Com
uma 2° temporada já confirmada, Mindhunter é uma série que foca na psicologia
da mente de assassinos reais e conhecidos. Mesmo não se aprofundando em como a
mente dessas pessoas funcionam e tratando apenas da superfície, onde
relacionamentos familiares são os responsáveis por certos distúrbios, sentimos
que isso faz parte de algo que se desenvolverá ainda mais nas próximas
temporadas e estamos apenas no começo da aventura, assim como os próprios
detetives do FBI que protagonizam a
série.
Mindhunter
é uma série da netflix que acompanha uma equipe do FBI que investiga e
interroga psicopatas famosos para tentar resolver outros casos.
Essa
sinopse nos remete à outra série que fazia a mesma coisa, usava a mente de um
psicopata para alcançar a mente de outros, essa era Hannibal, que teve apenas três
temporadas e deixou uma legião de fãs. A diferença é que em Midhunter os crimes
não são tão expostos quanto em Hannibal, quando os assassinos (muitas das vezes
o próprio Dr Hannibal lecter) faziam de seus crimes obras de arte macabras, com
partes do corpo abertas e modificadas. E aqui eles não recorrem a apenas uma
pessoa, eles tentam entender a mente de vários psicopatas.
Todos
os assassinos são baseados em pessoas reais como Edmund Kemper, Jerry Brudos,
Richard Speck e etc... Todos eles com uma característica em comum: mal
relacionamento com os pais, principalmente a mãe. Kemper era bastante
hostilizado pela mãe, que o tratava com distancia e nojo, isso acabou formando
uma ideia errada sobre as mulheres, ele as tem como pessoas ruins e
manipuladoras, assim como a mãe era e como as mulheres que ele matou eram,
segundo a cabeça dele. Sua vida criminosa começou aos 15 anos e daí até matar a
própria mãe e outras pessoas, sendo mandado para a prisão perpetua.
Kemper
talvez seja o assassino mais interessante de todos, isso pode soar como algo
estranho, mas é curioso saber como ele e os outros pensam, do que eles gostam
(kemper era grande fã de um programa de tv) e como falam com tanta frieza e
naturalidade de seus crimes, como se aquelas coisas tivessem que acontecer, não
tinha como ser de outra forma, porque aquelas pessoas mereciam. É assustador,
mas ao mesmo tempo é pano para muitos estudos, analises e reflexões a cerca da
condição deles. Sabemos que a entrevista original não foi exatamente como a
retratada na série, mas é muito semelhante e a atuação de Cameron Britton como
Kemper é extraordinária. Sua aparência física já intimida, quando ele chega
perto dos agentes e demonstra algumas facilidades para cometer crimes é mais
amedrontador ainda.
Ele
sente certa afinidade com o agente Holden Ford e o vê como amigo (o que pode
nos fazer questionar se há alguma semelhança entre eles) e a ultima cena na
qual eles estão juntos é uma das melhores, com direito a um susto e uma
surpresa de acelerar o coração, principalmente do agente.
Quem
interpreta o agente Holden é Jonathan Groff (de Frozen e Glee) e por conta de
seu currículo mais musical, ele surpreende como o agente persistente, de voz mansa
e que aparentemente não deixa nenhum dos casos o afetarem. Fazendo seu parceiro
o admirar por isso. Ele é a razão do departamento existir e deles terem
conseguido as famosas entrevistas. Seu parceiro é Bill Tench vivido por Holt
McCallany, que é um agente mais velho e experiente, que não demonstra o mesmo
interesse de Ford. Além de ter problemas com o filho adotivo que não se
relaciona com seus novos pais.
Temos
também Hannah Gross, que é namorada de Holden e mesmo sendo uma estudante
graduada em psicologia não serve de nada, é apenas a namorada dele, ela até
analisa alguns de seus casos, dando luz para algumas ideias, mas não passa
disso, a série não faz questão de aprofundar ela, ou dar vida além “namorada do
protagonista” o que é uma pena. Já Anna Torv como a Dra Wendy cumpre seu papel
feminino de trazer importância a série, ela auxilia os detetives e tem seu
próprio núcleo com sua parceira.
A
série é produzida pela Charlize Theron e pelo David Fincher, diretor de filmes
como Clube da Luta, zodíaco e Garota exemplar e implementa seu visual nebuloso
á fotografia e seu roteiro cheio de mistério e teorias por fazer.
Mindhunter
é um dos grandes acertos da netflix e do ano, ela é um prato cheio para quem
assim como eu, gosta de séries sobre investigações e psicanálise. Os
interrogatórios são as melhores partes e mesmo que não haja nada muito aprofundado
e com reviravoltas mirabolantes, pois tudo é explicado através de deduções
obvias da falta de afeto familiar e onde um objeto desencadeia o que há de pior
neles, os fazendo confessar, é uma série excelente de acompanhar. Na maioria
dos episódios aparece um homem muito suspeito fazendo certas coisas, a próxima
provavelmente falará sobre esse personagem, esperaremos com ansiedade.
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