A
época do Holocausto na 2° guerra mundial foi um dos períodos mais tristes da
história, marcou a vida de muitas pessoas e trouxe traumas que duram até os
dias de hoje, conhecer esse período através do olhar de uma criança é mais
doloroso ainda. A primeira experiência sob essa perspectiva foi lendo O diário de Anne Frank e mesmo que os dois livros sejam semelhantes em alguns aspectos,
a história do menino Leon mostra o que acontecia dentro dos campos de
concentração e todos os horrores que ele e sua família viveram enquanto viviam
neles.
Em
1939, assim que Leon e sua família vão para a cidade na tentativa de uma vida
melhor, o exército alemão ocupa a cidade e eles são obrigados a ir para o gueto
de cracóvia junto com outros judeus, logo ele, seu pai e seus irmãos vão
trabalhar com Oskar Schindler que salva a vida do menino.
A
vida da família de Leon nunca foi fácil, quando moravam no interior já eram
hostilizados por serem Judeus, a maioria das pessoas na cidade eram cristãs e
nesse momento com a influência de Hitler e o partido nazista, todo mundo estava
começando a ver os judeus como a escória da sociedade. Quando o ideal opressor
tomou conta, os habitantes ficaram cada vez piores, e por isso tiveram que
fugir e no lugar de encontrar paz e um vida financeira melhor, logo foram assolados
pelos horrores da guerra.
Os
guetos eram lugares sujos, lotados, com doenças e animais nocivos, as famílias
(ricas e pobres) viviam em situações precárias, e cada vez mais os soldados
chegavam e levavam essas pessoas para os tão temidos campos de concentração. O
diferencial para a família chegou quando Oskar Schindler chamou primeiramente o
pai do menino para trabalhar em uma de suas fabricas, que eram criadas para
evitar que mais judeus fossem mortos.
Após
fazer a leitura do livro, assisti ao vencedor do Oscar de melhor filme (e
muitas outras categorias) A lista de Schindler, que é dirigido por Steven
Spielberg e que também recebeu o Oscar de melhor diretor por ele. Ambas as
obras se complementam, através do filme dá para ver a realidade dos guetos e o
livro os descreve com tanto empenho que quando eles ganham vida através do
filme é realmente assustador. A forma como eles matavam as pessoas sem piedade
nenhuma e as maldades que faziam é algo desumano. A famosa imagem da menina de
casaco vermelho vista no filme, que representa o sangue, a vida e a pureza de
uma criança, me lembrou de Leon, esse menino forte e corajoso que fez de tudo
para salvar sua vida e a de sua família, infelizmente a menina do filme não
teve o mesmo destino que ele.
O
filme é todo em preto e branco, tem 3 horas de duração e mostra o homem que foi
Oskar Schindler, que era um herói aos olhos de Leon. Muitas matérias e entrevistas
(algumas cedidas pela própria esposa de Oskar) mostram que ele não era o deus
que Spielberg mostrou na tela, suas farras e traições são de conhecimento
publico e são apontadas no livro e no filme, mas alguns questionam suas
intenções ao salvar os judeus, independente de suas motivações é fato que ele
foi sim o responsável por milhares de vidas serem poupadas. Quando uma fabrica
faliu ele se apressou para abrir outra e levar “seus judeus” com ele, como ele
mesmo intitulava, na segunda fabrica não havia nada para ser feito, mas ele
permanecia com as pessoas lá, tanto que no fim da vida se viu falido e ganhando
dinheiro de organizações judaicas graças as suas benfeitorias durante a guerra
(o bem que você faz volta para você <3)
O
final do livro e do filme também se complementa, pois em ambos vemos o futuro
desesperançoso dos Judeus mesmo depois da guerra ter acabado. Eles se viram
livres, a guerra acabou e Oskar os libertou, mas para onde iriam? e o que
fariam se não tinham mais casa, comida e muitos deles ninguém, pois os
familiares foram exterminados durante a guerra. Leon teve muita sorte quanto a
isso, graças a união e perseverança de sua família, pena
que nem todos chegaram até o fim. O final do filme com o discurso de Oskar é
emocionante e do livro também ao contar os últimos dias de vida de Leon, que
teve família, profissão e dava palestras sobre o holocausto.
O
menino da Lista de Schindler é um livro essencial para aqueles que gostam do
tema e para os que se emocionaram com O diário de Anne Frank, para os que
gostam do filme de Spielberg também ou para aqueles que ainda não assistiram
que possam assistir e ler os dois e ver como o ser humano pode ser tão cruel e
como as crianças são seres iluminados que conseguem ter esperança nos piores
momentos. Tanto Anne quanto Leon não entendiam por que os judeus não eram
tratados com dignidade, nas palavras dos alemães eles nem eram pessoas, eram
piolhos e até hoje é difícil entender como foram capazes de tantas atrocidades.
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