Black
Mirror começou como um vento silencioso, mas que depois se tornou um furacão.
Em um instante estavam todos assistindo e comentando sobre essa série com
episódios tão perturbadores e controversos.
Ela
é uma série britânica criada por Chalie Brooker e está agora em sua 3°
temporada e cada episódio é uma espécie de pequeno filme, pois aborda histórias
diferentes e o elenco também é diferente e cada episódio fala sobre as
consequências da tecnologia.
Séries
antológicas não me apetecem muito, as que abordam temas tecnológicos
principalmente (não sei como gosto tanto de Mr Robot) mas ela me fisgou pelo
tema “crítica social” que não posso negar que adoro, e por isso finalmente
comecei a assisti-la.
Eu
a assisti em sequência e a primeira temporada foi consumida de uma tacada só. E
ela já começa com o episódio mais famoso da série, o do porco, que eu achei que
fosse o que mais me impactaria, pelo menos dessa primeira temporada, mas não
foi, apesar de que tenho consciência da sua importância, ainda mais atualmente
onde estamos vivendo uma época que todos querem falar sobre política (mesmo sem
saber nada sobre o assunto) o que aconteceu no episódio é algo muito acessível,
um desses loucos na internet podem muito bem levar uma figura pública a cometer
uma atrocidade dessas em rede internacional e a pessoa pensando em si mesma e
em seu status pode realizar o pedido dele. Nesse episódio vemos pessoas
egoístas que só enxergam a si mesmas, que por mais que se esforcem em parecer
solidários com a dor dos outros (na dor da porquinha ninguém pensou) só querem
promover suas carreiras. E com a internet a tiracolo, os destruindo e ao mesmo
tempo os favorecendo.
O
2° episódio foi o meu preferido, demora a entendermos como aquele mundo onde os
personagens estão inseridos funciona, e esse é uma distopia muito bem pensada,
algo que se assemelha a um jogo, onde tudo que você faz acumula pontos para que
você tenha acesso ao que consome. Todos eles usam um uniforme cinza e parecem
deprimidos naquele confinamento, depressão que ultrapassa a tela e atinge a quem
assiste, há poucas chances de mudança de vida e uma delas é um reality show. Uma
escapatória para muita gente na vida real, afinal ganhamos mal em empregos
ordinários, quem não gostaria do estrelato e da fama como uma catapulta para o
dinheiro, o bem-estar e a liberdade. Liberdade de um emprego miserável, de
poucas oportunidades de vida e a mais procurada... liberdade da solidão. E com
o final do episódio vemos que por mais que tentemos burlar o sistema ele sempre
nos puxa de volta ao apresentar algo atrativo aos nossos olhos. O casal
protagonista tem uma excelente atuação, a personagem é a personificação do que
a indústria televisiva faz com as mulheres, por mais talento que se tenha os
chefões e a audiência quer um produto sexual, a beleza dela era algo muito mais
valioso do que suas cordas vocais, a indústria dopa e ilude muitas meninas por aí.
E o rapaz que era encarregado de ajuda-la também cai nessas garras, ele que era
para ser um super-herói se transforma em um “youtuber” cheio de opinião, raiva
e superficialidade.... Como alguns que tem por ai. Esse episódio é um tiro para
os mais jovens.
Verei
as próximas temporadas e trarei o veredicto, só sei que se elas manterem o
nível de criatividade e criticidade dessa estarei muito satisfeita.
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