Eu
não sei o que machuca mais, um livro totalmente fantasioso com felizes para
sempre e casais perfeitos ou um livro realista que esfrega na nossa cara que a
vida é uma bosta. Quando adolescente eu li muitos dos “fantasiosos”
principalmente romances, mas ultimamente estou lendo livros com assuntos mais
pesarosos e cotidianos. E sério, ainda não sei o que machuca mais. O fato de
não ter aquela realidade idealizada ou de conhecer aquele sofrimento tão real
retratado no livro.
Eu,
Você e a Garota que vai morrer é um desses da segunda opção. Você começa a ler
já sabendo que vai sofrer com a historia. A introdução do livro já entrega
todos os pontos ruins (ou seriam bons?). Por vezes você acaba se confundindo e
achando que aquilo é uma biografia, até por que o livro é narrado em 1° pessoa
e o personagem principal antecipa alguns fatos e conversa com o leitor. Mas não
é uma biografia, talvez só um autor muito parecido com seu personagem.
Escrito
por Jesse Andrews, este é um livro sobre a amizade de Greg com Rachel, ela tem
câncer terminal e ele é obrigado pela mãe a dar uma força a menina. Com a ajuda
do melhor amigo dele Earl (que ele chama de colega de trabalho) eles vão fazer
(ou pelo menos tentar) um filme caseiro sobre Rachel. Já que ele e Earl
passavam seu tempo fazendo filmes (muito ruins, nas palavras deles)
Assim
como no filme 500 dias com ela, esse também já começa com um aviso que essa não
vai ser uma historia romântica, eles não vão se apaixonar como em A culpa é das
estrelas e o amor vence no final. NÃO, eles são apenas amigos e permanecerão
assim. Até pensei que teria alguma faísca entre os dois, mas realmente não
rolou nada. Até por que Greg é apaixonado por uma amiga de Rachel, aliás, ela
que dá a idéia para fazer o filme.
O
livro tem muitos pontos positivos. Um deles é que a maioria das conversas é em
forma de roteiro. Uma idéia bastante original. Pra quem quer iniciar no ramo e
não sabe como fazer um roteiro, esse livro é uma boa opção. E até a idéia de
fazer filmes é muito atrativa, confesso que esse fator foi o que me atraiu para
Lê-lo. Vários dos diálogos são bem construídos e as questões levantadas são
divagadas de forma bem divertida por Greg. Ele é espontâneo e extrovertido, mas
apenas naquele mundinho que vive (coisa de gente tímida, sei bem o que é isso)
o problema é que ele não expressa suas emoções e as vezes parece não sentir
nada por conta disso. Na escola ele é amigo de todo mundo mas ao mesmo tempo de
ninguém, É aquele cara que cumprimenta todo mundo mas não pertence a nenhum
grupo. Pessoas assim podem ser bem solitárias. Mas não Greg, já que ele fazia
isso justamente para manter distância das pessoas e não sofrer bullying. Earl
já é diferente em alguns aspectos, ele também é antissocial como seu melhor
amigo mas é expressivo, fala palavrão, briga, grita, perde a paciência rápido,
ele não guarda nada para si, ele joga tudo no ventilador e isso é tudo o que
Greg gostaria de ser, muitas vezes ele fala no livro que Earl é a melhor
pessoa, e apesar de tudo é verdade, ele é meu personagem preferido do livro.
Rachel também, mas sua personagem não foi muito desenvolvida, não deu para
saber muito sobre ela, só que ela tinha vários posters do Hugh Jackman e do
Daniel Craig na parede. E seu mau humor graças a quimioterapia. Ela era uma
menina legal mas de poucas palavras e bons amigos. Pena que não consegui
simpatizar com Greg. Ele é um bom menino mas seus pensamentos de adolescente e
sua aparente falta de coração o torna nem um pouco cativante. Você é conduzido
durante todo o livro por aquele garoto meio idiota (disfarçado de cool) e quando
no final ele demonstra emoção aquilo não te afeta. A narrativa em 1° pessoa
também pesa nessa questão, você se torna tanto ele que quando você recebe a
noticia: Rachel morreu! Você não chora e não fica triste, surge apenas uma mini
pontada no coração mas é vida que segue... ou melhor... narrativa! Tão
diferente daquele choro incessante de quando virei a pagina e li: Augustus
Waters morreu.... Onde houve soluços e nariz molhado. Não estou tentando
comparar as obras afinal as duas tem seus méritos. As duas são boas por que são
completamente diferentes, só são associadas graças a doença.
Esse
é um livro diferente e especial, não é o melhor livro que você vai ler na vida
mas vale a pena ser lido. Tem ótimos coadjuvantes e ótimas referências
cinematográficas. Já tem filme dele, aqui foi exibido no festival do Rio e teve
boas críticas nos festivais de cinema mundo a fora. Antes de ler eu assisti o
trailer, logo fui motivada pelo mesmo, mas quando li desanimei um pouco para o
filme. Sabe-se lá Deus porquê. Não o achei uma das minhas piores leituras. Acho
que só me choquei com o total pessimismo. O final é o mais desanimador
possível, vê-los seguindo em frente na questão dos filmes caseiros deu uma
sacolejada do tipo: acorda pra realidade! E talvez isso tenha sido pior que a
morte de Rachel. Recomendo como presente para os meninos. É uma ótima iniciação
na literatura, afinal o protagonista bobo, brincalhão e de mente poluída
representa a maioria dos adolescentes. (Isso não é uma crítica, apenas uma
observação)
FILME
Com
os recursos do áudio visual tudo fica mais tocante e assim é o filme. O autor
do livro também é roteirista do filme. Ele é muito fiel ao livro e as partes
que obviamente não são, foram modificadas para melhor. Tudo que me incomodava
no livro foi repaginado para o filme. No filme Greg não é um completo idiota
insensível como no livro. Ele é carinhoso (não exageradamente, o que é ótimo) e
bastante atencioso com a menina. Coisas que eu não consegui captar durante o
livro. No filme Greg não é um garoto gordinho, é só desajeitado e com cara de
nerd. Quem o interpreta é Thomas Mann (Projeto X) e se mostra bastante
competente e emotivo. Rachel também é muito bem interpretada por Olivia Cooke
(Bates Motel) uma menina linda que fisicamente algumas vezes me lembrou a atriz
brasileira Juliana Paiva. Earl é interpretado pelo novato Rj Cyler que mandou
muito bem na sua estreia. Mesmo com a cara de mau humorado em todo momento, mas
isso era atributo do personagem. Além de outros nomes conhecidos do humor, como
o pai de Greg interpretado por Nick Offerman (Parks and Recreation) e Molly
Shannon (SNL) que faz a mãe da Rachel. A mãe de Greg é Connie Britton (American
Horror History) e o professor que eles amam é feito por Jon Bernthal (The
Walking Dead) todas escolhas bem acertadas. O final do filme rende muitas
lagrimas, quem leu o livro pode estranhar um pouco (eu estranhei e chorei
horrores) mas mesmo assim foi a melhor forma de conclui-lo. A dor precisa realmente ser sentida! A
mensagem de valorização da vida e da amizade fica implícita, e ambas as obras
(livro e filme) não precisam ficar ditando tais coisas o tempo todo. O filme é
mais recomendado para as meninas a não ser que você queira despertar alguma
sensibilidade naquele menino para quem você deu o livro. Pois o filme é melhor
do que o livro.
Nunca tinha ouvido falar desse livro antes de vir aqui ler sua resenha, e me pareceu bastante interessante! Gosto desses livros que tem uma construção diferente e fiquei com vontade de ler!
ResponderExcluirSobre essas histórias que contam a vida como ela é, tem um livro chamado Foi Apenas um Sonho (fizeram até um filme com a Kate Winslet e Leo DiCaprio depois - e não é Titanic!) que é, literalmente, um soco no estômago. Se puder, dê uma olhada na sinopse, acho que você vai gostar!
Beijos!
Fê Cardoso
http://www.baseadoemlivros.blogspot.com.br
hi baby! lê sim, apesar de alguns aspectos negativos ele é muito legal! eu já vi esse filme, gostei muito! sempre é bom ver a Kate e o Leo contracenando juntos ;) vou procurar pelo livro, nem sabia que tinha, obg pela dica e obg por seguir, vou seguir vocês também!
Excluirbeijinhos!
Olá! Finalmente consegui passar por aqui ^^ recebi seu contato de vocês e sim eu topo a parceria, como fazemos?! Já segui seu blog ^^
ResponderExcluirSobre o livro, pretendo ler, antes de ver a adaptação, acredito que eu vá curtir ^^
Beijos Joi Cardoso
estantediagonal.com.br
Oláaa! recomento ambos, o livro e o filme!
ResponderExcluirvou mandar um e-mail para vocês falando sobre a parceria! mando para o estantediagonal@gmail.com certo?
beijinhos!