quarta-feira, 13 de julho de 2016

Clássico do dia: Cinema Paradiso


         Eu não vejo muitos filmes italianos, na verdade eu não vejo muitos filmes estrangeiros, mas sei que deveria e vou procurar mudar isso. Não propositalmente assisti essa semana um clássico do cinema italiano, Cinema Paradiso, de 1988. Eu sei que ele não é tão antigo assim, mas pode ser considerado um clássico pela nostalgia com que ele retrata o cinema. Não sabia que esse filme fosse me emocionar e me marcar tanto.
        O filme conta a historia de Salvatore (Totó) que vive em Roma há 30 anos e recebe o telefonema de sua mãe avisando que Alfredo morreu, esse fato desencadeia um flashback da infância dele, da amizade com Alfredo e de como num cinema bem pobre chamado Cinema Paradiso ele começou a amar a sétima arte.
         A infância de Totó é um dos melhores arcos do filme e é a parte mais cômica também. O menino que o interpreta, Salvatore Cascio, (sim eles tem o mesmo nome) é um ator excelente, tanto que em certas cenas esquecemos que ele é só uma criança. Ele é natural e engraçado. Sua admiração não só pelos filmes que assiste, mas também pelos filmes que Alfredo projeta, é emocionante. É muito fácil um cinéfilo se enxergar nele, o menino é o nosso espelho, ele tem o brilho nos olhos que nós também temos ao admirar essa maquina de fazer sonhos que conhecemos como cinema.
        Sua amizade com Alfredo é a alma e o coração do filme, uma amizade que começa aos trancos e barrancos (como toda boa amizade retratada nos filmes), mas depois vai crescendo e se tornando eterna. Philippe Noiret que faleceu em 2006 dá vida há esse personagem de forma humilde e inesquecível. Alfredo é projetor e ensina tudo para o menino que tem uma paixão ávida por projetar filmes, a todo tempo o homem tenta  desvencilhar a criança dessa profissão, quando ele mesmo não consegue fazer isso, um dos argumentos é que o projecionista é uma pessoa muito solitária, tanto que se pega conversando com os atores dos filmes que projeta. Mesmo sem ficar evidente no filme, Totó seguiu a carreira de cineasta e era sim um homem muito solitário.

         Na fase adolescente de Totó vemos retratar seu primeiro amor e sua primeira frustração, o tornando um homem de meia idade que não estabelece compromisso sério com nenhuma mulher. A ultima cena do filme onde são exibidas as cenas proibidas pelo padre da cidade é de nos fazer chorar rios de lagrimas. As imagens de beijos marcantes juntamente com a trilha sonora comovente deixa qualquer um emocionado. É aquele momento que nos faz lembrar de todo o filme e de toda a trajetória dos dois queridos amigos.


       Além de tudo isso, esse é um filme que exalta o cinema em sua essência. No cinema paradiso é projetado àqueles primeiríssimos filmes tão saudosos. Desde filmes de Charlie Chaplin a filmes do Clark Gable, inclusive tem uma cena com referencia ao Clark que deixa qualquer cinéfilo com um sorriso no rosto, inclusive tem a ver com E o Vento Levou, um dos filmes mais conhecidos do ator. O filme é todo cheio de referencias cinematográficas, principalmente os diálogos entre Alfredo e Totó, em sua maioria com citações de atores e atrizes famosos até hoje. Ele também mostra a evolução do cinema como estabelecimento. Como ele começou pequeno e rapidamente se tornou a diversão das massas. Mostra a censura a coisas bobas como um simples beijo e de como depois o sexo começou a ser aceito na tela. Mostra também os hábitos de quem frequenta as salas e de como sempre existiu os falantes mal educados, as crianças irritantes, os casais que acham que estão no motel e os punheteiros. O tempo e o cinema mudaram, mas não seu publico. E hoje em dia está pior por causa dos celulares.
       Os habitantes da cidade funcionam muito bem como coadjuvantes. O padre, o funcionário do cinema, o homem que ganhou na loteria e comprou o cinema, outros que faziam parte do publico que assistia aos filmes e até o morador de rua que se dizia dono da praça e é muito engraçado. O filme também aborda o drama da Guerra e o luto que ela traz, principalmente na família do menino Totó.
      Cinema Paradiso é um filme obrigatório para todos os amantes da sétima arte. Com ótimos atores e excelentes personagens, roteiro e direção, ele mereceu todos os prêmios que ganhou na época. Inclusive o Oscar e o Globo de ouro como melhor filme estrangeiro. Um filme capaz de arrancar altas risadas, mas também muitas lagrimas. Um filme sobre beijos, amor pelo cinema e amizades que duram mais do que uma vida.

Ps: será o piscar de olhos uma marca eterna do cinema italiano?


2 comentários:

  1. Hey! Para ser sincera, não sou muito chegada em filmes clássicos e antigos, são poucos que realmente me fisgam. Mas esse parece ser realmente interessante.
    De qualquer forma, gostaria de avisar que te marquei em uma tag, caso queira responder.
    Um abraço!

    http://paragrafosetravessoes.blogspot.com.br/

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    1. hi baby, quando tiver a oportunidade assista, ele é muito bonito! acho que já respondi essa tag antes, mas tem muito tempo rs responderei novamente! ;) beijinhos

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