segunda-feira, 25 de abril de 2016

Review Livro Como Eu Era Antes de Você


[ESSE TEXTO POSSUI SPOILERS]
          
         É extremamente difícil falar sobre algo de que gosto muito. Seja filmes, séries e livros nem se fala. Terminei de ler esse livro pela segunda vez e não consegui escrever um review da primeira vez (talvez por que ainda não tinha o blog, ou pelo motivo acima não me lembro) e agora vou tentar escrever uma resenha profissional e coerente, ao mesmo tempo em que quero expressar o quanto esse livro da Jojo Moyes marcou minha vida.
          Encontrei esse livro por acaso. Estava cansada de romances sobrenaturais e romances água com açúcar do Nicholas Sparks (que era tudo o que eu lia na época) ai um belo dia em um site onde costumava ler livros on line me deparei com uma capa muito bonita, foi amor à primeira vista, posso dizer que julguei o livro pela capa (mal sabia eu que o mais bonito era a historia contada dentro do livro) e posteriormente gostei muito da sinopse:

Aos 26 anos, Louisa Clark não tem muitas ambições. Ela mora com os pais, a irmã mãe solteira, o sobrinho pequeno e um avô que precisa de cuidados constantes desde que sofreu um derrame. Trabalha como garçonete num café, um emprego que não paga muito, mas ajuda nas despesas, e namora Patrick, um triatleta que não parece interessado nela. Não que ela se importe. Quando o café fecha as portas, Lou é obrigada a procurar outro emprego. Sem muitas qualificações, consegue trabalho como cuidadora de um tetraplégico. Will Traynor, de 35 anos, é inteligente, rico e mal-humorado. Preso a uma cadeira de rodas depois de um acidente de moto, o antes ativo e esportivo Will desconta toda a sua amargura em quem estiver por perto. Tudo parece pequeno e sem graça para ele, que sabe exatamente como dar um fim a esse sentimento. O que Will não sabe é que Lou está prestes a trazer cor a sua vida. E nenhum dos dois desconfia de que irá mudar para sempre a história um do outro. Como eu era antes de você é uma história de amor e uma história de família, mas acima de tudo é uma história sobre a coragem e o esforço necessários para retomar a vida quando tudo parece acabado.



           Ok, você pode até achar que essa sinopse é clichê e que o livro é só mais um pensado pela autora para nos fazer chorar. Sim a parte em que eles mudam a vida um do outro pode até ser, mas quem lê Como eu Era Antes de Você percebe que ele é muito mais do que uma historia em que o cara mal humorado com complexo de Mr Darcy se apaixona pela menina pobre, porem divertida que vai trabalhar na casa dele. Quem leu sabe que não é bem assim. Me Before You não é um conto de fadas. Eles são personagens reais e que conseguimos nos identificar.
          O mau humor de Will não é um capricho da sua personalidade, ele é um tetraplégico que já foi aventureiro, viajante, namorador e um homem de negócios muito bem sucedido, imagina ser uma pessoa com esse estilo de vida e de repente se vê arrancado desse seu mundo? O seu sofrimento é muito real, sabemos que muitos tetraplégicos passam pela mesma coisa que ele e tem as mesmas dificuldades todo santo dia. A vida deles não é fácil como a nossa, o corpo deles não responde aos comandos como o nosso. Não dá para saber a dor, a solidão e a miséria que é viver assim, sofrendo e dependendo sempre dos outros, ainda mais quando um dia a pessoa foi totalmente independente. Por isso que quando chegamos à parte em que Lou descobre o segredo de Will ficamos com raiva dele, mas aos poucos vamos compreendendo o seu lado. Existem pessoas que conseguem viver assim e sempre buscam a felicidade em coisas que ainda podem fazer, mas isso não acontecia com Will. Um filme que gosto muito e também aborda esse tema é o filme Francês Os Intocáveis, nele Philippe é um milionário (porque sempre ricos?) que é tetraplégico e tem uma linda e divertida amizade com seu ajudador Driss. Antes mesmo de Driss, Philippe sabia lidar bem com sua condição e não cogitou ir para diginitas como Will. Isso porque eles são personagens com personalidades diferentes. Um é mais forte e aceita melhor do que o outro e são assim com pessoas reais. Will queria uma vida que nunca poderia ter de volta. Isso me levou a aceitar sua decisão no livro.
          Lou foi o primeiro motivo pelo qual me apaixonei pelo drama. Ela não era aquela adolescente bobinha e apaixonada que não sabe nada da vida, ela tem 26 anos, é uma mulher que trabalha desde nova e não tem regalias na vida, tão diferente das moçinhas dos tais romances que eu estava habituada. Ela era real, ela era eu. Lou não fez faculdade, mas trabalha para ajudar os pais em casa. A irmã mais nova tem um filho, então tudo fica nas costas dela já que a mãe é dona de casa e o pai estava prestes a ser demitido. Por isso ela teve que aceitar qualquer coisa e foi trabalhar com o Will. Ele praticamente expande o universo dela. Claro que no começo ele não é nada amigável e a trata mal, mas aos poucos ele vai se acostumando com a presença dela e vai gostando de sua companhia. Ele a encoraja a estudar, sair da cidade pequena que eles moram para conhecer o mundo, se aventurar e até a ver filmes estrangeiros... Ela reluta, mas aos poucos ele vai transformando ela e seu modo pequeno de ver o mundo. 


          Quando iniciamos a leitura deste livro achamos que ela irá mudar a vida dele, que ela vai convencê-lo de aproveitar a vida e em seguida de não se matar, e claro que ela é um lindo acréscimo à jornada final dele, ela também o faz enxergar algumas coisas, coisas boas que apesar das dificuldades ainda valem a pena, mas nunca imaginaríamos que seria ele com todas suas limitações que mudaria a vida dela. O que são movimentos perto das palavras, da inteligência e do poder de persuasão de Will Traynor? Por isso que ele é sim um dos personagens mais admiráveis da literatura contemporânea.
          Como eu era antes de você mudou a minha vida como leitora, pois enquanto eu lia eu era a Lou, uma menina rasa e fechada em seu próprio mundo, através dos olhos da personagem fui conhecendo novos conceitos e fui acreditando que eu poderia fazer muitas coisas na minha vida. Agora o jeito é ler a continuação, Depois de você, e desfrutar só da companhia da nossa abelhinha e claro ver esses dois lindos no filme que será lançado aqui no Brasil em 16 de junho. Já estou preparando meu balde e minha caixa de lencinho. 

Versão estendida do trailer:


Vídeo lindo com mais cenas do filme:


domingo, 17 de abril de 2016

Review Mogli - O Menino Lobo


        Estava muito ansiosa pela estreia de Mogli, talvez até um pouco mais do que a de Civil War, mas a expectativa não estava das melhores, pensei que seria um fracasso de bilheteria e critica, ainda bem que estava errada. A minha empolgação vinha da nostalgia que seria assistir esse personagem tão querido e tão assistido por mim na infância. Vê-lo ganhar uma versão live action era surreal, não seria mais aquele desenho animado de 1967 que eu assistia na minha fita vhs verde da minha coleção de fitas da Disney que meu avô me presenteava e que eu assistia umas 30 vezes por dia. inclusive assisti ao clássico animado para “relembrar” e fiquei surpresa em como ainda conseguia lembrar perfeitamente das falas, das cenas e das músicas que eu tanto amava falar e cantar quando pequena. E mesmo sendo tão fã as expectativas não estavam lá essas coisas.... Mais por conta do medo de que mais uma adaptação fracassasse.
            As adaptações dos clássicos da Disney têm dado certo ultimamente. Vimos isso com Malévola e Cinderela. A nova roupagem que estão trazendo está agradando ao público, mas mesmo assim havia um temor causado pelas fracassadas tentativas de adaptar Mogli anteriormente. Nenhuma das versões com atores deu certo, mas justamente essa com apenas um ator de carne e osso deu MUITO certo.
          Uma das maiores qualidades desse filme é a fidelidade para com a obra original. Todos os personagens que gostamos eles trouxeram de volta, não há aqueles urubus com penteados engraçados, mas com o decorrer do filme não sentimos falta deles, de resto estão todos lá, Bagheera continua o fiel escudeiro que age corretamente e Balu o urso preguiçoso que só quer saber de moleza, ambos retratados fielmente ao desenho e funcionam novamente como uma dupla que cuida e protege o menino. Alguns personagens são retratados de uma forma diferente, outros nem tanto, a cobra Kaa por exemplo, nesse ela tem o dobro do tamanho da cobra original mas continua manipuladora e hipnótica. Enquanto os elefantes que eram desastrados e divertidos no outro nesse eles surgem como figuras endeusadas, que trazem soluções para os problemas, que ajudam na selva e que são tratados como superiores. Nenhum animal chega perto da trupe de elefantes e quando eles se depararam com os paquidermes devem reverencia-los. Essa deve ser a forma que os elefantes do desenho gostariam de serem tratados já que eram motivo de chacota com sua frustrada tentativa de organização. Aqui não há líder enquanto no desenho havia o “coronel” aqui todos têm poder dentro do grupo e todos são tratados como elite. Eles captaram essa essência do poder dos grandalhões e souberam desenvolver muito bem no filme. Nota-se que os animais mais perigosos do filme que são os elefantes, a cobra e o macaco Louie são figuras gigantescas que marcam a imposição do seu poder. A única exceção é Shere khan, que tem seu tamanho normal, mas é o mais temido de todos.

           Nesse o tigre não quer matar Mogli apenas por prazer, ele quer vingança pelo que os homens fizeram com ele. Esse shere khan não é perfeito como o primeiro, ele tem sequelas no rosto e quer que o menino pague pelo que os homens fizeram a ele. O tigre está muito mais ameaçador nesse. A tecnologia empregada nele trouxe o dobro de pavor pela sua presença. Aliás o filme dá um show em efeitos visuais. Fazia tempo que não via um 3D tão bem desenvolvido, há poeira, agua e lama voando sujando nossos óculos e há animais vindo em nossa direção, empregaram o 3D do jeito que gostamos e ele só ajudou a ampliar ainda mais a visão espetacular dos cenários de Mogli. O filme inteiro foi filmado em estúdio, absolutamente nada daquilo era real e ao mesmo tempo absolutamente tudo daquilo parecia real. A equipe dos efeitos está de parabéns por isso. Os animais estão perfeitos, todas suas expressões e movimentos são idênticos ao de animais reais. Até o balançar de pequenas orelhas eram reais. Na cena em que há uma trégua e todos os animais bebem do rio somos levados pelos olhos curiosos do menino lobo a admirar todas as diferentes espécies ali. Nesse há um maior destaque para a alcateia que é a família de Mogli, há até um lobinho que se destaca dos outros pela amizade com o menino. Todos os filhotinhos são fofos e nos derretemos só de olhar.


         Infelizmente não pude ver o filme legendado, gostaria muito de ouvir a voz de Idris Elba (o vozeirão) Scarlett Johansson (a voz mais sexy e solicitada de hollywood, antes usou a voz no filme Her) Bill Murray, Lupita Nyong’o, Ben kingsley e etc...
Tive que me contentar com a versão dublada, que surpreendentemente não estava tão ruim. Alguns fizeram um trabalho descente como Tiago Lacerda como o tigre, Aline Moraes como a cobra e Tiago Abravanel como o macacão (sua voz ajudou no número musical) ao contrário de Dan Stulbach com uma voz bem incomoda como a pantera, parece que ele estava tentando imitar o Ben Kingsley e não trouxe algo original. Mais quem se saiu muito bem foi Marcos Palmeira como o urso Balu, sua voz de malandro casou perfeitamente; ele deu personalidade própria ao animal e o deixou ainda mais engraçado. Mas ainda quero assistir com a voz maravilhosa do Bill.
O menino Mogli é interpretado pelo novato Neel Sethi que é carismático ao extremo. Assim como inteligente e engraçado. Apesar da inexperiência ele consegue se expressar bem em frente a câmera e olha que ele não tinha ninguém atuando no set com ele, imagina a dificuldade que é para uma criança trabalhar assim? Mas ele faz parecer bem simples.
           Mogli o menino lobo é a melhor adaptação dos clássicos da Disney feita atualmente, ele é original mesmo sendo idêntico ao desenho. O diretor e produtor do filme é o Jon Favreu de Homem de ferro que faz aqui um dos seus melhores trabalhos. Com belos efeitos visuais, ótimas dublagens e uma ótima interpretação principal ele faz qualquer um se apaixonar. Tanto os fãs quanto as crianças que estão conhecendo essa história agora. Os números musicais são um tremendo fan service. Quando começa a cantar Necessário, somente o necessário há um coro de vozes no cinema. É emocionante ver gerações se encontrando e cantando juntos. Há cenas em que as crianças podem se assustar por conta da violência e dos sustos e também os trailers entregaram quase que todas as melhores cenas do filme, mas QUASE, ainda há muitas surpresas para quem assiste. 

Review Antes do Baile Verde


          Esse foi meu primeiro contato com Lygia Fagundes Telles e confesso que à princípio senti uma certa estranheza em seus contos. Não há dúvidas de que ela é uma excelente contista e que apesar de lançado há muitos anos seus contos tem uma fluidez admirável. Até as palavras mais cultas são facilmente interpretadas, assim como as gírias do passado. Porém fiquei confusa com o encerramento de cada conto. Eles terminavam de uma forma tão simples e aparentemente sem significado que me perguntava se havia perdido alguma coisa. Ficava buscando na minha mente uma interpretação para o término sutil de cada um e não sabia o que eles realmente queriam dizer, isso se eles tinham como proposito dizer alguma coisa, até que minhas dúvidas em relação a isso foram sanadas no mesmo livro.
           No final do livro depois que os contos se encerram há breves explicações dos contos de Lygia, mais precisamente os que se destacaram. E olha que Lygia tinha 60 textos em mãos e teve que peneirar apenas 16 para a edição de O baile verde lançada em 1970. Nessas explicações que parem uma espécie de resenha os autores parecem carecer do entendimento dos desfechos dos contos assim como eu, e assim como muitas pessoas que já leram este livro. Além dessas “resenhas” ainda há uma carta cheia de elogios de Carlos Drummond de Andrade, seu amigo e outros depoimentos.

          Os contos de Lygia trazem quase sempre personagens amargurados e solitários de classe média alta. Sempre em situações que começam calmas e depois descambam para o desespero como em A Ceia. Há uma certa atenção aos objetos da narrativa e como eles significaram ou podem significar algo para alguém, como o famoso saxofone que parece interligar dois contos, são eles: Apenas um saxofone e O moço do saxofone. Apesar da felicidade aparente eles sofrem por algo ou alguém e sabem de segredos que o outro personagem da narrativa nem desconfia como no caso do conto As Pérolas e em O menino. Há também os contos com elementos misteriosos e sobrenaturais, como Natal na barca e Venha ver o pôr do sol, dois que eu particularmente gostei muito graças a esses elementos. Os anões da pensão também soam místicos. E há também críticas sociais, como no conto que dá nome ao livro, em Antes do Baile verde a mulher vive um dilema, ela está fantasiada e pronta para ir para o carnaval, enquanto seu pai está convalescendo na cama. No meio das pessoas ela mostrará uma felicidade aparente pulando carnaval enquanto em casa há tristeza pela situação do pai. Essa é uma realidade dos brasileiros que só vivem de aparência.


[SPOILER]

        O conto que eu mais gostei foi o último, intitulado de O menino, ele é o mais explicativo e o que traz a traição como uma realidade que pode deixar marcas. Nele não há coisas sobrenaturais e nem coisas que ficam no ar, não há o que se descobrir, temos seu encerramento em mãos e ficamos perplexos com seu resultado. O conto começa com o menino (que não possui nome) admirando profundamente sua mãe que se arruma para ir ao cinema com ele, no caminho ele quer exibir sua mãe para os amigos, essa mãe que ele considera a mais bela e a melhor de todas, a mulher perfeita, tanto que quer casar com uma mulher igual a ela quando ele crescer, sua admiração é tanta que vemos um complexo de édipo ali. No cinema se senta um homem ao lado de sua mãe, ele não o conhece, mas a mãe conhece muito bem e durante a sessão eles trocam carinhos e gestos de mãos, o menino fica perplexo com a situação, até porque sua mãe é casada e então começa a enxerga-la de outra forma, não quer mais andar de mãos dadas com ela, não quer mais exibi-la para ninguém, ele quer chegar em casa para ficar com o pai feio. Sua afeição é transferida graças a um ato visto por ele como imperdoável.
             Todos os contos da autora são maravilhosos e podemos aprender com cada um, é certo que gostei mais de uns do que de que outros, o A caçada e Um chá bem forte e três xicaras não me empolgaram tanto na leitura quanto os outros. Mas de todos dá para absorver alguma coisa. Se assim como eu você nunca leu nada da autora sugiro que também comece por esse, vou encerrar com uma citação que Lygia fez em uma entrevista e que me marcou bastante: “O escritor pode ser louco, mas não enlouquece o leitor, ao contrário, pode até desvia-lo da loucura. O escritor pode ser corrompido, mas não corrompe. Pode ser solitário e triste e ainda sim vai alimentar o sonho daquele que está na solidão” 

sexta-feira, 1 de abril de 2016

Review 2° Temporada Demolidor


         O Demolidor retorna para sua 2° temporada com bastante personalidade e sem apelar muito para as referencias do universo Marvel como foi a temporada anterior.
Depois de prender o rei do crime Wilson Fisk, agora o herói precisa lidar com O justiceiro, um homem que está exterminando todos os bandidos da cidade de Hell’s Kitchen como parte de uma vingança pois um desses grupos foram os responsáveis por matar sua família.
         Uma das melhores coisas dessa temporada foi a a reviravolta vilanesca. Pelos vídeos, fotos e promos que saíram antes da estreia estávamos certo de que teríamos um vilão sem remorsos, que seria extremamente difícil de enfrentar, falaram até que ele superaria o Fisk em termos de maldade, mas já nos primeiros episódios vamos começando a ter certa empatia por ele. Afinal a retaliação que ele estava fazendo tinha uma justificativa e ele não estava matando civis, ele matava bandidos, ele levava ao pé da letra o discurso do Batman do Ben Affleck que “bandidos são como ervas daninhas: você arranca um e surge outro” ou do próprio discurso brasileiro: “ bandido bom é bandido morto” e nos diálogos com o Demolidor ele deixa explicito essa posição. Em contrapartida, Matt que está muito mais católico e bonzinho nessa temporada acha que os Bad Guys merecem uma segunda chance. Temos a democracia conta a intolerância. E isso fica mais evidente se levarmos em conta que Frank Castle, o Justiceiro, era militar. Olha a ditadura implícita ai.
Apesar de muita gente ter pensamentos como os do Matt, muitas também têm os do Frank. Compartilho da visão do Matt (ou falta dela? Juro que o trocadilho surgiu sem querer rs) mas confesso que algumas vezes me peguei dando razão para Frank. Até porque dá para entender o seu lado, ele viu sua família ser massacrada. Poucas pessoas iriam perdoar quem fez isso e seguir em frente. Essa humanidade do “vilão” nos faz ter apreço e torcer por ele. O publico quer dar a segunda chance que nem o próprio personagem quer. Sua relação com Karen também é um ponto forte. (confesso que shippei)

         Karen tem muito mais espaço e relevância nessa nova temporada. Alguns críticos disseram que poderia tirar ela que não faria falta, mas eu discordo, ela foi muito importante nessa season. Ela foi de moça assustada no final da temporada anterior há mulher decidida nessa. Inclusive nessa descobrimos sua real vocação, mesmo antes dela assumir sua nova profissão já tínhamos notado para o que ela nasceu. Na verdade era perceptível na primeira temporada também. Enquanto ela teve destaque Foggy ficou meio apagado. Nem seus discursos no tribunal foram tão empolgantes como ditos pelos personagens na série. É claro que ele continua sendo o mais engraçado e sua figura é agradável de se ter na tela mas faltou muito de sua essência aqui. Percebo que os roteiristas e produtores de séries de TV sempre dão um jeito de tirar o bom humor dos coadjuvantes como justificativa de seu amadurecimento, pouco a pouco eles vão ficando mais sérios e não vejo razão disso acontecer, por mais que o cenário seja caótico aquele cara está lá para ser o alivio cômico, isso é o que gostamos nele. Aconteceu com o Stiles em Teen Wolf e agora está acontecendo com Foggy.


           Elden Henson e Deborah Ann Woll continuam eficientes em seus papeis. Charlie Cox então está melhor ainda como Matt Murdock. Ele que foi a grande revelação no ano passado e está tremendamente bem nessa também. Nas cenas que ele perde a audição podemos ver isso e também vemos que o tempo longe de seu personagem não afetou em nada sua relação com ele. Charlie continua interpretando com maestria um personagem cego e também um herói que utiliza muito bem seus aguçados sentidos. Houve algumas cenas falhas desse tipo, como quando ele acha alguém caído ou algum objeto mesmo sem ter havido um ruído sequer na direção do dito cujo, mas são poucas e imperceptíveis. Como disse anteriormente ele está mais certinho dessa vez, impede sempre os vilões de matarem, a impressão é que ele está tentando compensar os erros do passado. Outro que está surpreendentemente bem é Jon Bernthal, o Punisher, quem diria que aquele canastrão de The Walking Dead conseguiria fazer um bom trabalho nesse? Essa é mais uma prova viva de que Daredevil revela talentos ocultos de atores que não tiveram destaque anteriormente (Charlie?) O papel caiu como uma luva para ele. Ele tem cara e postura de vilão. Não poderiam ter escolhido ator melhor para interpreta-lo. O que ocorreu parcialmente com Elektra, interpretada pela Élodie Yung, ela é uma triz francesa que soa totalmente inexperiente. Tem uma beleza bem comum (isso não é ruim, afinal queremos ver mulheres como a gente em tela) mas é charmosa. Porem sua atuação é cheia de altos e baixos. Ela é fraca e precisa se esforçar mais em seus próximos trabalhos. Mas não é de toda ruim, suas cenas de luta e os momentos flashbacks de Elektra e Matt são até legais mas mostram um relacionamento doentio. Eles são iguais em algumas coisas, mas totalmente opostos em outras. Principalmente naquilo que eles acreditam. Elekra trouxe à tona um lado mais aventureiro e rebelde de Matt mas ao mesmo tempo um lado irresponsável. Ela é uma má influencia para ele e é difícil nos convencer a torcer por eles.
           Daredevil teve mais uma excelente temporada, mesmo que inferior há primeira, muito graças ao elemento surpresa de não saber o que esperar. Os primeiros episódios são ótimos, a metade da série é meio arrastada, mas um esquenta para os excelentes episódios finais. O final pode ser meio desanimador para aqueles sonhadores que acham que tudo é para sempre, mas alguns novos rumos são necessários para expandir o universo dos defensores e os próprios personagens em si. Tem muita ação e porradaria, do jeito que a audiência gosta e não se limitam na violência, em uma das cenas vê-se claramente um bandido levando um tiro na cara, o que pode ser forte para alguns. A série tem personalidade própria, bons confrontos, ótimos diálogos, boas atuações e participações de personagens anteriores. (Um em particular que fez todos pirarem) continua sendo sim a melhor série de herói da atualidade e que venha a próxima temporada.... Já estamos com saudade.

Review Batman Vs Superman: A Origem da Justiça


          No fundo nós já sabíamos o que esperar de Batman VS Superman. Com Zack Snyder na direção era de se imaginar que não viríamos grandes coisas em termos de roteiro, já que ele é o cara dos efeitos visuais. Alguns fãs ficaram tão decepcionados com ele no comando que um deles criou uma petição para tirá-lo do comando de A liga da justiça parte 1 e 2, para os quais ele já foi contratado.
            Deixando as polemica de lado (por hora) Batman VS Superman: Dawn of Justice começa na seqüência desastrosa de luta do primeiro filme Man of steel onde Bruce Wayne vê sua cidade sendo destruída pelo Superman e no desenrolar das ações, Batman e ele acabam se enfrentando.
Não há muito que “sinopsar” do filme. Quem leu os quadrinhos já sabe o que verá e quem não leu não está nem ai, só querem ver os maiores heróis da DC se enfrentando. Era isso o que eu queria ver também, mas queria uma razão plausível para esse enfrentamento, um atrito realmente necessário, e uma junção de heróis mais coerente ainda, porém não encontrei isso...
             É difícil escolher um lado quando ambos são tão humanizados. Superman acha que está agindo corretamente ao proteger a população, independente de como aconteça, se é destruindo uma metrópole, invadindo um país, seja lá como for. Neste ele está mais messiânico do que o anterior, é tratado explicitamente como Jesus Cristo, que veio há terra para salvar a todos. Essa comparação pode incomodar um pouco os fanáticos religiosos, mas para os cristãos normais não há nada que venha ferir o cristianismo, só faz saber o quão Hollywood é exagerada e que por mais que as pessoas não admitam elas querem uma figura salvadora para confiar. Superman não mata, não se ira e tenta ser perfeito em todo o tempo, mas até Jesus Cristo teve seus medos e isso eventualmente acontece para o herói. O Filme sustenta essa ideologia até o final, pois há uma cena especifica (e que seria uma ótima surpresa se não tivesse tomado um baita spoiler em uma rede social) que usa o suspense para indicar algo que também aconteceu com o filho de Deus.
              Por outro lado temos Bruce Wayne, ou melhor, o Batman mais nervoso do cinema. Esqueçam a compostura que os Batmans anteriores tiveram, esse parte para a porradaria e pensa muito mais nas pessoas ao redor do que o Homem de aço, inclusive em uma cena irritante em que ao invés de ouvir o outro só quer saber de bater. Sua marca é um pesadelo para os bandidos e ele é um badboy consciente. Apesar da sua motivação de pegar seu rival parecer uma briguinha idiota de colegas de classe, não podemos negar que o filme é exclusivamente dele. Ele é tão onipresente que às vezes esquecemos o outro herói, por vezes nos pegamos concordando com sua política da boa vizinhança e quando percebemos já escolhemos um lado.

Quando anunciaram Ben Affleck como Batman não fiquei temerosa e nem enfurecida como todas as pessoas na internet. Eu sabia que ele se sairia bem. Bruce Wayne pode ter alguns traumas, mas nada que possa exigir uma grande atuação, ainda mais como Batman. Até Christian Bale que é indiscutivelmente um excelente ator não conseguiu fazer muita coisa com o seu Batman. O homem morcego é uma casca, uma pessoa fria e concentrada, que apesar da voz grossa (nesse bem mais superficial e ridícula) um homem calmo e meticuloso. Logo constatei que Ben com suas limitações daria um ótimo Batman. E ele realmente está bem. Nada grandioso, até porque nesse filme as atuações também não são o ponto forte.


          Henry Cavill não é um mal ator, mas nesse está no piloto automático. Tenta fazer cara de mau, mas simplesmente não funciona, não engata também como o jornalista Clark Kent. Gal Gardot é linda e elegante, mas nada dá para extrair de sua atuação como mulher maravilha. Sua expressão é sempre a mesma, como se nada de tão grave estivesse acontecendo e ela está ali só observando. Me desapontei muito com ela pois achei que seria o melhor personagem. Jesse Eisenberg está muito bem, seria o melhor do elenco se não fosse mais um personagem com motivações ridículas. Gosto dele como ator, mesmo que ele interprete o mesmo tipo todas às vezes. Ele é sempre o garoto anti social super inteligente. Nesse ele volta a interpretar esse papel, mas com muitas outras camadas. Seus tiques nervosos, sua excentricidade e seu humor negro estão muito melhores nesse. Porém sua vontade de que role uma treta entre os heróis é de um moleque mimado que sofreu na mão do pai rico e quer que aquele Deus que não o livrou dele sofra sua queda e seja desmitificado por intermédio de seu representante na terra. Aquela empatia pelo vilão (coisa que temos até demais) acaba depois de uma ação horrível do personagem. As melhores atuações ficam a cargo dos veteranos, Jeremy Irons como o Alfred (sua química com Affleck é perfeita) Laurence Fishburne como Perry White, Diane Lane como Martha Kent e Amy Adams como Lois Lane. Todos esses tem bons (e poucos) momentos cômicos. É como uma gota de água no inferno, só alivia a tensão do filme por alguns segundos. Lois está muito mais como “a namorada indefesa” nesse do que no anterior. Sempre fazendo besteira para que o namorado venha salva-la. Ao ponto de interrompê-lo na maior treta do filme. Isso incomodou bastante, mas não corrompeu a afeição pela personagem graças a boa atuação de Amy, que não combina nada com Henry Cavill e mais parece a irmã mais velha do que a namorada.
            Batman VS Superman é um filme extremamente escuro e que se garante apenas no visual e mesmo assim por vezes o diretor pecou nisso. E olha que esse é o forte dele (ou seria a única qualidade dele?) já que só faz filmes carregados de efeitos, como 300 e o péssimo sucker punch. Watchmen, também dele, em mãos certas daria um ótimo filme, assim como foi com esse. O 3D estava horrível, sem nada de impressionante e tremido em algumas cenas (pelo menos na sala que assisti) sobre o roteiro, a impressão é que os roteiristas David S. Goyer (Batman O Cavaleiro das trevas) e Chris Terrio (Argo, com direção do Ben) foram impedidos criativamente de fazer um bom trabalho ou assim como Zack não conheciam muito bem o material que tinham em mãos, parece que não são leitores de quadrinhos e não pesquisaram esse universo. Diferente de Joss Whedon, diretor de Os Vingadores, que parecia saber exatamente o que estava fazendo, trabalhou muito bem com o elenco e deu importância igual para cada um, o que também não acontece aqui. A mulher maravilha é deixada de lado e só aparece para seduzir ou lutar na hora certa e o Superman deixa de ser valorizado em seu próprio filme de continuação e ele vira o filme do Batman. É parece que uma nova equipe deve ser contratada urgentemente para que o mais legal do filme não seja apenas as brigas, brigas essas que demoram a acontecer e são prolongadas de forma desnecessária. Para piorar os trezentos trailers abafaram todos os momentos de surpresa do filme. O que mais vale a pena é ver a introdução da liga e a apresentação dos outros heróis pelos olhos da decepcionante Mulher maravilha.