressalta é que Alice é muito jovem para ter a doença e ela só foi acometida por ela pois é hereditária, seus filhos fazem o teste para ver se herdarão isso da mãe e num deles dá positivo [SPOILER] a filha que futuramente terá a doença é interpretada pela sem sal da Kate Bosworth, (os meninos provavelmente vão discordar de mim nessa rs) a filha chata da família que apesar de apoiar a mãe, em certos momentos ela é um pé no saco, principalmente com a irmã mais nova feita por Kristen stewart, a eterna Bella Swan, que vem arrancando elogios das criticas mundo a fora e até ganhou o Oscar Francês recentemente,(se tornando a primeira atriz americana a ganha-lo, WHAT?) o César por outro filme, Acima das nuvens com a Juliette Binoche. Ela tem aperfeiçoado sua atuação e aos poucos tá perdendo seus trejeitos característicos, porem discordo com a rasgação de seda, em Para sempre Alice não vi nada de extraordinário, ela ainda morde os lábios, hesita ao falar, fala muito com os braços e a mão no cabelo e sua maior melhora foi na boca aberta que ela está conseguindo manter fechada, neste ela tem sua melhor atuação mas ainda tem muito o que trabalhar, talvez seja implicância minha, talvez eu vi tanto crepúsculo na minha vida que ainda não consigo desassociar a imagem da Bella. Acho que depois de uma vitoria em sua carreira com tantos framboesas de ouro e criticas pesadas talvez ela não queira mais tirar férias da carreira ou se aposentar como andou falando por ai... quem diria que os críticos se renderiam a ela....(and the Haters gonna Hate, hate, hate, hate, hate)


       Alec Baldwin continua...Alec Baldwin! um bom ator só que mais do mesmo, ele interpreta o marido de Alice e éviciado em Trabalho. Alice é a rainha suprema Juliane Moore que é uma atriz muito injustiçada, é uma surpresa para qualquer um saber que ela nunca ganhou um Oscar, apesar de ter sido indicada diversas vezes.Parece que este ano é o ano dela, ao que tudo indica este ano o Oscar dela sai! Já ganhou o Globo de ouro e o Sag. confesso que quando surgiram as indicadas estava na torcida pela Rosamund Pike que foi incrível como a garota exemplar mas após ver Still Alice tive que me render a Juliane novamente. Ela retrata com tanta pureza a personagem, seus dramas, seus momentos de felicidade e seus momentos de esperança todos eles comprovando mais uma vez que Juliane é uma das melhores atrizes do cinema. é diva até sem maquiagem e sofrendo com a doença. Uma das falas mais chocantes é quando ela diz que preferia ter câncer, algo horrível de se dizer e que só ela poderia dizer com tanta veracidade. Mesmo que ambas doenças sejam uma droga. Juliane agora está mais conhecida pelo grande publico por fazer filmes juvenis como Jogos vorazes- a esperança, Carrie a estranha e O sétimo filho, que ainda será lançado. Fora sua beleza e simpatia. Deem logo um Oscar para Juliane Moore por que ela merece.
       O filme não é daqueles feitos propositalmente para te fazer chorar. Mesmo que algumas lagrimas possam brotar. Eu sou chorona mas não chorei com ele, só fiquei bastante emocionada pela luta diária da família e a sensibilidade que é tratada a doença, até por que o filme é inspirado na história real de um dos diretores do filme, dirigido pelo casal gay Wash Westmorland e Richard Glatser, Richard é a Alice da vida real, ele tem a doença e assim como na personagem, a doença está evoluindo rapidamente nele também. A personagem usou um vídeo no notebook para se comunicar com sua versão antes da doença, os dois usaram o cinema e fizeram esse filme leve (apesar dos pesares) e arrebatador. Não sei se lembrarei dele daqui a alguns anos, não é o melhor filme da temporada, talvez seja o melhor sobre o tema, pois explica de maneira franca, porem sei que lembrarei da atuação de Juliane em um do seus momentos mais sensacionais do cinema.  

Indicados ao Oscar: O Abutre



       você já viu um abutre? conhece a função desse animal? eles são animais que sobrevoam e se alimentam de carniça, igual ao urubu. Eles não são animais muito amáveis. E o titulo do filme não poderia ser mais apropriado. O abutre em questão é Lou Bloom vivido por Jake Gyllenhaal, com uma aparência bem diferente da habitual, (Até rimou)  aqui ele surge mais magro, pálido, com o rosto fundo e os olhos saltantes. Ele não está doente no filme, a aparência é graças a vida noturna e seus péssimos hábitos, um deles o de ficar o dia inteiro na internet e com isso ele aprende muita coisa. Lou Inicialmente não tem um emprego comum, ele rouba coisas para vendê-las. É difícil saber a razão do porque ele não arruma um emprego, ele até quer mas as coisas parecem difíceis pra ele, seja por uma possível recessão americana (e mundial) por sua aparência não muito apresentável ou seja porque ele não quer um emprego comum, ele quer algo excepcional, que o motive, que ele goste de fazer, quem pode cupa-lo? Todos queremos isso. 
       Na volta para casa depois de um não do cara que comprava suas "mercadorias" ele vê uma grande oportunidade de ganhar dinheiro, e amadoramente ele pega uma câmera e começa a correr atrás de crimes sensacionalistas que possam dar a ele um gordo cheque. 
Lou é um cara esperto e pega rápido a alma do negocio, ele começa a vender suas imagens para um telejornal local que vê nele uma oportunidade de crescer a audiência pois ele filma da maneira mais crua possível. Corpos e armas do crime bem colados a lente para aumentar a curiosidade dos que assistem. Toda vez que suas filmagens aparecem no telejornal os jornalistas em questão alertam que as imagens a seguir são fortes. Quem edita as noticias é Nina personagem de Rene Russo que surge num papel de uma chefona bonita porem desbocada e com maquiagem forte. Ela vira uma  especie de interesse romântico de Bloom, sempre há um olhar, um sorriso, uma briga mas o romance não desenvolve. Mais pela falta de interesse dela que parece ter medo dele, é quase uma relação de amor e ódio. muito mais amor da parte dele que em uma cena de encontro dos dois fala "eu gosto de mulheres mais velhas" Rene está muito bem no papel mas o filme é de Jake.


       Mesmo antes de ver O abutre já desconfiava que a Academia fez uma grande estupidez ao substituir Gyllenhaal por Bradley Cooper, E não só pela questão do físico, (coisa que o Oscar adora premiar) Jake emagreceu 10 kgs para o papel, Bradley Cooper foi o contrário ele ganhou peso (e bunda) e ficou musculoso para o papel em Sniper americano, fato que usualmente passa desapercebido pelo Oscar....Mas não dessa vez. Após ver o filme tive a certeza absoluta de que a academia pirou de vez. gosto muito do Bradley, ele é um bom ator mas Jake esta muito superior a ele em O Abutre. Em todo momento ele não tira do rosto aquela mascara de psicopata. até quando sorri e diz coisas simples ele parece um rapaz totalmente maluco e perturbado. Os olhos tiveram um grande papel, ele já os tem avantajados mas neste filme por causa da magreza eles saltam a tela e dão medo. 
       As ações do personagem ajudam na sua condenação, ele age conforme o que ele acha justo e parece não apreciar ninguém, nem o colega de trabalho. ele finge ouvir os mais próximos mas as suas opiniões já estão formadas e ninguém consegue muda-las. Esse é um personagem que tem o estilo do Oscar (ele até concorreu ao Globo de ouro) , mas foi substituído por que esse ano ainda não tinham incluído na premiação a "cota patriota" (sorry Bradley)
       O abutre não é o melhor filme da temporada, o ritmo é frenético em algumas cenas mas em outras a falta de ritmo chega a exaustão, mas devemos dar créditos ao diretor novato Dan Gilroy, um famoso roteirista de filmes de ação como o legado borne e gigantes de aço que parece saber que o protagonista é o atrativo maior da trama e por isso o explora ao máximo tornando o filme interessante com a performance despirocada e afiada de Jake, com suas repostas rápidas e precisas e sua inteligencia recém adquirida de forma On line. Ele inclusive é o produtor do filme. Pra quem não sabe Bill paxton também está na trama mas está irreconhecível, mas não há maquiagem só os efeitos especiais da velhice mesmo. a ideia principal do "abutre" cercando as vitimas e vendendo suas mortes e acidentes graves para a imprensa sensacionalista também é bem explorada, até demais para uma mídia, o Cinema, que caminha junto com o sensacionalismo das redes de televisão nas figuras dos paparazzis e jornalistas que contam a vida das celebridades. 

Indicados ao Oscar: O Jogo Da Imitação

       

       Se teve um filme que me surpreendeu foi este. Ouvira falar a respeito de Alan Turing e suas conquistas, acho que mesmo as pessoas que não ouviram falar dele ao ver o filme se sentem familiarizadas  e mesmo após sinopses e trailers ainda não conseguia me sentir 100% motivada para ver o filme. Posso lhes assegurar que não vê-lo antes foi uma tremenda estupidez. 
       O jogo da imitação é um filme sobre uma equipe de gênios, inclusive Alan, que tem por objetivo descobrir uma solução para decifrar os códigos alemães emitidos pelos submarinos dos mesmos durante a 2° guerra mundial, "O Enigma" é indecifrável até que Alan começa a criar uma maquina capaz de decifrar os códigos, a maquina se chama Christopher (e você vai descobrir o porque assistindo o filme) 
       Particularmente os temas 2° guerra, Hitler e nazismo já são um grande atrativo e adicionando uma historia de superação e grandes atores a mistura vira uma solução perfeita e é isso que acontece com este filme. você aprende um pouco sobre historia e também sobre intolerância sexual  e quem sentiu na pele essa intolerância foi Alan Turing, um gênio matemático britânico vivido por Benedict Cumberbatch que a primeira vista pode parecer presunçoso e antipático, claramente anti social, mas essas são características tipicas das pessoas de mentes brilhantes, esses personagens (e pessoas reais) tendem a ser introspectivos. raramente você vê um gênio da matemática ser retratado como alguém comunicativo e propenso a fazer amizades facilmente, Alan é o oposto de seus colegas de trabalho e foi o oposto de seus colegas de escola. Ele sabe que é brilhante e não tem medo de dizer isso em voz alta. Sei que há vários personagens assim, mas no começo do filme lembrei-me imediatamente de Sheldon Cooper da série The Big Bang Theory, que apesar de ter Leonard e sua turma continua muito tímido, antipático e metido por ter o cérebro que tem. É Interessante observar que pessoas com esse perfil tendem a ser engraçadas, não comediantes de Stand up comedy, apenas engraçadas com seus modos presunçosos de agir e falar. Sheldon é assim e Alan tem seus momentos.
Aos poucos a personalidade amistosa do protagonista vai surgindo, graças a introdução da personagem de Keira Knightley, Joan Clarke, uma mulher igualmente inteligente mas carinhosa e conselheira. vira uma grande amiga de Turing, chega a noivar com ele, ele inclusive passa por cima de atitudes machistas de seu inferior por causa dela. A permitindo que fizesse uma prova importante numa sala só com homens. Na época as mulheres não poderiam ser inteligentes em matemática e ela não poderia integrar a equipe de gênios, seu lugar era como secretaria, atender telefone, arrumar papelada e servir café. Sei muito bem como é triste essa função. O que ficou confuso no filme é que mesmo ela tendo conseguido se superar ela não integrou a equipe, não fixamente, ela se contentou com as ordens dos pais que a queriam como esposa de alguém, ou mãe de alguém e não como uma mulher brilhante rodeada de homens brilhantes. Ela não lutou por isso, o que me incomodou bastante. Keira está em um bom momento da carreira, muito mais madura na sua atuação, ainda não está no rol dos britânicos espetaculares (já perceberam como os britânicos estão dominando o cinema americano?) e parece que ela sempre atua no meio de um bando de homens, de tempos em tempos ela tem que fazer filmes onde ela seja uma das poucas mulheres em cena, algumas vezes a unica (Piratas do caribe) 
       

       porem quando Benedict está em cena só dá ele. Seu talento é tremendo, sua voz inconfundível, isso muitos já conhecem da serie Sherlock Holmes e de seus papeis na sua crescente carreira no cinema. E mesmo sabendo que o cara é bom ainda fui surpreendida por que neste ele vai do infinito e além de tão bom. Ok, exagero meu, mas é sério talvez essa seja sua melhor atuação até agora. Mesmo que Michael Keaton e Eddie estejam empatados no topo da conquista do Oscar ele é um fortíssimo concorrente, pena que poucos notaram. Eddie e benedict interpretam dois gênios em suas determinadas áreas, e os dois atores britânicos com certeza pertencem a aquele rol citado anteriormente.
       O jogo da imitação junta varias causas em uma só, muitas delas que ainda estão sendo superadas nos tempos de hoje. Temos o homossexualismo, Alan era gay, mas ficava no armário, tinha um melhor amigo por quem era apaixonado (ele o defendia dos meninos malvados do colégio, olha mais uma causa ai: o Bullying) mas nunca se expôs, na época quem era gay era preso por indecência, Alan morreu por que tentaram impor sobre ele a "cura gay" em formato de medicamentos e mesmo que alguém não concorde com a homossexualidade é desumano pensar que o método usado nele seria benéfico. Para passar desapercebido propôs casamento a Joan, uma mulher chegando a casa dos 30 mas solteirona, independência também não era o forte da época, juntamente com o machismo. Alem de lidar com tudo isso, eles também eram adeptos ao voto do silencio, claro que apenas em relação ao "Enigma" ninguém poderia falar sobre ele com família, parentes ou amigos. E por isso membros da equipe tiveram grandes perdas, um deles perdeu o irmão em um dos submarinos bombardeados. Turing era bem claro em seus objetivos e não abria objeções. chegava a parecer malvado, porem ele era decidido e graças a ele temos os computadores e outros sistemas da evolução tecnológica.

domingo, 15 de fevereiro de 2015

Indicados ao Oscar: Birdman

      


      Birdman é um filme sobre um ator que vive a sombra de seu sucesso e popularidade do passado, quando interpretou um icônico super herói (o Birdman do titulo) qualquer semelhança não é mera coincidência. E essa é apenas uma breve sinopse, as tamanhas similaridades com a vida e a carreira de Michael Keaton não param por ai. Porem se engana quem pensa que o filme é apenas uma biografia não autorizada e superficial da vida do ator. Ele é muito mais que isso. Frustrado, o personagem de Keaton acaba atuando, dirigindo e roteirizando um texto para a Brodway e por isso com o desenrolar da trama você até esquece o primeiro aspecto que todos estão enfatizando e acaba embarcando em algo totalmente alucinatório e fantástico. A começar pelas primorosas atuações. A cena em que Riggan Thomson (Michael Keaton) e Mike shiner (Edward Norton) ensaiam pela primeira vez é de aplaudir de pé, Mike já tem o texto todo decorado e se mostra bastante competente, um peixe grande, nas palavras do próprio Riggan. Ele foi contratado após o ator anterior ter se machucado em cena (por culpa do protagonista, mesmo que indiretamente) para o desespero do próprio que fica sem seu coadjuvante mas também para seu alivio pois ele o considerava um péssimo ator. Mike é ótimo porem egocêntrico e cheio de estrelismos como muitos no meio artístico. Logo, logo o protagonista já se sente arrependido pela contratação e ameaçado, pois alem do seu temperamento ele é jovem, bonito e popular. Tudo que um dia Thomson já foi. Michael Keaton e Edward Norton estão em suas melhores atuações. Michael volta a ativa com um personagem que serve como sua carapuça, no filme ele expõe suas inseguranças, seus medos e suas discordâncias com o mundo midiático que comete muitas injustiças com atores ultrapassados, a frase que virou quase um bordão do filme “A popularidade é o primo pobre do prestigio” é certa, você pode até ser educado, inteligente, ter uma estabilidade, mas seu primo gordo e engraçado sempre vai roubar a cena. (já que estamos falando de família rs) Popularidade é tudo, principalmente no mundo das celebridades, você pode ser um baita ator, mas não terá retorno se viver enclausurado em uma mansão lendo Shakespeare e ouvindo bach, você precisa ser notado, as pessoas precisam saber de você, só assim elas irão comprar os ingressos para o cinema, teatro, shows e etc... No filme fica implícito isso com o pensamento melancólico de Riggan ao dizer: “você sabia que Michael Jackson e Farrah fawcett morreram exatamente no mesmo dia?” ele quer dizer que apesar de Farrah ter sido uma bela e talentosa atriz que marcou época vivendo uma das panteras na serie de TV, sua morte foi totalmente ofuscada pela morte do eterno rei do pop que foi e sempre será uma das maiores celebridades do mundo. De forma alguma o desmereço pois sou grande fã. Anteriormente ele refletia sobre certa vez que ele estava no mesmo avião que George Clooney e durante uma tempestade horrível pensou: “Na manhã seguinte quando Sam viu o jornal, o rosto do George Clooney estava na capa, não o meu, entende?” na mesma hora lembrei-me do show Hiperativo do ator e comediante brasileiro Paulo Gustavo onde ele falou que certa vez estava em um avião repleto de celebridades brasileiras e passando por uma turbulência ele logo pensou nas manchetes, iriam noticiar: morreu fulano, fulano, fulano e outros (e ele estaria nessa) nas palavras dele é engraçado mas a abordagem no filme é pesarosa e é uma triste evidencia da comercialização da imagem.           Birdman é uma critica construtiva desse meio, e as criticas são feitas por cada ator de maneira subliminar (ou não né) como a filha de thomson vivida por Emma Stone, ela é um personagem clichê dentro da obra, é uma filha de ator drogada e recém liberada da reabilitação, a menina rebelde que não teve a atenção do pai que na época era um ator muito ocupado. Bem clichê e bem verossímil, mas Emma Stone consegue ser inteligente até interpretando uma cabeça de vento, sua performance também está incrível, e suas indicações são todas em cima da cena que ela joga tudo na cara do pai e indaga ao final de um longo sermão “você odeia bloggers, tira sarro do Twitter, nem tem um facebook, é você que não existe” dando uma tapa na cara dos atores que se acham bons demais para terem uma rede social, eles temem a exposição, mas não veem que o conteúdo é eles que controlam e que é esse contato com os fãs que os mantém em evidencia. Obrigado Emma Stone!


     Outro momento clichê do filme são as falas proferidas para a critica de cinema do new York times, uma coroa filha da mãe que se propõe a ferrar com a peça sem ao menos vê-la, por puro deleite. Quantos críticos filhos de uma hooker existem por ai que se comprometem a destruir a carreira de um determinado ator/cantor/diretor e etc... e a critica aos críticos não para, o momento clichê se dá pelo dialogo com a critica,algo do tipo “Quem não sabe fazer critica” ditado que todos conhecem bem. Não sou uma critica especializada mas me sinto inserida na profissão e claro que sou afetada pela frase, qual critico não é? E sabe de uma coisa? Essa frase não poderia ser mais verdadeira. Não posso falar por todos mas sou sim uma artista frustrada, o sonho de ser atriz é um plano z na minha vida e algo que eu gostaria muito de fazer, o teatro seria ótimo pra minha timidez mas prefiro me ater aos meus textos que é onde me sinto segura. (pra você ver o grau da minha timidez)
     O próprio personagem principal é um clichê por si próprio e nem por isso sua composição é enfadonha dada a melhor atuação da carreira de Keaton. Thomson poderia optar por viver de forma segura e continuar interpretando Birdman, o blockbuster iria atrair milhões pra sua conta bancária independente da qualidade do filme, como muitos atores por ai, mas abandonou  a sequencia de seu ganha pão e a partir daí não surgiu mais trabalho, ele ficou na geladeira, como dizem e não teve alternativa a não ser apelar pra composição da sua peça. Alternativa bastante corriqueira em Hollywood. Mas Birdman não deixou de assombrá-lo, ele é a voz em off que surge na cabeça do protagonista. Voz essa que se assemelha muito a voz grossa, rouca e sem sentido do herói Batman, ganha pão de Keaton. O herói birdman se funde ao ator e o faz ter poderes de mover objetos e até voar, e o diretor Alejandro González não noz diz se os devaneios são reais ou cinematográficos. Ficamos na duvida se é aquilo mesmo ou tem um significado por trás, por conta disso o próprio final é uma incógnita (mesmo que eu tenha uma teoria pra ele, sem spoiler)
     Birdman é um filme esclarecedor sobre os bastidores do teatro, dos famosos e até dos realitys, “Deveríamos ter aceitado o reality que nos ofereceram, os thomsons” a consciência diabinha voadora dele disse. Um filme que nos faz abrir os olhos e perceber que Hollywood não é só glamour, se você ainda pensava assim desculpa-me te dizer, mas você não sabe de nada inocente. É uma passada de pernas atrás da outra, o filme dá alfinetadas com bom humor e drama, intercalados de forma majestosa. Sobra alfinetada até para o Robert Downey jr ... A trilha sonora é boa, “o cara da bateria” está nos momentos mais oportunos e o elenco é de longe o melhor da temporada, tanto que ganhou o Sag awards na categoria de Melhor Elenco. Naomi watts brilha num papel totalmente diferente e até Zach Galifianakis está em seu melhor momento, totalmente equilibrado e não escrachado como seus personagens anteriores, custa perceber que aquela figura é o “gordinho do Se Beber Não Case” o filme é realmente uma obra prima do diretor, e que ele tenha muita sorte no Oscar, principalmente Michael Keaton, seria muito legal ver o Beetlejuice ganhando o Oscar!

Indicados ao Oscar: O Grande Hotel Budapeste


      O grande Hotel Budapeste é um filme do diretor Wes Anderson mais conhecido por seus filmes excêntricos e de estilo próprio. Este não foge aos moldes do diretor, por exemplo  a presença dos atores amigos de Wes que fazem participações especiais como Bill Murray e Owen Wilson. Mas tem algumas ressalvas, a trilha rock in roll e pop que não consta nesse. O roteiro é todo amarradinho, parecido com a leitura de um livro, o interessante é que ele quis que a historia fosse contada ao estilo “boneca russa” uma historia dentro da outra, sendo contada e lida por diferentes pessoas em diferentes tempos. E podemos dizer que é isso que acontece ao lermos um livro, somos pegos por narrativas por vezes diferentes da nossa realidade e que através da forma de escrita do autor somos transportados para determinadas épocas, esse sentimento de nostalgia e apresso pelos livros foi sentido por Wes quando ele se deparou com o primeiro livro do autor que inspirou o filme. Através de vários elementos que o diretor colecionava do autor ele pode captar algumas personalidades e com isso foi criando os personagens como o M. Gustave (Ralph fiennes) que é concierge do Hotel Budapeste e zero (Tony revolori) o porteiro que viria a ser o narrador principal. Fato curioso é que esse autor Stefan weig, que tanto inspirou Wes é um austríaco completamente apaixonado pelo Brasil, talvez até mais do que eu e você, legítimos brasileiros (se você for é claro) ele consagrou a frase “ Brasil, o pais do futuro” será mesmo? Acho que se ele visse como está nossa pátria amada e sua falta de segurança, educação e agora até de água somada as medidas desastrosas tomada pelo governo de nossa exelentissima presidente provavelmente ele se mataria. Se mataria mesmo, por que se você não sabe o autor e sua esposa se mataram por conta de uma terrível depressão que o autor tinha, ele sofria com o estado que sua amada Europa se encontrava, um cenário de guerra e destruição total, dado ao avanço do nazismo e também a destruição de pearl harbor. Guerras e rumores de guerras poderia até ser normal para os demais cidadãos mas parece que não para ele que foi afundando pouco a pouco com a deterioração da raça humana e em sua residência fixa aqui no Brasil, em Petrópolis ele e sua esposa se mataram ao tomar altas doses de um remédio usado como calmante e sedativo e terminava assim uma vida inteira de grandes obras mas seu legado continuou e adquiriu mais fãs, um deles Wes Anderson.


      O Grande hotel Budapeste faz o estilo filme clássico e um dia talvez ele até seja. Não é filme para o grande publico e demora um pouco para engrenar mas sem duvidas é uma obra prima do cinema moderno, só ele consegue juntar vários gêneros em um só, alem dos habituais classificatórios, ele tem um tanto de filme clássico, policial, comédia pastelão, filme sobre guerra e uma critica pura aos acontecimentos da época. A fotografia é quase um personagem, não há como deixar de admira-la. Alem da trilha sonora, parecida com as de filmes antigos e o figurino que narra a historia por si próprio. A estética do filme é perfeita assim como as atuações, Ralph fiennes prova que pode fazer qualquer coisa, ele surge desequilibradamente divertido (isso é um baita elogio) um minuto de silencio para ele... (se você viu o filme vai entender essa parte rs) sua química com zero é o motivo principal do filme dar certo, o ator Tony revolori é o Robin ideal para o Batman de Ralph, apesar de ser ator estreante conseguiu fazer um ótimo trabalho, coeso e equilibradamente divertido. Saoirse Ronan que faz a namoradinha do sortudo Zero não tem uma grande cena mas ela é uma boa atriz até quando seu papel é ser “apenas” a namorada bonita e talentosa do porteiro. O filme também conta com a participação de Jude Law (Para quem é contada a historia a cerca do Hotel) Jude está acostumado a aparecer em grandes filmes fazendo pequenas pontas que são essenciais pra trama. Como em AI inteligência artificial e a invenção de Hugo Cabret. Mesmo que seja difícil perceber mas Tilda Swinton também está no filme, no papel da madame que tem uma espécie de caso com Gustave e ao morrer deixa parte da herança pra ele causando a fúria dos ambiciosos familiares ilustres como Adrien Brody e Willian Dafoe em personagens bem excêntricos ao melhor estilo Wes Anderson, principalmente Dafoe com sua jaqueta de couro mil e uma utilidades, fazendo um vilão bem fora da caixinha. 
      O grande hotel Budapeste ganhou o globo de ouro como melhor filme de comédia e musical, lembro que fiquei desapontada com o resultado mas ao ver o filme percebi que foi merecidissímo. O filme é belo, divertido, bem conduzido e interpretado, um clássico moderno que salta das paginas de um livro. não tinha expectativas para ele porem ele se tornou uma agradável surpresa.

Indicados ao Oscar: Sniper Americano


      sorrateiramente Sniper americano entrou para o circuito de premiações, especificamente para o Oscar que acontecerá dia 22 de fevereiro. podemos nos referir a ele como o azarão da festa já que está indicado como melhor filme, melhor ator e nas categorias técnicas e tem modestas chances graças a propaganda patriótica em volta do filme. podendo portanto desagradar aos brasileiros com o olhar mais atento a isso. O filme é um drama de guerra sobre a vida de Chris Kyle, o atirador militar mais letal dos Eua, o filme é a adaptação da biografia do mesmo intitulada American Sniper: The Autobiography of the Most Lethal Sniper in U.S. Military History. titulo grande não é mesmo? tão grande quanto o numero de mortes causadas pela mira certeira de Kyle. No filme o protagonista fica assustado com a própria marca registrada de mortes. partindo dessa premissa o protagonista poderia se sair como vilão mas durante todo o filme ele é tratado como herói. afinal ele fazia o trabalho dele, matava as pessoas ruins para proteger as boas. 
O filme já começa com uma das suas missões e um empasse, uma criança e uma mulher com um explosivo, o que fazer? matar ou não matar? os pensamentos do atirador voam para sua casa, sua esposa, seus filhos. E esse desvaneio familiar o faz querer mais do que nunca tomar a decisão certa. E o resultado... você mesmo (a) verá.
Surpreendi-me com o nome na direção do longa, Clint Eastwood, não por esse ser super diferente de seus projetos anteriores, diferente mesmo foi os Jersey boys lançado meses atrás, (isso prova o quanto o diretor é incansável) apenas por que não sabia da ligação do diretor ao projeto até pouco antes de ver o filme que anteriormente seria dirigido por Steven Spielberg. Esse é um acerto para Clint mesmo que seu nome passe despercebido para quem assistir. afinal todos estão interessados na historia da "Lenda" que foi Chris kyle e não no "próximo filme de Clint Eastwood" mas sua mão tem força já que ele retorna com seu estilo de retratar as consequências dos atos dos protagonistas e sua influencia na vida dos familiares e pessoas próximas, e foca mais uma vez nas origens do mesmo. Chris Kyle recorda sua infância e as atitudes fascistas de seu pai que autorizava os próprios filhos a baterem em quem se metessem com eles e ainda ensinava o jovem Kyle a atirar, justificando sua precisão na hora do tiro quando adulto, habilidade que vem de berço, vem da família, o autoritarismo do pai o levou a querer pertencer a marinha (após ver pela tv os atentados as torres gêmeas) mesmo que muito tardiamente já que antes ele perdia tempo sendo Cowboy. Podemos perceber as características tipicas do perfil de um americano. 
Cowboy, militar, cristão, marido, pai de família, herói e acima de tudo patriota..... mais estilizado impossível.
Bradley cooper interpreta de forma verdadeira mas sua indicação ao Oscar é desnecessária, é só ver e compara-la aos seus concorrentes, ele não chega nem perto. não há brilhantismo e nem perfeição em sua atuação, mesmo que ele sempre surja dedicado aos seus papeis não era para tanto. Até Sienna miller surpreende mais, pois já derrapou em muitos papeis e ainda não tinha mostrado ao que veio. Desta vez ela faz uma tipica esposa de militar, preocupada e atenciosa, a diferença é que ela não o despreza e não o critica até ele querer desistir como são retratadas as esposas em tantos filmes com temática de guerra por ai, ela só quer ajuda-lo mas não sabe como pois o marido sai do Iraque mas o Iraque não sai dele. 


      Sniper americano é um bom filme sobre o tema justamente por que não foca na guerra em si, até porque filmes sobre a guerra do Iraque existem aos baldes, ele apenas foca na trajetória do atirador que passa as cenas mais eletrizantes do filme deitado mirando em seus alvos, esses momentos de tensão é o que faz o filme valer a pena. as escolhas certas e erradas. Por vezes você perde o folego junto com ele. os enfrentamentos no campo de batalha são empolgantes, surge até um enfrentamento entre Kyle e outro excelente atirador, porem terrorista. Kyle é o vingador de seus soldados, ele os protege e os auxilia na guerra, diretamente da mira. O filme transpassa o tamanho da responsabilidade dessa função dentro das forças armadas. 
O que incomoda é o patriotismo exacerbado, ele é tão obcecado pela sua pátria amada que tenta convencer a todos de que os EUA é o melhor pais do mundo e critica aqueles que não concordam com ele. seus amigos e até seu irmão estão saturados com a guerra e parecem deixar seu patriotismo de lado, para a revolta de Chris. Apesar das coisas horríveis que já viu e teve que fazer em serviço seu espirito americano continua intacto. [SPOILER] no final ele é morto aos 38 anos por um ex soldado e sua morte vira um desfile e mobiliza toda cidade, ou seja, morreu como um verdadeiro herói....um herói que matou muita gente. mas que estava cumprindo seu dever. cabe ao telespectador avaliar se Kyle merecia ou não um filme autobiográfico, se suas distorções de valores foram cabíveis e se sua submissão a pátria era aceitável.... talvez essa estranheza ao patriotismo americano exagerado seja apenas uma divergência com nosso nível brasileiro de patriotismo, ou seja, nenhum.  

Review Caminhos da floresta

       


      Que Caminhos da floresta seria diferente de qualquer filme de contos de fadas que já vimos isso nós sabíamos mas confesso que fui surpreendida por cenas bem ousadas. não estou falando em termos sexuais e sim em outros aspectos.
O filme é um musical que engloba vários contos de fadas entrelaçados em um só. temos Cinderela, a bruxa má, joão e o pé de feijão, Rapunzel e a chapeuzinho vermelho. Eles são retratados com um pouco mais de realismo.
A chapeuzinho não é uma inocente menininha na floresta, ela é atrevida e engraçada, a Cinderela não é a jovem apaixonada pelo príncipe, ela é uma menina confusa com seus sentimentos e nem ao menos sabe se sente alguma coisa pelo príncipe que por sinal não é tão encantado. 
      O elenco é todo estrelado. temos Meryl (rainha suprema) streep que interpreta a bruxa má e prova mais uma vez que é ótima como vilã. a Bruxa não é tão malvada como Miranda priestly mas fez coisas muito cruéis no passado,  por causa de um feitiço que ela jogou no padeiro ele não pode ter filhos e para te-los no intuito de satisfazer sua mulher ele vai enfrentar a floresta para pegar objetos especiais solicitados pela bruxa. a voz de Meryl está muito melhor neste que em Mamma mia, no anterior por vezes duvidei de seu talento para cantar, certas cenas parecia mais paródia que um musical de verdade mas para esse filme parece que ela tomou umas aulinhas de canto. O padeiro é vivido por James Corden e sua esposa quem faz é Emily blunt, eles não demostram emoção alguma nos personagens mas também não incomodam, Emily demonstrou que tem talento para o canto e mesmo com uma ótima voz ela já recusou outros musicais, como Os miseráveis com sua amiga de tela Anne Hathaway e relutou muito em fazer este. 


      A Rapunzel é totalmente apática, seu príncipe afeminado também. O outro príncipe é Chris Pine que paga de gostosão mas não consegue arrancar suspiros, seu charme ficou lá na nave de Star Trek e seu personagem é bem diferente dos príncipes dos contos de fadas da Disney, ele é um cara infiel e egocêntrico. Seu par romântico é a Cinderela vivida por Ana kendrick que vive num remake de "Noiva em fuga" só que na floresta. ela vive correndo do príncipe e não sabe se o ama. O talento de Ana para cantar já vimos em A escolha perfeita e em breve veremos em "The last five years" 
Outro nome de peso no elenco é Johnny Depp que interpreta o lobo mal mas só aparece cinco minutos em cena, sou suspeita em falar mas até que se saiu razoavelmente bem em seu pouco tempo em cena. vimos até uma quase possível dança (ele odeia dançar)
      O engraçado é que mesmo com todo esse elenco de peso e com um nome importante na direção, Rob Marshall que também dirigiu outros musicais como Nine e Chicago, Caminhos da floresta não impressiona e não conquista. todos os atores (menos a Meryl) parecem estar no piloto automático e as canções não grudam. normalmente ao assistir há um musical certamente há uma musica ou outra que vira um chiclete mental e causam impacto. Chicago mesmo é um exemplo, all that Jazz e Cell block tango são canções muito conhecidas que se você já assistiu ao filme ou é fã de musicais aposto que fazem parte da sua playlist cerebral. no meu caso absolutamente todas as musicas de Chicago fazem parte dessa minha playlist. inclusive a do pc também. Um musical só é musical de verdade quando isso acontece e com caminhos da floresta infelizmente não foi assim. a unica cena musical divertida (mas que mesmo assim não marcou) foi o dueto dos príncipes galantes e afeminados. 
      O impacto que a musica não causou ficou a cargo das distorções dos antigos contos. O filme tem traição, morte trágica, o aviso ousado para os filhos que acreditam cegamente no que os pais dizem e príncipes imperfeitos mas nem tudo foi tão real, ainda há passarinhos que ajudam a fazer as tarefas domesticas, fadas madrinhas (na figura da mãe morta de Cinderela) e o fato totalmente ridículo do lobo devorar a vovó e chapeuzinho totalmente inteiras, ao ponto delas conversarem no estomago do animal e saírem de lá ilesas e limpas. 
      Caminhos da floresta oscila entre a vida real e o mundo dos contos de fadas. musicais como esse são feitos para encantar o espectador, afinal junta duas idéias encantadoras por si só, Musicais/contos de fadas porem este não encanta nem um pouco. os pontos interessantes estão apenas no figurino e nos cenários noturnos vinculados com tons dourados e brilhantes, principalmente partindo das roupas da bruxa e da Cinderela, tirando isso, Caminhos da floresta é apenas mais um fracasso do gênero antiquado que é o de musicais. (e é com pesar que digo isso) não se fazem mais musicais como antigamente....