sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Review série Mindhunter


          Com uma 2° temporada já confirmada, Mindhunter é uma série que foca na psicologia da mente de assassinos reais e conhecidos. Mesmo não se aprofundando em como a mente dessas pessoas funcionam e tratando apenas da superfície, onde relacionamentos familiares são os responsáveis por certos distúrbios, sentimos que isso faz parte de algo que se desenvolverá ainda mais nas próximas temporadas e estamos apenas no começo da aventura, assim como os próprios detetives do FBI que  protagonizam a série.
          Mindhunter é uma série da netflix que acompanha uma equipe do FBI que investiga e interroga psicopatas famosos para tentar resolver outros casos.
             Essa sinopse nos remete à outra série que fazia a mesma coisa, usava a mente de um psicopata para alcançar a mente de outros, essa era Hannibal, que teve apenas três temporadas e deixou uma legião de fãs. A diferença é que em Midhunter os crimes não são tão expostos quanto em Hannibal, quando os assassinos (muitas das vezes o próprio Dr Hannibal lecter) faziam de seus crimes obras de arte macabras, com partes do corpo abertas e modificadas. E aqui eles não recorrem a apenas uma pessoa, eles tentam entender a mente de vários psicopatas.
            Todos os assassinos são baseados em pessoas reais como Edmund Kemper, Jerry Brudos, Richard Speck e etc... Todos eles com uma característica em comum: mal relacionamento com os pais, principalmente a mãe. Kemper era bastante hostilizado pela mãe, que o tratava com distancia e nojo, isso acabou formando uma ideia errada sobre as mulheres, ele as tem como pessoas ruins e manipuladoras, assim como a mãe era e como as mulheres que ele matou eram, segundo a cabeça dele. Sua vida criminosa começou aos 15 anos e daí até matar a própria mãe e outras pessoas, sendo mandado para a prisão perpetua.
                Kemper talvez seja o assassino mais interessante de todos, isso pode soar como algo estranho, mas é curioso saber como ele e os outros pensam, do que eles gostam (kemper era grande fã de um programa de tv) e como falam com tanta frieza e naturalidade de seus crimes, como se aquelas coisas tivessem que acontecer, não tinha como ser de outra forma, porque aquelas pessoas mereciam. É assustador, mas ao mesmo tempo é pano para muitos estudos, analises e reflexões a cerca da condição deles. Sabemos que a entrevista original não foi exatamente como a retratada na série, mas é muito semelhante e a atuação de Cameron Britton como Kemper é extraordinária. Sua aparência física já intimida, quando ele chega perto dos agentes e demonstra algumas facilidades para cometer crimes é mais amedrontador ainda. 


          Ele sente certa afinidade com o agente Holden Ford e o vê como amigo (o que pode nos fazer questionar se há alguma semelhança entre eles) e a ultima cena na qual eles estão juntos é uma das melhores, com direito a um susto e uma surpresa de acelerar o coração, principalmente do agente.
           Quem interpreta o agente Holden é Jonathan Groff (de Frozen e Glee) e por conta de seu currículo mais musical, ele surpreende como o agente persistente, de voz mansa e que aparentemente não deixa nenhum dos casos o afetarem. Fazendo seu parceiro o admirar por isso. Ele é a razão do departamento existir e deles terem conseguido as famosas entrevistas. Seu parceiro é Bill Tench vivido por Holt McCallany, que é um agente mais velho e experiente, que não demonstra o mesmo interesse de Ford. Além de ter problemas com o filho adotivo que não se relaciona com seus novos pais.
           Temos também Hannah Gross, que é namorada de Holden e mesmo sendo uma estudante graduada em psicologia não serve de nada, é apenas a namorada dele, ela até analisa alguns de seus casos, dando luz para algumas ideias, mas não passa disso, a série não faz questão de aprofundar ela, ou dar vida além “namorada do protagonista” o que é uma pena. Já Anna Torv como a Dra Wendy cumpre seu papel feminino de trazer importância a série, ela auxilia os detetives e tem seu próprio núcleo com sua parceira.
               A série é produzida pela Charlize Theron e pelo David Fincher, diretor de filmes como Clube da Luta, zodíaco e Garota exemplar e implementa seu visual nebuloso á fotografia e seu roteiro cheio de mistério e teorias por fazer.
                   Mindhunter é um dos grandes acertos da netflix e do ano, ela é um prato cheio para quem assim como eu, gosta de séries sobre investigações e psicanálise. Os interrogatórios são as melhores partes e mesmo que não haja nada muito aprofundado e com reviravoltas mirabolantes, pois tudo é explicado através de deduções obvias da falta de afeto familiar e onde um objeto desencadeia o que há de pior neles, os fazendo confessar, é uma série excelente de acompanhar. Na maioria dos episódios aparece um homem muito suspeito fazendo certas coisas, a próxima provavelmente falará sobre esse personagem, esperaremos com ansiedade.  

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