Se teve um filme que me surpreendeu foi este. Ouvira falar a respeito de Alan Turing e suas conquistas, acho que mesmo as pessoas que não ouviram falar dele ao ver o filme se sentem familiarizadas e mesmo após sinopses e trailers ainda não conseguia me sentir 100% motivada para ver o filme. Posso lhes assegurar que não vê-lo antes foi uma tremenda estupidez.
O jogo da imitação é um filme sobre uma equipe de gênios, inclusive Alan, que tem por objetivo descobrir uma solução para decifrar os códigos alemães emitidos pelos submarinos dos mesmos durante a 2° guerra mundial, "O Enigma" é indecifrável até que Alan começa a criar uma maquina capaz de decifrar os códigos, a maquina se chama Christopher (e você vai descobrir o porque assistindo o filme)
Particularmente os temas 2° guerra, Hitler e nazismo já são um grande atrativo e adicionando uma historia de superação e grandes atores a mistura vira uma solução perfeita e é isso que acontece com este filme. você aprende um pouco sobre historia e também sobre intolerância sexual e quem sentiu na pele essa intolerância foi Alan Turing, um gênio matemático britânico vivido por Benedict Cumberbatch que a primeira vista pode parecer presunçoso e antipático, claramente anti social, mas essas são características tipicas das pessoas de mentes brilhantes, esses personagens (e pessoas reais) tendem a ser introspectivos. raramente você vê um gênio da matemática ser retratado como alguém comunicativo e propenso a fazer amizades facilmente, Alan é o oposto de seus colegas de trabalho e foi o oposto de seus colegas de escola. Ele sabe que é brilhante e não tem medo de dizer isso em voz alta. Sei que há vários personagens assim, mas no começo do filme lembrei-me imediatamente de Sheldon Cooper da série The Big Bang Theory, que apesar de ter Leonard e sua turma continua muito tímido, antipático e metido por ter o cérebro que tem. É Interessante observar que pessoas com esse perfil tendem a ser engraçadas, não comediantes de Stand up comedy, apenas engraçadas com seus modos presunçosos de agir e falar. Sheldon é assim e Alan tem seus momentos.
Aos poucos a personalidade amistosa do protagonista vai surgindo, graças a introdução da personagem de Keira Knightley, Joan Clarke, uma mulher igualmente inteligente mas carinhosa e conselheira. vira uma grande amiga de Turing, chega a noivar com ele, ele inclusive passa por cima de atitudes machistas de seu inferior por causa dela. A permitindo que fizesse uma prova importante numa sala só com homens. Na época as mulheres não poderiam ser inteligentes em matemática e ela não poderia integrar a equipe de gênios, seu lugar era como secretaria, atender telefone, arrumar papelada e servir café. Sei muito bem como é triste essa função. O que ficou confuso no filme é que mesmo ela tendo conseguido se superar ela não integrou a equipe, não fixamente, ela se contentou com as ordens dos pais que a queriam como esposa de alguém, ou mãe de alguém e não como uma mulher brilhante rodeada de homens brilhantes. Ela não lutou por isso, o que me incomodou bastante. Keira está em um bom momento da carreira, muito mais madura na sua atuação, ainda não está no rol dos britânicos espetaculares (já perceberam como os britânicos estão dominando o cinema americano?) e parece que ela sempre atua no meio de um bando de homens, de tempos em tempos ela tem que fazer filmes onde ela seja uma das poucas mulheres em cena, algumas vezes a unica (Piratas do caribe)
porem quando Benedict está em cena só dá ele. Seu talento é tremendo, sua voz inconfundível, isso muitos já conhecem da serie Sherlock Holmes e de seus papeis na sua crescente carreira no cinema. E mesmo sabendo que o cara é bom ainda fui surpreendida por que neste ele vai do infinito e além de tão bom. Ok, exagero meu, mas é sério talvez essa seja sua melhor atuação até agora. Mesmo que Michael Keaton e Eddie estejam empatados no topo da conquista do Oscar ele é um fortíssimo concorrente, pena que poucos notaram. Eddie e benedict interpretam dois gênios em suas determinadas áreas, e os dois atores britânicos com certeza pertencem a aquele rol citado anteriormente.
O jogo da imitação junta varias causas em uma só, muitas delas que ainda estão sendo superadas nos tempos de hoje. Temos o homossexualismo, Alan era gay, mas ficava no armário, tinha um melhor amigo por quem era apaixonado (ele o defendia dos meninos malvados do colégio, olha mais uma causa ai: o Bullying) mas nunca se expôs, na época quem era gay era preso por indecência, Alan morreu por que tentaram impor sobre ele a "cura gay" em formato de medicamentos e mesmo que alguém não concorde com a homossexualidade é desumano pensar que o método usado nele seria benéfico. Para passar desapercebido propôs casamento a Joan, uma mulher chegando a casa dos 30 mas solteirona, independência também não era o forte da época, juntamente com o machismo. Alem de lidar com tudo isso, eles também eram adeptos ao voto do silencio, claro que apenas em relação ao "Enigma" ninguém poderia falar sobre ele com família, parentes ou amigos. E por isso membros da equipe tiveram grandes perdas, um deles perdeu o irmão em um dos submarinos bombardeados. Turing era bem claro em seus objetivos e não abria objeções. chegava a parecer malvado, porem ele era decidido e graças a ele temos os computadores e outros sistemas da evolução tecnológica.
Nenhum comentário:
Postar um comentário