Eu
não vejo muitos filmes italianos, na verdade eu não vejo muitos filmes
estrangeiros, mas sei que deveria e vou procurar mudar isso. Não
propositalmente assisti essa semana um clássico do cinema italiano, Cinema
Paradiso, de 1988. Eu sei que ele não é tão antigo assim, mas pode ser
considerado um clássico pela nostalgia com que ele retrata o cinema. Não sabia
que esse filme fosse me emocionar e me marcar tanto.
O filme conta a historia de Salvatore
(Totó) que vive em Roma há 30 anos e recebe o telefonema de sua mãe avisando
que Alfredo morreu, esse fato desencadeia um flashback da infância dele, da
amizade com Alfredo e de como num cinema bem pobre chamado Cinema Paradiso ele
começou a amar a sétima arte.
A infância de Totó é um dos melhores
arcos do filme e é a parte mais cômica também. O menino que o interpreta,
Salvatore Cascio, (sim eles tem o mesmo nome) é um ator excelente, tanto que em
certas cenas esquecemos que ele é só uma criança. Ele é natural e engraçado.
Sua admiração não só pelos filmes que assiste, mas também pelos filmes que
Alfredo projeta, é emocionante. É muito fácil um cinéfilo se enxergar nele, o
menino é o nosso espelho, ele tem o brilho nos olhos que nós também temos ao
admirar essa maquina de fazer sonhos que conhecemos como cinema.
Sua amizade com Alfredo é a alma e o
coração do filme, uma amizade que começa aos trancos e barrancos (como toda boa
amizade retratada nos filmes), mas depois vai crescendo e se tornando eterna.
Philippe Noiret que faleceu em 2006 dá vida há esse personagem de forma humilde
e inesquecível. Alfredo é projetor e ensina tudo para o menino que tem uma
paixão ávida por projetar filmes, a todo tempo o homem tenta desvencilhar a criança dessa profissão,
quando ele mesmo não consegue fazer isso, um dos argumentos é que o
projecionista é uma pessoa muito solitária, tanto que se pega conversando com
os atores dos filmes que projeta. Mesmo sem ficar evidente no filme, Totó
seguiu a carreira de cineasta e era sim um homem muito solitário.
Na fase adolescente de Totó vemos
retratar seu primeiro amor e sua primeira frustração, o tornando um homem de
meia idade que não estabelece compromisso sério com nenhuma mulher. A ultima
cena do filme onde são exibidas as cenas proibidas pelo padre da cidade é de
nos fazer chorar rios de lagrimas. As imagens de beijos marcantes juntamente
com a trilha sonora comovente deixa qualquer um emocionado. É aquele momento
que nos faz lembrar de todo o filme e de toda a trajetória dos dois queridos
amigos.
Além
de tudo isso, esse é um filme que exalta o cinema em sua essência. No cinema
paradiso é projetado àqueles primeiríssimos filmes tão saudosos. Desde filmes
de Charlie Chaplin a filmes do Clark Gable, inclusive tem uma cena com
referencia ao Clark que deixa qualquer cinéfilo com um sorriso no rosto,
inclusive tem a ver com E o Vento Levou, um dos filmes mais conhecidos do ator.
O filme é todo cheio de referencias cinematográficas, principalmente os
diálogos entre Alfredo e Totó, em sua maioria com citações de atores e atrizes
famosos até hoje. Ele também mostra a evolução do cinema como estabelecimento.
Como ele começou pequeno e rapidamente se tornou a diversão das massas. Mostra
a censura a coisas bobas como um simples beijo e de como depois o sexo começou
a ser aceito na tela. Mostra também os hábitos de quem frequenta as salas e de
como sempre existiu os falantes mal educados, as crianças irritantes, os casais
que acham que estão no motel e os punheteiros. O tempo e o cinema mudaram, mas
não seu publico. E hoje em dia está pior por causa dos celulares.
Os habitantes da cidade funcionam
muito bem como coadjuvantes. O padre, o funcionário do cinema, o homem que
ganhou na loteria e comprou o cinema, outros que faziam parte do publico que
assistia aos filmes e até o morador de rua que se dizia dono da praça e é muito
engraçado. O filme também aborda o drama da Guerra e o luto que ela traz,
principalmente na família do menino Totó.
Cinema Paradiso é um filme
obrigatório para todos os amantes da sétima arte. Com ótimos atores e excelentes
personagens, roteiro e direção, ele mereceu todos os prêmios que ganhou na
época. Inclusive o Oscar e o Globo de ouro como melhor filme estrangeiro. Um
filme capaz de arrancar altas risadas, mas também muitas lagrimas. Um filme
sobre beijos, amor pelo cinema e amizades que duram mais do que uma vida.
Ps:
será o piscar de olhos uma marca eterna do cinema italiano?
Hey! Para ser sincera, não sou muito chegada em filmes clássicos e antigos, são poucos que realmente me fisgam. Mas esse parece ser realmente interessante.
ResponderExcluirDe qualquer forma, gostaria de avisar que te marquei em uma tag, caso queira responder.
Um abraço!
http://paragrafosetravessoes.blogspot.com.br/
hi baby, quando tiver a oportunidade assista, ele é muito bonito! acho que já respondi essa tag antes, mas tem muito tempo rs responderei novamente! ;) beijinhos
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