Preacher
foi uma das grandes apostas de séries do verão americano, ela pertence ao grupo
que está na moda ultimamente, que são séries sobrenaturais com uma pegada
religiosa. Com ela estão Outcast (de quem farei o review também) Damien,
Lúcifer e a série baseada no filme O Exorcista que está para estrear.
Ela
é baseada no quadrinho de mesmo nome escrito por Garth Ennis e pelo desenhista
Steve Dillon, ambos contam a historia de Jesse Custer um pastor que é possuído
por uma entidade intitulada Genesis, mas que ele acredita ser Deus, essa
entidade dá a ele o dom da palavra, tudo o que sai da sua boca acontece.
A
série é da AMC e foi criada por Evan Goldberg (que escreveu e produziu filmes
como Superbad e É o fim), Seth Rogen (sim, ele mesmo, que protagoniza
Ligeiramente Grávidos e tantos outros filmes) e Sam Catlin. Evan e Seth já
trabalharam juntos diversas vezes, por isso o tom de comédia da série é tão
acertado, apesar de diferente do que eles já fizeram no cinema. A comédia é
mais contida e irônica, mas está a todo tempo ali, inclusive nas cenas de ação
e drama.
Quem
interpreta Jesse é Dominic Cooper, que esteve em Mamma Mia e Capitão América –
O primeiro vingador, apesar de ser diferente fisicamente do Jesse das Hqs (pelo
menos pelo que eu vi por alto, ainda não li as HQs) ele consegue se sair bem
como o pastor que bebe, fuma e manipula suas ovelhas para que sua igreja
aumente em numero de membros. O visual dele é muito legal, não parece aquele
típico pregador, ele é muito mais cool.
Como
seu melhor amigo ele tem Cassidy, interpretado por Joseph Gilgun, ele é um
vampiro que funciona muito bem como o alivio cômico da série, ele é esquisito e
malvado algumas vezes, porém bonzinho em outras. Ele é aquele típico
coadjuvante que por vezes a gente acha que gosta mais do que do próprio
protagonista, tanto pelo seu humor quanto pelo seu estilo bizarro. Cass
roubaria a cena, se não existisse a Tulipa...
Tulipa
é ex-namorada de Jesse, quem a interpreta é Ruth Negga de Warcraft (onde ela
trabalhou pela primeira vez ao lado de Dominic) e vai procura-lo para
convencê-lo a matar o homem que os fizeram mal no passado e foi responsável
pela separação do casal. Ela ainda o ama muito e por isso comete umas loucuras às
vezes, ela é bem malvada, mas mostra que tem coração. Ela é uma personagem
poderosa que transmite empoderamento, mesmo amando Jesse ela age quando e como
ela quer. Inclusive em um dos episódios ela está numa casa de prostituição e
começa a fazer um discurso empoderador, mas é censurada pelos homens.
Há
também a ajudante de Jesse, que tem cara de sonsa, mas que foi capaz de fazer
uma coisa na série que me deixou perplexa. Tem o grande vilão da série que nem
por toda palavra dos céus e dos infernos consegue deixar de ser ruim e chato. Tem
os anjos que tem a missão de resgatar Genesis, eles também funcionam como
alivio cômico e como uma dupla dinâmica (que por certos diálogos dá para
questionar se são só amigos ou um casal) a cidade tem um xerife e seu filho
Eugene que deu um tiro no próprio rosto e é apelidado carinhosamente de “cara
de cu” a maquiagem é muito bem feita, tanto que por vezes há um desconforto ao
olhar para ele, principalmente se estiver comendo alguma coisa.
Eugene
começou como um personagem comum, um simples membro deformado da igreja, mas
nos últimos episódios foi ganhando espaço, pelo seu desfecho notamos que nas
próximas temporadas ele terá uma importância maior para a série (pelo menos se
eles seguirem os quadrinhos) e há outro personagem que estava na trama meio
aleatoriamente, meio que em outro “plano” ele também ganhará maior importância
futuramente.
Preacher
é uma série que critica a religião, a fé de certas pessoas e as mazelas do
mundo disfarçadamente, menos a piada com a cientologia e o Tom Cruise, aquila
foi escrachada e bem divertida. O ultimo episódio encerra perfeitamente a
temporada, uma certa aparição causa alvoroço e perguntas hilárias que todos nós
gostaríamos de perguntar. Das séries de demônio lançadas atualmente acredito
que ela seja a mais leve e divertida de todas, mesmo sendo blasfemadora,
audaciosa e corajosa em alguns momentos. Além da qualidade de roteiro, direção,
atuação, fotografia, ambientação (bem breaking bad) e uma excelente trilha
sonora, bem adequada ao clima da série. Recomendo para quem encara o assunto
com senso de humor, afinal, é apenas uma série.
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